• Capítulo 26

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Terminando de escrever mais uma página no notebook, Mew Supassit se espreguiçou sobre a cadeira enquanto outro bocejo informava o cansaço de uma pesquisa que custou horas,— algo que possivelmente o fará ficar endividado com outras atividades que acabarão se arrastando mais do que outras por conta de um professor apressado em finalizar mais uma matéria. O resultado não é nada agradável. Nem mesmo ao conseguir terminar uma atividade dentro do prazo de entrega, o sinal de alegria passa longe ao saber que outras virão na mesma velocidade.

Para Mew, aquilo era um teste de tortura.

Um trabalho sendo pedido e entregue em pouco tempo, era algo péssimo para um cronograma apertado, Mew sabia disso; e, por conta desse motivo, sabia também que mares tempestuosos o aguardava na semana que vêm.

Querendo ou não, aquilo era quase como uma semana simbólica no calendário de todo estudante. Ou talvez, apenas se tratava de uma grande coincidência que os professores faziam entre si quando nenhum estudante estivesse por perto. No entanto, mesmo que seja um ou outro, o ciclo do efeito dominó ainda estará ali,— sem se importar se alguém ainda estiver no fundamental, ensino médio ou faculdade. Sem o menor aviso prévio, lá estará os professores, sempre se unindo em conjunto para tacar trabalhos quando um deles inicia o movimento.

A cabeça balançou.

Pensando nas possibilidades infelizes da semana que vem, Mew fechou o notebook, conferindo o horário no celular quando o aparelho é pego pela terceira vez ao verificar as mensagens... Mas, pela terceira vez, não havia mensagens. A caixa estava vazia. Nenhuma visualização. Presumindo que Gulf também estaria atarefado no 'ciclo' de estudante, Suppasit respirou fundo ao guardar os livros e recolher os itens de cima da mesa; avaliando em pensamentos vagos a escolha para um jantar mais 'apropriado'.

A noite de ontem e as cenas doces durante a manhã, ainda rondam a mente do indeciso veterano que não fazia ideia do que escolher para demonstrar que também sentia a mesma afeição pelo calouro, incluindo: o carinho, respeito, e o mesmo desejo. As palavras que queria dizer ainda não foram ditas; e, este tipo de pensamento, frustrava Mew ao ponto de ter a ânsia de se enfiar em algum buraco. O mais profundo possível! O suficiente para que seus pensamentos entrem nos eixos e que alguma ideia se ilumine em sua cabeça vazia de alternativas.

De forma surpreendente, Gulf havia sido bem direto ao dizer o que sentia em relação aos seus sentimentos. E, por mais que todas as palavras tenham o alegrado, Suppasit ainda se importava com a frase: "E se eu me interessar demais por você, ao ponto de sempre querê-lo ao meu lado..." O mínimo e o real problema andavam lado a lado... o "E se", preocupava Mew mais do que qualquer coisa. O "E se" não deveria existir. Seus sentimentos imploram para que o "E se" desapareça e que Gulf tenha sempre cada vez mais interesse em si;— interesse ao ponto de Gulf Kanawut realmente desejar ficar sempre ao seu lado.

Não importava se estava sendo apressado ao desejar isso.

Não importava se poderia estar sendo um pouco egoísta.

Não importava as circunstâncias.

A verdade incontestável se iniciou pelas páginas do diário e pelo tempo tomado ao lê-las incansavelmente, esperando pacientemente pelo milagre para conhecer o seu autor. E, no entanto, ali estava ele, tendo se declarado, gostado de sua presença.

Aquilo, só poderia ser o paraíso.

Feliz e animado pela vida ter sorrido um pouco para si, Mew se levantou da cadeira, decidindo entre alguns pratos descritos no diário qual seria a melhor opção para Gulf degustar outra vez em sua presença. Porém, em meio as poucas alternativas que se lembrava, de repente, os pensamentos logo são interrompidos pelo vibrar do celular que começou a tocar em seu bolso assim que a atravessou a porta de entrada e saída da biblioteca.

Sua CorWhere stories live. Discover now