Na enfermaria

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—  Ei, aonde você- —  ela mal ouve o Todoroki chamá-la, apenas avança em direção aos garotos assim que vê o Deku se levantar com tudo e ir para cima do Bakugou, parando bem na frente dele.

—  S-Senpai…? —  ele abaixa a mão assim que a vê, olhos tão arregalados que parecem ocupar todo o rosto dele.

—  O que é isso? O que vocês tão fazendo?

—  É que… ele começou! Ele me provocou e eu… eu não tenho sangue de barata! —  o Deku diz em tom muito sério, olhando para o Bakugou — Não pense que pode falar daquele jeito comigo e esperar que eu não revide!

—  Nossa, eu tô com tanto med-

—  Bakugou, quer ficar quieto? —  ela o interrompe, virando-se rapidamente pra ele e olhando-o feio. O loiro não devolve o olhar, parece meio espantado com a reação dela —  O que você tá pensando arrumando briga assim?

—  O que eu… o que você tá pensando falando assim comigo, porra? Tá maluca?

— Eu não! Mas vocês estão! O que quer que seja o problema, não se resolve assim! Olha sua cara, você tá sangrando! —  ela se aproxima, notando o lábio cortado, Ochako chega a levantar a mão para verificar o quão real é, mas o bakugou vira a cara.

—  Tsk, tô porra nenhuma! Até parece que um soco dessa menininha aí vai me machucar! —  ela faz cara feia, e ele desvia o olhar — Eu não quis dizer que…

—  Mas você disse. E Deku, o que você tá pensando também?

—  E-eu? M-mas… mas senpai, eu não- —  ele muda completamente a expressão, antes a de um animal selvagem, agora a de um bichinho encurralado, até a voz dele parece afinar —  … ele me atacou sem motivo nenhum e eu-

—  E você revidou, pra quê isso? —  Ochako nota o supercílio dele sangrando e leva a mão para tocar. Ele é… ele é um personagem de um jogo, e esse corte parece tão real, tão… dolorido. Para confirmar, o Deku recua quando ela o toca —  Desculpa…

—  A-ah, tudo bem, senpai. —  ele estende os dedos em direção ao ferimento e se afasta, o rosto completamente vermelho —  N-nem tá… nem tá doendo tanto assim.

—  Mas a mão deve estar, né? —  o Bakugou provoca, dando um sorriso debochado. Ela se vira pra ele de novo, que a olha feio, mas parece ter algo a mais, um código silencioso.

Qualquer que seja, Ochako ignora solenemente. Apenas se volta de novo para o Deku e estica a mão, indicando para que ele dê a dele. Hesitante, o garoto obedece, e ela vê as escoriações nas juntas dos dedos.

—  Vocês dois são ridículos. —  esse é o veredicto dela.

—  Quê? —  os dois garotos perguntam juntos.

—  Não veem que esse tipo de coisa só traz mais problema do que resolve? E você, Bakugou- —  ela quer lembrá-lo da vez em que ele e o Deku brigaram e nas consequências daquilo, mas não dá pra falar sobre isso com os personagens do jogo presentes e…

...o Todoroki ainda tá aqui?

—  Hã… senpai?

—  O quê?

—  Você… hã… tem alguma coisa pra falar?

—  Não, eu não poderia ligar menos. —  ele responde, mas seu olhar está fixado no Bakugou —  É raro te ver na escola, Bakugou.

—  Cuida da sua vida, meio a meio enxerido.

O Todoroki não responde, apenas o mede de cima a baixo… e se volta para ela de novo.

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