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 A semi escuridão e o fato de ter o Bakugou em cima dela traz algo de familiar da noite em que brigaram na sala de estar dos dormitórios, e o resto... bom, o resto é isso aqui. Pelo menos dessa vez ela está consciente, não há um clarão estranho e pétalas de cerejeira dançando no ar. É só uma sala escura, e o Bakugou se erguendo para se levantar de cima dela.

Ele o faz e, no segundo seguinte, oferece sua mão para ajudá-la a se erguer também. Ochako aceita, esfregando o bumbum levemente afetado pela queda. A garota pisca, esperando que sua visão se ajuste ao estado de pouca luz.

— O que... foi isso?

— Uma passagem secreta.

— É, isso eu... isso deu pra eu perceber. Mas o que... onde a gente...?

— Aquele cara não tava mentindo. — o Bakugou resmunga.

— O quê? Que cara, Bakugou-kun?

O garoto não responde, apenas sai andando escuridão adentro, Ochako consegue ouvir os passos dele e o segue, não entendendo porque o Bakugou parece tão tranquilo em estar em um lugar escuro e desconhecido, andando por aí como se tivesse total certeza do que está fazendo.

E então um facho de luz amarelada quebra o breu, ela aperta os olhos e se aproxima, curiosa. É uma porta, mas o Bakugou não a abre totalmente, aparentemente porque não consegue. Acercando-a, Ochako tenta puxá-la também, sem sucesso. O máximo que dá pra abrir é uma fresta. Encostando o rosto contra o umbral, ela tenta ver o que tem atrás da porta. Não é muito, mas o suficiente para reconhecer o piso no chão e a maca de armação creme e lençóis brancos.

É... a enfermaria?

Sim, ela se lembra do lugar, esteve ali com o Deku desse mundo, onde ouviu uma das coisas mais sinistras em sua vida. Com certeza é a enfermaria em que acordou no primeiro dia dessa loucura toda! Mas... a enfermaria fica acima das escadarias, o clube de teatro é um andar abaixo, e se eles caíram quando entraram na passagem secreta, como... como podem estar aqui em cima?

— É um bug. Devem ter outros nessa sala. — o Bakugou diz confiantemente, andando na direção oposta e deixando-a ainda mais confusa.

— Bakugou-kun, o que...? O que é isso? Por que a gente tá aqui em cima? A gente tava lá embaixo.

— Essa sala é um bug, não leva pra lugar nenhum e pode levar pra qualquer lugar. — ok... e isso não a ajudou a entender nada, muito pelo contrário.

— Como assim?

— Se leva pra qualquer lugar, pode levar a gente pra fora.

— Pra fora... desse mundo?

— Óbvio, porra. Você tá com seu celular? Joga uma luz aí. — ele ordena, e mesmo não compreendendo nada, ela obedece.

Quando a lanterna do celular ilumina a sala, Ochako descobre estar dentro de um enorme galpão, mais parece um estacionamento com pilastras de concreto e portas que parecem saídas de emergência. Ela não tinha ideia de que o lugar podia ser assim tão grande! Essa é... essa é a saleta ao lado da enfermaria? Aquela em que o enfermeiro Hawks entrava? Ochako achava que era só uma salinha onde ele guardava gaze, remédios e outras coisas...

— Como isso é possível?

— É um erro do jogo, um espaço pra preencher o que os personagens não precisam conhecer.

— Então... é tipo um limbo?

— Algo assim. — ele murmura.

— E... como a gente pode sair por aqui?

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