• Capítulo 23

752 116 116
                                    


Aproveitando a distância ridiculamente mínima entre seus corpos e, um singelo toque na mão abaixada do menor, Mew Suppasit, num leve puxão, fez com que suas bocas se encontrassem assim que Gulf teve a estatura exata para tal ato,— uma consequência que foi aproveitada graças a sua inclinação inicial. Logo, os olhos se arregalaram. A surpresa entre os dois lados, inesperadamente, foi recepcionada pelo consentimento dos corpos que se arrepiaram feito peças mergulhadas em gasolina e atiçadas a se acenderem somente com um toque; uma provocação de alerta instigado por uma faísca. 

E, Gulf Kanawut, era a própria faísca.

Leve e um tanto inocente, os dois iniciaram o beijo de forma calma,— sem alarde —, como se ambos estivessem aproveitando o sabor do gloss labial que parecia fazer suas bocas escorregarem com mais facilidade quando a constatação da cereja foi finalmente descoberta. Sim, cereja. O sabor que Mew só havia experimentado acompanhado com sorvete de chocolate, agora, estava sendo redescoberto com a ajuda dos lábios macios do calouro que o correspondia no mesmo zelo que os pincéis haviam o maquiado... Só que melhor. Muito melhor.

Se afastando o mínimo, somente para ver qual expressão estaria no semblante do calouro, Suppasit observou as bochechas levemente avermelhadas de Gulf enquanto o mesmo também decidiu abrir os olhos. Ambos se encaram. Com as bocas contendo o rosado brilho compartilhado, os olhares se intensificam entre o encanto e certo desejo enquanto o respirar se torna mais pesado. Então, sem dizer uma única palavra, Gulf voltou a beija-lo.

O corpo estremeceu.

Aprofundando o beijo e a intensidade da aproximação de seus corpos, Gulf Kanawut se inclinou ainda mais sobre o veterano, obrigando o mais velho a se deitar vagarosamente no colchão macio que os atraia assim como um imã se fascina por um simples pedaço de ferro; instigando ainda mais seus anseios que começam a surgir sem medo ao som do prazeroso contato de suas línguas.

As mãos do calouro que antes eram delicadas com o pincel, de repente, agarram firmemente os cabelos úmidos da nuca de Mew, fazendo o mesmo descontar a reação no impulso de suas mãos que vão diretamente para a cintura do menor; agarrando a pele quente por debaixo da camisa branca que foi parte amassada de forma agressiva. Gulf arfou, como uma ameaça silenciosa. Mew correspondeu. Com os toques se tornando mais determinante e almejado por ambos, Suppasit automaticamente sentiu o ambiente convertendo-se no puro fervor para as reações que haviam deixado de ser como degustadores numa primeira amostra de produto;— facilmente saboreada e consumida por seus críticos depois da primeira mordida.

Invertendo rapidamente as posições, Mew deixou escapar um suspiro de êxtase ao sentir o corpo quente do calouro abaixo de si. Desse modo, como um singelo despertador que o acorda de um belo sonho, o barulho dos potes de tinta rolando pelo chão imediatamente os alerta da evidente excitação presente em suas faces.

Ambos se encaram com um sorriso travesso.

— Você beija bem. - Gulf pronunciou divertido, respirando profundamente ao desviar sua atenção para ao lábios avermelhados e borrados do outro. - Estou ferrado.

Mew sorriu.

— Talvez eu também esteja. - Ele afirmou, balançando a cabeça ao se afastar. - Você me colocou em uma armadilha.

Rindo, Gulf se sentou na cama.

— E fico mais que feliz que tenha caído nela! - O calouro admitiu risonho, fazendo Mew soltar um pequeno sorriso entre a vergonha e a felicidade. Gulf o observou num breve silêncio. Ele sorriu. - Desta forma será fácil me apaixonar por você.

Automaticamente, Supassit virou a cabeça em sua direção.

— O que disse?

— Eu disse que você é perigoso para a humanidade! - Gulf respondeu num arfar, se levantando em seguida do colchão ao escolher o que julgava ser outra verdade. - Entendo porque Kaownah é tão fissurado em você.

Sua CorDonde viven las historias. Descúbrelo ahora