Na mansão

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É uma mansão.

O Todoroki original também vive em uma casa enorme, Ochako teve a chance de conhecê-la recentemente, no aniversário do garoto. Não se pode dizer que foi uma festa, tava mais pra uma reuniãozinha amigável, o que importa é que teve muita comida boa e que a irmã do Todoroki, Fuyumi, é uma anfitriã incrível, super gentil e acolhedora. Ela até chegou a oferecer quartos de hóspedes para os convidados da reuniãozinha caso não quisessem voltar para os dormitórios naquela noite fria. Nem Ochako nem nenhum de seus colegas aceitou a tremenda gentileza, então o luxo e a elegância do quarto em que poderia ter passado a noite ficou só na imaginação.

Esse Todoroki também vive em uma casa suntuosa, a diferença é que é uma mansão no estilo ocidental, o do mundo original vive em uma casa tradicional japonesa, ambas igualmente impressionantes no tamanho e na beleza. Essa aqui parece algo saído de um daqueles reality shows sobre socialites estrangeiras, a fachada sustentada por duas lacunas em arquitetura romana e é tudo branco, muito branco. Havia um joguinho que a Mina e a Tooru curtiam que tinha uma mansão parecida com essa, esse foi o único detalhe marcante que Ochako guardou do tal jogo além da sinopse estranha: uma garota acorda em uma mansão e descobre estar morando com sete lindos rapazes, todos eles querem se casar com ela... ou todos eles eram vampiros, ou todos eram vampiros querendo casar, alguma coisa assim...

— Bem vinda, senhorita. — um senhor grisalho vestindo um fraque escuro se curva solenemente diante dela assim que abre a porta — O mestre Todoroki já irá recebê-la, tenha a bondade de esperar na sala. Há algo que gostaria de beber?

— Ah... não, obrigada. — Ochako recusa meio no susto, ela mal havia prestado atenção na pergunta, muito absorta em admirar o lustre de cristal pendendo do teto e a decoração opulenta da sala onde fica acomodada.

— Fique à vontade e não hesite em me chamar caso precise de algo, senhorita. — o mordomo faz mais uma mesura e se retira cordialmente.

Sozinha e se sentindo um tanto pequena na enorme sala, Ochako olha para si mesma e se pergunta se deveria ter escolhido uma roupa melhor, o vestido azul claro é mais chique do que qualquer coisa que ela teria no mundo original, mas ainda parece simplório demais em contraste com o lugar que está no momento. Mesmo que não tenha certeza que isso é um encontro da rota, ela se esforçou em parecer minimamente apresentável, só que agora não tem certeza de que conseguiu nem isso.

Ela só espera que isso não renda pontos a menos na intimidade com o Todoroki, intimidade essa que está estacionada em 32% e não sai disso, claro, ela não se empenhou em agradá-lo desde que ele revelou estar ciente do jogo, não seria diferente, mas ainda assim, Ochako fica surpreendentemente frustrada por não ter feito nada desde então que pudesse derreter o coração do presidente do clube de teatro.

A garota revira os olhos e retorce a boca pra si mesma em escárnio, não acreditando que está mesmo incomodada por não ser capaz de agradar um cara a quem não quer agradar, e que aparentemente nem está preocupado em ser agradado.

— Quem é você? — uma voz grossa, muito mais grossa que a do Todoroki, preenche a enorme sala, Ochako se vira com tudo e não contém a surpresa em ver essa figura aqui: cabelos vermelhos, ombros largos, uma silhueta gigante e imponente, a única coisa que lhe falta na imagem que ela está acostumada a associá-lo são as chamas contornando seu rosto e corpo.

— Endeavor... — ela sussurra.

— O quê?

— Ah, perdão! — Ochako se curva, pensando que se individualidades não existem aqui, então não há heróis, logo ele não é o Endeavor e nem tem nada a ver com esse nome. Como era o nome verdadeiro do herói número 1 mesmo? Enji...? — Perdão, senhor. Sou Uraraka Ochako, sou secundanista no colégio Sentaku e kohai do seu filho. É uma honra conhecê-lo.

Tudo o que está em jogoWhere stories live. Discover now