• Capítulo 4

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Repentinamente, uma estranha sensação felicidade chamuscou o peito de Mew, que acabou por prender sua respiração por uma fração mínima de segundo até conseguir piscar novamente. Ele engoliu em seco, sem saber a princípio como reagir.

— Ka... Kanawut...? - Ele repetiu, gaguejando, como se precisasse de outra confirmação por parte de sua amiga para se certificar de que havia, de fato, escutado aqueles específicos nomes sendo soados por ela. - Kanawut Traipipattanapong?

Uma sobrancelha se ergue.

— Por favor, não me diga que ele foi um de seus ficantes de balada. - Exclamou Sammy, com a voz escorrendo sarcasmo e uma afeição genuinamente sua. - Já deixo claro que se disser que sim, realmente teremos um impasse aqui.

Mew sacudiu a cabeça, indeciso se deveria ficar irritado com o comentário ou rir dele.

— Acha mesmo que se ele fosse algum ficante meu, existiria algum impasse aqui? - Concluiu, sem hesitação, sabendo que não necessitava ser mais claro do que aquilo. Afinal, o histórico de relacionamentos passageiros em seu currículo, querendo ou não, já conseguia comprometer bem a sua imagem diante as outras pessoas.

Embora que, claramente, Sammy não seja o caso de tal ato.

— Não, se fosse um de seus ex você nem teria se dado o trabalho de descer até aqui. - Ela afirma ao reconhecer o ser ambíguo em sua frente, guardando o aparelho de volta no bolso de sua saia. - Mew...

— Huh?

— Sabe que terá que ser menos óbvio na frente do calouro fofo, certo? - Sammy o notifica, mudando seu tom e semblante para algo mais sério, mesmo que o rastro de travessura ainda esteja em seus lábios. - Ele pode querer fugir de você assim que te ver agindo desta forma por causa de um nome.

Os dedos se apertam em volta da alça da mala.

A principio, Mew achou que Sammy estivesse zombando de sua cara — e se esse fosse o caso, não se incomodaria, na verdade iria rir consigo para aliviar a tensão crescente em seu peito. No entanto, o mesmo sabia quando a garota adorava brincar e quando ela tentava o alertar sobre algo; as facetas se tornaram explícitas demais depois de um ano de amizade.

Pela primeira vez naquele dia, a expressão de Sammy transparecia seriedade ao assunto.

Desviando o olhar, Mew Suppasit finalmente compreendeu aonde a garota quis chegar com toda aquela conversa e o porque de estar ali, tarde da noite. A atuação foi impecável. O constrangimento é instantâneo. É claro que ela já sabia, era ridículo tentar esconder qualquer coisa a quem se auto intitula de melhor amiga e, ao qual, sempre está disposta bancar a psicóloga do grupo.

Por algum motivo, Mew sorri.

— Este é o nome dele, não é? - Ele questiona, sem a necessidade real de uma confirmação. Tentando manter a compostura enquanto a respiração se desenfreava pela inacreditável possibilidade.

A garota acaba por assentir.

— Ele que é o cara?

Os olhos cheios de expectativa se intercala entre ambos os lados.

O Cara... Mew Suppasit sempre achou que este havia sido um bom apelido que sua amiga dera ao dono desconhecido do diário, desde a primeira vez que o ouviu, quando a mesma havia descoberto por puro acidente de sua existência, por uma burrice de desleixo de sua parte ao deixar o pequeno diário amarelo de bandeira dentro de sua mochila.

Samantha Melanie nunca foi o tipo de amiga evasiva demais para certos tipos de assunto, apesar de ter uma personalidade tão forte e independente, a garota sabia parar quando se era necessário, e, por isso, Mew conseguia gostar cada vez mais de sua companhia, de sua honestidade. Também por este motivo, Mew preferiu ocultar a importância do diário para si. Não queria ouvir um tipo de sermão sobre autoconfiança e sobre como o mundo pode dar voltas em nossas vidas. Simplesmente não queria ser motivo de pena; apenas não queria ouvir o que já sabia.

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