#26# JOSH

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Saí de cima da Any  e tirei a camisinha, jogando-a em uma pequena lixeira aos pés da cama. Ainda não estava completamente recuperado do orgasmo, senti isso pela pequena incoordenação que me fez trocar os pés algumas vezes. Peguei de volta a minha cueca enquanto a observava ainda entorpecida e amarrada à cama. Não pretendia tirar a virgindade dela, achava que já havia sofrido o suficiente nas mãos dos traficantes, porém, quando ela se ofereceu e disse convicta que queria, percebi que era estupidez negar. Era uma mulher linda, apesar de jovem, que iria embora logo.

Não podia negar que, durante esse tempo que convivi com ela, senti desejo e muita atração. Contudo, não iria me impor contra os limites dela. Era um homem que construía muros e não gostava que os transpusessem, dessa forma, respeitava os muros das outras pessoas.


— Preciso passar a noite assim? — Ela indicou as amarras com um movimento de cabeça.


— Não. — Voltei para cama apenas para libertá-la.

Any massageou os pulsos, que estavam levemente marcados pelas amarras, e abriu um sorriso para mim. Eu não era o único que havia gostado do nosso breve momento.


— Pode voltar para o seu quarto, arrumar suas coisas e ir dormir. Amanhã cedo, o Wallace leva você de helicóptero para o aeroporto de Edimburgo.


— Josh — disse o meu nome da forma que mais ninguém dizia e tocou meu ombro, sem qualquer autorização para fazer qualquer uma dessas coisas. Eu me virei, prestes a rosnar para ela, mas assim que fitei a meiguice dos seus olhos castanhos, desisti de repreendê-la. Algo em seu olhar amenizou a fera em mim.


— O que foi?

— Não quero ir embora amanhã.

— Por que não? — Franzi o cenho e acabei sentando-me ao lado dela na cama. — Achei que estivesse ansiosa para voltar para casa, para a sua família.


— Não tenho família, nem ninguém que se importe comigo ou para quem eu precise voltar.


Estranhamente, me identifiquei com aquilo. Desde que os meus avós haviam partido, eu não tinha mais ninguém. A minha mãe era mais um desserviço do que alguém em quem eu realmente pudesse contar.


— Antes da minha mãe morrer, ela se casou com um homem perigoso. Foi ele quem me enfiou nessa confusão toda. Se eu voltar para a mesma cidade, é provável que ele faça tudo de novo. Ainda não sei para onde eu posso ir sem que ele acabe me vendendo.


Meu sangue ferveu com a possibilidade de ela voltar para as mãos daqueles que lhe fizeram tão mal. Não sabia explicar, geralmente não tinha atitudes impulsivas, mas agia assim perto da Any  desde a primeira vez que a vi. Meus esforços para mantê-la segura não poderia ter sido em vão.


— Então, o que pretende fazer?

Ela engoliu em seco e desviou o olhar. Percebi que estava receosa, com medo, mas de quê? Fora a primeira impressão dela com a masmorra, eu não havia dado motivos para que temesse nada em relação a mim.


— Any? — Segurei o seu queixo e a forcei a encarar.


— Sei que já fez muito por mim, mais do que qualquer outra pessoa faria. — Soluçou e fugiu do assunto.


— Só fiz o que achei certo, o que me deixaria tranquilo com a minha consciência.


— Sempre serei muito grata por isso.


Comprada por JOSH ( ADAPTAÇÃO )Where stories live. Discover now