Ela sentiu a ponta afiada do chicote rasgar sua carne no primeiro golpe , sentiu a forte dor inundar seu corpo, sentiu seu sangue escorrer por suas costas . No entanto, ela não chorou . Não permitiu que nenhuma lágrima escorresse por sua face , mesmo que a dor era insuportável, que sua carne era rasgada golpe após golpe , que seu sangue ensopava os lençóis e escorria se empossando no chão. Não, ela não choraria . Não emitiria nenhum gemido de dor .
Kesllon deu o último golpe, o décimo sétimo, a idade que ela tinha e se afastou da cama . Ele estava chocado , não pelo que fizera e sim com a reação de Cresseida, ela estava em carne viva e parecia não estar ciente disso , como se ele não a tivesse chicoteado dezessete vezes .
As correntes que prendiam seus pés e mãos desapareceram, e Cresseida se ergueu triunfante da cama . Seu vestido estava rasgado e suas costas dilacerada , ainda assim ela ergueu o queixo e se virou para Kesllon que a olhava com um olhar assombroso .
– Vo-você não está chorando – gaguejou Kesllon .
– E por que eu choraria? – respondeu Cresseida, completamente segura de si .
Kesllon não respondeu, apenas saiu cambaleante do quarto e a deixou sozinha ali sangrando.
Assim que a porta se fechou Cresseida caiu de joelhos no chão, não suportando por mais nenhum segundo a dor em seu corpo . Ela havia perdido muito sangue e o seu rosto estava pálido como a morte, mesmo assim ela se manteve forte, não iria admitir a derrota , não na frente de Kesllon . E Cresseida sabia que não havia nenhuma derrota para admitir, pois ela não estava derrotada, Kesllon que logo estaria.
Ela fechou os olhos e se concentrou no seu poder, na semente que ainda a restava , aquele sussurro em seus olhos . Concentrada Cresseida cavou bem fundo dentro de si , atravessou cada camada de seu eu interior até chegar na parte mais profunda de si mesma, em um lugar que somente ela poderia ir . Respirando calmamente ela chegou no fundo de sua alma , e lá estava ele , seu poder na forma mais crua .
Era lindo , o seu poder era lindo . Cresseida sentiu uma paz imensa, uma sensação maravilhosa se reverberou por todo seu ser . Ela esticou a mão e o tocou e sentiu uma leve brisa beijar o seu rosto, uma carícia de ternura que ela tanto precisava .
Com bastante calma ela tomou seu poder de volta para si , tirou o véu que cobria e o deixou se instalar em suas veias . Ela sentiu a vida voltado ao seu corpo, sentia o calor a renovação. Cresseida sorriu para si mesma e abriu os olhos .
Suas costas estavam completamente curadas, sua carne não estava mais em frangalhos e nenhum sague escorria por sua pele, somente grandes cicatrizes avermelhadas agora as marcava . Cresseida mexeu seus dedos e sua magia brilhou em sua mão.
Ela soltou uma risada e imaginou o que faria com o desgraçado Rei de Estayler.
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Taron selecionou seus melhores soldados e os apresentou para a fallon de cabelos negros. Ela olhou para eles com um olhar superior e os analisou meticulosamente de cima a baixo, verificava a força de cada um e se estavam armados devidamente.
– Devem servir – disse a fallon com desdém, se afastando dos soldados.
– Vão servir – garantiu Taron .
A fallon sorriu maliciosamente para ele e o Rei de Prymon sorriu de volta. Ela se aproximou dele e pôs seus braços ao redor do pescoço de Taron .
– Se for bem sucedido Taron – sussurrou a fallon em seu ouvir . – Uma ótima recompensa o estará esperando em minha cama .
O Graco sorriu diante daquela insinuação, do prazer que receberia da fallon de cabelos negros e do prazer que ele daria a ela .
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Nasce Uma Estrela (Livro 1)
FantasyO que você faria se sua vida mudasse completamente? Cresseida era apenas uma órfã que vivia em um orfanato no sul da Itália, até que um dia ela cai do telhado do orfanato e é transportada para outro mundo por meio de um portal. Nesse novo ambient...