#11# Josh

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Estalei os dedos após devolver o telefone para o gancho. Mal pisei no escritório e já me deparei com uma ligação de um dos responsáveis pela produção de uísque da minha destilaria. Uma das caldeiras havia dado defeito e, se não fosse consertada o mais rápido possível, poderia impactar muito a minha produção.

Confesso que fiquei feliz por me afundar em problemas solucionáveis e me esquecer do que havia feito em um súbito rompante de impulsividade. Onde estava com a cabeça para comprar uma mulher em um leilão? Apoiei o cotovelo na mesa enquanto massageava as têmporas e bufei. Tinha ido para pagar por todos os prazeres naquele Clube Secreto, não esperava voltar com uma virgem assustada que havia sido leiloada para se tornar escrava sexual de alguém.


Eu não era como aqueles ricos filantropos que ficavam envolvidos em causas sociais, não fazia boas ações e não me preocupava com isso. Contudo, compactuar com tráfico humano ia muito além dos meus limites.


Havia feito uma boa ação que me custara uma pequena fortuna, mas iria poder deitar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilo. Salvar uma era como uma gota no oceano, não é mesmo? Esperava que o Noar fosse outra gota, pois havia o visto arrematar a outra mulher e, pela sua expressão, ele estava tão indignado quanto eu. Ao menos duas não seriam transformadas em escravas sexuais.

— Senhor?

Levantei a cabeça e tirei o cotovelo da mesa quando o Wallace entrou no meu escritório. Ele ainda estava com a mesma expressão de espanto que havia tomado o seu rosto quando apareci na porta do jato segurando uma mulher desacordada e seminua nos braços. Não falei nada para ele, disse que explicaria depois. Previ que estava ali para ter a sua resposta.

— Fecha a porta! — Fiz um sinal e ele passou por ela, fechando-a atrás de si. — Senta! — Apontei para a cadeira de estofado vermelho que ficava diante da minha mesa de madeira escura, assim como a textura que cobria as paredes do meu velho escritório.

— E então, quem é aquela mulher assustada que acabei de acomodar no quarto?

Wallace não era apenas um empregado dez anos mais velho do que eu, que trabalhava como meu braço direito, resolvendo problemas pessoais e profissionais. Era o mais perto de um melhor amigo que eu possuía. Durante o tempo juntos naquele enorme castelo, era meu confidente e maior aliado.

Passei a mão pelo meu cabelo louro, puxando o topete para trás, respirando fundo antes de começar a falar.

— Eu a comprei.

— Quê?! — Arregalou os olhos verdes. Estava boquiaberto e seu rosto poucas vezes fora tomado por tanta surpresa, nem quando compartilhei com ele os meus gostos por dominação, pedindo que encontrasse prostitutas dispostas a participar dos meus jogos. Não julgava o seu choque, se estivesse ouvido ele dizendo que havia, literalmente, comprado uma mulher, estaria com a mesma expressão. — Está brincando? Ela é uma puta?

— Não, é uma virgem.

— Então tem um novo fetiche por tirar virgindades? Vai trepar com ela e a mandar de volta? Não seria mais fácil se tivesse trepado com ela no avião? Só não entendo porque ela parecia tão assustada e chapada.

— Provavelmente drogaram ela, drogaram muito.

— Não posso compactuar com isso, senhor! Acreditava que você ao menos levava em consideração o consentimento das mulheres.

— Eu levo! — rosnei. Conhecia bem o meu lado sombrio, mas fiquei furioso quando Wallace, a pessoa mais próxima a mim e a que melhor me conhecia, cogitou que eu pudesse tomar uma mulher a força.

— Então, o que vai fazer com ela? — Massageou o queixo, apertando a barba loira.

— Mandá-la de volta para casa ou qualquer outro lugar de onde tenha saído. Gosto de dominação, mas tudo tem um limite.

— Por qual motivo a comprou? — Balançou a cabeça, ainda estava bastante confuso.

— Para que outro não comprasse e fizesse dela uma escrava. Você precisava ver o que fizeram a ela e outra mulher. Expuseram-nas nuas como se fossem objetos. Perdi a cabeça e ofereci um lance irrevogável por ela.

Encarei o Wallace e contei tudo para ele, desde a minha entrada no Clube Secreto até o chocante leilão de mulheres. Quando acabei, ele estava tão chocado que mal conseguiu falar.

— Nossa! Não sei o que faria.

— Perdi a cabeça e dinheiro. — Abri um sorriso amarelo ao pensar no quanto havia pagado por ela.

— Uma puta bem cara, essa.

— Ela não me parece uma puta, Wallace, certamente não estava confortável em ser vendida daquela forma.

— Vai ficar com ela?

— Não! É óbvio que não. — Como ele ainda poderia cogitar em uma coisa dessas?

— O que quer que eu faça?

— Vá até o vilarejo, compre roupas para ela e consiga dez mil libras.

— O que vai fazer com esse dinheiro?

— Entregue para ela. Imagino que seja o suficiente para comprar uma passagem de retorno para o lugar de onde veio. Certamente não é escocesa, já que se esforça   para nos entender.

— Farei isso. — Ele assentiu e me deixou sozinho no escritório.


Olhei para fora, observando o céu nublado. Não tardaria a chover. Enquanto observava o clima, pensei seriamente sobre nunca mais aceitar convites como aquele. As coisas haviam saído do controle muito rápido, mas, assim que a moça fosse embora, tudo voltaria ao normal.

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Domingo posto  mais🥰🥰🥰

Comprada por JOSH ( ADAPTAÇÃO )Where stories live. Discover now