#21# Any

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Desculpe pela demora.☺️☺️





Aquele quarto me deixou assustada e levei horas para que a minha respiração e a minha pulsação voltassem ao normal. Entretanto, depois que o espanto começou a se esvair, veio a curiosidade. Se ele não torturava as mulheres naquele quarto, o que fazia com elas? O mais importante de tudo, se tinha esses gostos, por que não me tocou desde o primeiro dia que cheguei? O que o motivava a fazer com que o Wallace e advogados conseguissem documentação para que eu voltasse para casa?

Ouvi uma batida na porta e me encolhi na cama, abraçando meus joelhos.

— Any? — Ouvi uma voz do outro lado, mas não respondi. — Any? Sou eu, o Wallace.

Pensei umas dez vezes se deveria ou não me levantar e abrir a porta para ele. Por fim, acabei fazendo isso. Além de Elga, ele era a pessoa mais gentil comigo desde que eu havia chegado. Será que estava apenas me alimentando para me oferecer em algum ritual maluco naquele calabouço?

— Any?

Abri a porta, mas dei vários passos para me afastar o máximo possível antes que ele entrasse no quarto.

— O que foi? — Abracei a mim mesma, numa tentativa inútil de me proteger.

— Falei para você não sair bisbilhotando por aí, garota! — Ele mostrou os dentes para mim, deixando claro o quanto estava irritado com a minha atitude.

— Para que eu não visse aquele lugar?

— Entre isso e outras coisas.

— O que ele faz lá dentro?

— Coisas consensuais com mulheres adultas, que são muito bem remuneradas por isso. — Manteve o olhar pesado e carregado de julgamento sobre mim. Se Wallace estava tão nervoso, nem queria pensar no quanto JOSH  estaria.

— Prostitutas? — A pergunta ardeu a minha língua até que fosse pronunciada.

— Sim, mas você não tem nada a ver com isso, garota. Se não quiser deixar o senhor bravo o suficiente ao ponto de ele entregá-la para a polícia de imigração, é melhor que fique bem longe daquele lugar, ouviu bem?

Balancei a cabeça em afirmativa.

— Preciso que assine isso. — Ele me entregou uma caneta e só então percebi que estava segurando um envelope de papel por todo esse tempo.

Nos aproximamos de uma mesa redonda que ficava no canto do quarto, onde eu geralmente fazia as minhas refeições, e Wallace tirou um documento de dentro do envelope.

— É uma procuração que o advogado precisa para a emissão do seu passaporte.

Li por alto, sem entender exatamente cada parágrafo, mas, assim mesmo, não era um papel que ia tornar a minha vida ainda pior, ao menos era o que eu imaginava.

— Obrigado. — Ele guardou o documento, mas seu olhar severo e repreensivo não se afastou de mim. — Entendeu que não é para voltar lá?

Balancei a cabeça em afirmativa.

— Ótimo! O senhor já está sendo muito bom com você, mais do que eu o vi fazer por qualquer outra pessoa, então não abuse.

— Okay! — Esfreguei as mãos na calça jeans, sentindo que elas estavam suando frio devido ao nervosismo que a bronca do Wallace causou em mim.

Ele saiu do quarto e eu fiquei sozinha novamente. Poderia até nunca mais voltar naquela masmorra, porém, ia ser difícil tirar a imagem dela da minha mente.

...................QUEBRA DE TEMPO..........................

Mais uma noite eu não consegui dormir. Contudo, dessa vez, não sabia se poderia culpar os horrores que vivi. A verdade era que não conseguia tirar o que tinha visto da cabeça. Havia um medo tremendo, mas uma curiosidade maior ainda. Era brincar com o perigo, sabia bem disso.

Ouvi o som de passos no corredor e me encolhi na cama, porém, esses passos foram diminuindo até desaparecer completamente. Quem havia passado ali? O Josh ou o Wallace?

Levantei da cama e fui até a porta. Abri, mas não vi ninguém. Será que era coisa da minha cabeça? JOSH  provavelmente estaria dormindo e não iria me ver se eu bisbilhotasse um pouco mais, iria?

Segui no escuro pelo corredor e desci as escadas, felizmente havia luz da lua o suficiente para que eu não pisasse nos meus próprios pés e não saísse tropeçando nas coisas.

Desci as escadas, segui pelo corredor até o pátio e depois pelo corredor lateral que levava a escada para o subsolo, a masmorra. Ouvi um gemido antes de pisar no último degrau. O barulho me congelou. O que estaria acontecendo lá dentro?

Cogitei voltar para trás, era melhor não ver e não ficar ainda mais assustada, mas a minha curiosidade, ou talvez a minha simples estupidez, falou mais alto. Desci o restante da escada e me aproximei da porta.


A luz estava acesa e reconheci as costas que pertenciam ao josh. Ele estava com apenas uma calça de moletom e sem camisa. Como sempre o via de terno, foi a primeira vez que pude observar o seu corpo. Ele se moveu para o lado e depois se agachou, então percebi que estava algemando uma mulher ao X na parede. Ela era morena e estava com o cabelo preso em um rabo de cavalo. A expressão no rosto dela não era de pavor, e sim de prazer e expectativa. Josh apertou seus seios e ela gemeu.

Ele se virou na direção da porta, mas antes que ele me visse, saí correndo, subindo a escada e voltando para o meu quarto.

O coração voltou a acelerar. Contudo, houve algo que eu senti além do choque e da surpresa. Talvez uma pontada de ciúme. Desde que ele havia me abraçado em meio ao pesadelo e nossas mãos se cruzaram, não conseguia parar de pensar no quanto queria mais dele. Sentia que a salvação que ele me oferecia estava além de um teto para dormir, roupas limpas e uma passagem de volta para casa. Porém, para ter o josh, eu precisava me sujeitar aquilo. Estaria disposta depois de todos os momentos humilhantes e assombrosos que eu havia passado? Não sabia dizer, precisava pensar.

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Maratona 10/1

Comprada por JOSH ( ADAPTAÇÃO )Where stories live. Discover now