• Capítulo 30

560 97 23
                                    

Aviso:

Atenção, este capítulo contém cenas de gatilho. Então, por favor, aquelas que não estão num dia muito bom ou se você tem a sensibilidade mais delicada para coisas tristes, estarei indicando neste momento a tomarem muito cuidado ao ler este capítulo.

Com os avisos descritos, espero que aproveitem a leitura.



꧁☘☘꧂


Sem entender o que poderia estar se passando na cabeça do veterano, o corpo ficou por mais alguns minutos debaixo do chuveiro enquanto recebia uma leve massagem nas costas, fornecida graças a água quente. Refletindo qual seria o motivo de tanto silêncio e mistério por parte de Suppasit para manter-se tão quieto durante todo este tempo, Gulf deixou a água cair sobre a face ao fechar os olhos.

Tendo se passado uma semana desde que havia encontrado Mild durante a madrugada, Gulf Kanawut começava a se preocupar sobre o que mais Mew poderia ter descoberto para significar sua absoluta atuação de' faz de conta' toda vez que se encontravam. Era confuso e um tanto frustrante. Sua expressão ou sua gentileza não haviam mudado; todavia, seu modo de agir estava muito distante,— parecido com Sammy —, que continua evitando a todo custo sua presença toda vez que se aproximava do trio de amigos. Todavia, seja por sentir culpa ou por não ter uma reação apropriada ao ter sido flagrada no pulo com o resultado de sua investigação, ainda sim, não deixava de ser desconfortável poder somente imaginar o que teria acontecido para todos mudarem diante sua companhia.

Talvez eles estejam com raiva? Estariam todos cuspindo xingamentos ao culpa-lo pela morte de sua mãe? Ideias e suspeitas não eram agradáveis. Pensar demais era extremamente assustador.

Balançando a cabeça ao se sentir inquieto, a torneira se fechou.

O fio de esperança de que aquilo pudesse ser cisma de sua cabeça, e que tudo que estava imaginando poderia ser exagero ou um grande erro pregado por sua própria mente torna-se uma visão pouco otimista. No fundo, Gulf não conseguia deixar de superar seus medos a algo que o encurralava as lembranças sombrias;— principalmente, se tratando da presença daquele que possuía o diário.

Muitas vezes, Gulf imaginou como o veterano reagiria ao descobrir a verdade sobre a existência do diário amarelo e o motivo das frases tão desconexas em suas páginas rabiscadas. Decerto, era praticamente ridículo se torturar com tais pensamentos desconexos, mas Gulf sabia que também não podia evitar se as composições também o ajudava a se preparar quando vagava ao passado;— para o ultimo dia em que havia visto sua mãe sorrir ao despedir de si antes dele adentrar o ônibus para ir a escola. Pensando bem, ele nunca havia pensado demais sobre este dia até voltar a cidade e conhecer Mew Suppasit.

Desde que pisou novamente no solo onde seus sentimentos foram enterrados e pisados selvagemente pela vida, Gulf nunca pensou que voltaria a ver o diário ou o garoto que havia sentado em sua carteira de anos atrás. Era como uma pegadinha, onde você espera que alguém saia de trás de alguma parede e diga:" Haha, você caiu na pegadinha! Olhe para as câmeras!" No entanto, para sua surpresa, nenhuma câmera ou pessoas sorridentes com microfones foram vistas até agora.

Absolutamente nada.

Se enxugando e trocando de roupa dentro do banheiro, o reflexo embaçado no espelho deixa Gulf momentaneamente aliviado ao evitar a visão da sensação de enjoo que se formou em seu estômago, o fazendo rapidamente cair de joelhos diante o vazo sanitário ao por pra fora tudo o que havia comido durante o almoço.

Sua CorOnde histórias criam vida. Descubra agora