#29# JOSH

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Depois de passar o dia em reunião com os funcionários, para alinhar alguns detalhes de produção, voltei para o castelo exausto. Tudo o que mais queria era tomar um bom banho, comer alguma coisa e me afundar na cama. Resolvera tantas pendências que acabara me esquecendo da mais importante de todas: a Any.



Havia pensado na sua segurança e na vontade dela de permanecer ali. Na Escócia, não seria tocada novamente por aqueles que lhe causaram tão mal, porém, esquecera-me das consequências disso. Mantê-la perto de mim poderia ser um risco, uma vez que não pensava com clareza enquanto estávamos próximos.



Estacionei o carro na garagem, jogando a chave no bolso e entrei pela lateral do castelo, seguindo até o meu quarto. Desfiz-me do meu terno, fiz alguns abdominais e exercícios na barra antes de entrar para o banho. Desde que Any havia chegado, eu não me exercitava direito, estava sempre com a cabeça cheia, mas esperava conseguir voltar a correr na manhã seguinte.



Depois do banho, fui para a pequena sala de jantar que compunha os aposentos do meu quarto. Elga sempre servia minhas refeições lá quando eu estava em casa, pontualmente às oito da noite. Ao passar pela porta, tomei um susto ao me deparar com a Any. Ela estava sentada junto à mesa redonda de madeira escura, que possuía refeição posta para dois.


— O que está fazendo aqui? — Cerrei os dentes.


— Estava conversando com a Elga e ela me disse que você sempre faz as refeições sozinho. Imaginei que não precisasse ficar tão solitário hoje.



— Já pensou na possibilidade de eu fazer as refeições sozinho porque gosto de ficar sozinho? — Mantive a postura altiva e séria.





— Ninguém gosta de ficar sozinho.

— Eu gosto.

— Não o tempo todo. — Sorriu maliciosa e eu entendi nas entrelinhas sobre o que estava se referindo. Aquela garota era louca?



— O que quer aqui?


— Jantar com você. — Apontou para que eu me sentasse na sua frente.


Reparei bem nela antes de cogitar atender o seu pedido. Estava linda. Não que já não fosse, mas estava arrumada. O cabelo arrumado, penteado e liso; os olhos castanhos marcados por uma linha preta; os lábios ressaltados por um batom vermelho; usando um vestido do mesmo tom, que se moldava às curvas para lá de provocativas do seu corpo.



— Parece que o Wallace já a levou para fazer compras.

— Sim! — Abriu um largo sorriso.


— Muito obrigada por tudo.


— Por nada. — Dei de ombros e acabei me sentando diante dela. Até que ponto ela pretendia arrastar com tudo aquilo, eu não sei, mas estava estranhamente disposto a pagar para ver.



— Também fomos ao médico. O Wallace contou para você sobre os meus exames?



Fiz que não, puxando o prato para perto de mim e pegando os talheres.



— Estou limpa, não tenho nenhuma doença.



— Bom. — O meu tom frio não foi o suficiente para apagar o sorriso nos lábios dela.



— Tomei a liberdade de comprar também um celular para mim, imagino que não se importe.



— De forma alguma. — Dei de ombros antes de juntar um pouco de salada no meu garfo e levar à boca.



— Depois, pode me passar o seu número. — Ela empurrou o aparelho, que estava atrás do prato, para o meu campo de visão.


Não pensei muito, apenas peguei o aparelho, digitei o meu número e devolvi para ela. No fundo, gostaria que ela tivesse a mim para recorrer caso algum problema aparecesse.



— Obrigada!


Beberiquei um gole do vinho e Any também dirigiu a sua atenção para a comida. Distraído, pressionei os meus lábios contra a taça ao sentir a ponta dos seus pés subir pela minha perna.


— O que está fazendo, Any?

— Nada. — Fez-se de desentendida, mas seu sorrisinho no canto dos lábios a denunciava.



— Não me provoque.


— O ou quê? — Continuou subindo o pé, até aproximá-lo da minha virilha.


Percebi que ela estava me fazendo perder completamente o juízo, mas talvez já fosse tarde demais para voltar atrás.



— Para com isso!


— Empurrei o pé dela e fiz com que parasse.



Ela se encolheu, bebeu mais alguns goles do vinho e comeu o restante do prato.



— Só comprou vestidos e aparelhos eletrônicos? — Estava mais curioso do que deveria. Precisava me conter, odiava quando o controle escorregava por entre os meus dedos. Sentia uma ânsia insana por tomá-lo de volta. Talvez fosse por isso que não conseguia me controlar perto da Any, pois ela era completamente imprevisível. Imaginava que ela fosse se agarrar a possibilidade de liberdade e ir embora, mas, ao contrário disso, ainda estava ali, me provocando e testando os meus limites.



— Também comprei sapatos — respondeu a minha pergunta após longos minutos.



Mantive o olhar firme nela e afunilei os olhos. Tinha entendido a minha pergunta, por qual motivo não havia a respondido?




— O que mais?


— Você quer saber mais? — Mordeu os lábios de um jeito sensual, atraindo a minha atenção para o seu rosto.


— Sim, eu quero. — Estiquei a mão por debaixo da mesa e apertei a sua coxa, fazendo-a soltar um gemidinho e revirar os olhos.



— Algumas lingeries, talvez você goste delas.


— Talvez?! Pagou com o meu dinheiro, deveria pelo menos se esforçar para me agradar.


— Estou fazendo isso... — Curvou o corpo sobre a mesa, insinuando os seios e o generoso decote do vestido na minha direção. Se aquilo não era um convite, eu não sabia mais o que poderia ser. Any havia descoberto como eu gostava de transar com as mulheres e parecia estupidamente a fim de repetir a dose.


Soltei o talher que ainda estava em uma mão e dei a volta na mesa. Puxei-a pelo cabelo e fiz com que se levantasse, encarando profundamente os meus olhos.



— Você está brincando demais com o perigo.


— Quer que eu fique comportada?


— questionou-me e eu não respondi. Any sabia o que eu iria dizer, mas o estranhamento quanto a isso não foi maior do que a minha vontade de beijar seus lábios perigosamente vermelhos.


Segurando firme a sua cabeça, com meus dedos embrenhados entre os fios, trouxe a boca dela até a minha e percebi que Any soltou o peso do seu corpo, entregando-se completamente para mim.



Era desse jeito que eu gostava dela: calada, entregue e submissa...



— Eu não vou pegar tão leve com você essa noite — disse, antes de colocar a minha língua de volta na boca dela.



Any apoiou uma das mãos no meu ombro enquanto correspondia ao meu beijo com a mesma intensidade feroz. Ela era uma mistura estranha de fogo e tempestade que estava abalando as minhas estruturas sem que eu percebesse. Talvez notasse que ela estava minando as minhas muralhas apenas quando fosse tarde demais.


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Maratona 10/9

Bis

Comprada por JOSH ( ADAPTAÇÃO )Where stories live. Discover now