• Capítulo 13

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Quando os olhos se abriram brevemente e o sol revelou ainda mais de sua antipatia para o inicio de um novo dia, Gulf bocejou, e depois, se espreguiçou de modo presunçoso enquanto tentava raciocinar de onde estava vindo o cheiro tão agradável que havia o despertado em questão de segundos: Arroz, ovos, caldo quente de frango... Uma variedade perfeita de cheiros se espalham agradavelmente pelo ar para o deleite de um estomago vazio, e de um estudante completamente faminto. Os olhos se abrem e se fecham pela terceira vez, em estado legitimo de pura sonolência. Respirando fundo, inalando com aptidão o aroma dos alimentos, a cabeça acaba por se virar de lado, em direção a fragrância que tanto o agradava.

Os olhos, consequentemente, se fixaram naquele ponto.

De cima da cama arrumada, três potes de isopor ocupam uma bandeja acinzentada,— postos propositalmente em sua direção —, a beirada do outro colchão que era coberto por um lençol excepcionalmente familiar aos seus olhos. Se sentando rapidamente ao perceber que não havia dormido em sua cama, Gulf olhou para todos os lados, em busca da única pessoa que poderia lhe entregar as respostas para aquele tipo de situação ao qual se meteu.

— P'Mew? - Ele chamou, recebendo em resposta apenas o canto de alguns pássaros na janela. A cabeça girou, confuso. Logo notando que seus sapatos haviam sido guardados, perto da cômoda de frente ao colchão, Gulf olhou em direção ao banheiro.

Nenhum som era emitido; nada de torneira ou chuveiro aberto.

Voltando a se deitar na cama, Gulf vagou pelas memórias os pedaços do que teria acontecido na noite anterior,— depois da estúpida ideia de confrontar seus demônios internos com mais álcool que sua capacidade permite. No entanto, quanto mais pensava, mais constrangido e arrependido começava a ficar ao conseguir pegar pequenos flashbacks que lhe vinham a mente. Flashbacks nada agradáveis. E por conta disto, as mãos automaticamente foram para o rosto, escondendo a face sonolenta e envergonhada.

— Seu burro, idiota, imbecil! - Ele resmungou vários xingamentos consecutivos; conseguindo relembrar da única parte que gostaria de não ter recordado de imediato: seu choro desesperado na frente do veterano. Uma cena nada admirável para alguém que queria apenas se dar bem com o colega de quarto. - Argh! Como pôde fazer aquilo? - Continuou a resmungar para si, indignado com sua falta de noção ao encarar o teto branco. - Ficou maluco, Kanawut?! - Balançando a cabeça e se remoendo pela vergonha do que havia feito, Gulf se levantou num pulo da cama, ignorando a dor da ressaca ao caminhar em passos pesados em direção ao banheiro; enfrentando o reflexo que parecia julga-lo melhor do que sua própria consciência que insistia em continuar os xingamentos de baixo calão.

Até aquele momento, Gulf começou a achar que as coisas não poderiam ficar piores do que já estavam, afinal, mesmo que sem querer, ele já havia dado o xeque-mate da depreciação quando havia chorado e abraçado o veterano, sem qualquer hesitação ou permissão. Todavia, ao sentir novamente o cheiro da comida recém comprada... Bem, Gulf Kanawut definitivamente não sabia o que poderia significar este tipo de reação vinda do mais velho.

Talvez seja pena?

Ou talvez um novo método para puxar assunto e perguntar sobre a noite anterior?

Uma festa de despedida para anunciar sua mudança de dormitório?

A verdade é que mesmo que signifique qualquer uma das alternativas, uma parte enterrada em seu subconsciente custa a acreditar que elas sejam as escolhidas da vez. Não que Mew Suppasit não esteja coberto de razão se realmente pretende se mudar de quarto,— ou qualquer coisa do gênero —, mas pelo simples fato dele ter deixado ser abraçado, para Gulf, nenhuma das alternativas parecia ser a correta.

Sua CorWhere stories live. Discover now