Minha Perdição

22 Krypto, o supercão

Eu não quero ir dormir esta noite quando eu posso ficar acordado 

 Pensando em você 

 E você sabe que eu sempre penso

-Lonely God. Marlboro Nights

Olhando nas suas íris verdes intensas que refletiam o mesmo que eu sentia: luxúria e malícia, me pergunto que tipo de problemas aconteceria se eu a beijasse ali mesmo na frente dos seus amigos?

Minha pergunta mental é respondida quando escuto o coro de vozes de Kevin e Érica gritando "beija, beija, beija" e me afasto da garota de cabelos rosa que era um perigo para os poucos neurônios que restaram depois de conhecer ela, mudo de assunto descaradamente começando a falar sobre a iluminação do ambiente. Iluminação Josh? Sério?

Acabamos a noite em uma rodada de "verdade sem desafios" proposto por mim aonde eu descobri coisas do tipo Kev já ter sido noivo, Érica ter passado por um acidente envolvendo uma máquina de sorvete em uma sorveteria, e Allison ter fugido de casa de um detetive para passar a noite com um cara, o que não resultou em uma coisa muito boa já que no meio da noite tinham quatro viaturas policiais na porta do pobre coitado. Quase me mijei de rir enquanto ela contava essa história e de como a mãe do cara estapeou ele e ela foi levada para casa por uma viatura policial e que como castigou passou a semana inteira acompanhando o padrinho em casos de desaparecimentos para ela aprender a lição de nunca mais sair sem avisar.

Acompanhei ela até em casa que ficava no caminho da minha a seguindo com meu carro logo atrás da moto preta da Harley-Davidson que dava um charme e tanto a ela e fazia um ótimo contraste aos poucos cabelos rosa claro que voavam livremente fora do capacete. Assim que cheguei me deparei com a casa silenciosa mas uma pequena louça na pia da cozinha indicando que minha mãe havia chegado e já tinha ido dormir, lavei tudo deixando escorrer no escorredor de pratos para tomar um bom banho e cair na minha cama ansioso pela o que eu espero ser uma boa noite de sono.

Falhei miseravelmente em acreditar nisso pois quando eu acordei nem o sol tinha acordado, me levanto da cama totalmente acabado e faço uma das coisas que estava tentando evitar a muito tempo, pego a maldita cartela de Marlboro que eu tinha embaixo de um antigo caderno na mesa de cabeceira marrom escura ao lado da minha cama junto com um isqueiro preto qualquer e vou me sentar no parapeito da janela no meu quarto que ficava do lado esquerdo a minha cama, me sento no parapeito dela enquanto acendia o cigarro que estava no meio dos meus dedos para enfim inspirar ele sentindo a nicotina relaxando meus músculos aos poucos enquanto eu faço o mesmo procedimento de inspirar e expirar a fumaça até ele acabar comigo perdido em pensamentos enquanto vejo o sol nascer a minha frente. Os tons de rosa que o céu adquire aos poucos me lembravam os cabelos cheios com cheiro de morango da Allison, junto com o seu sorriso ora provocativo ora irônico ou até mesmo em pouquíssimas vezes envergonhado com as bochechas rosadas que me dão uma vontade enorme de apertar e beijá-las ao mesmo tempo, os olhos verdes como grama recém crescida na primavera completamente intensos dizendo coisas que nunca nenhuma boca seria capaz de conseguir exemplificar com tanta vivacidade mas que me hipnotizavam completamente, de como minha jaqueta preta preferida ficou terrivelmente bonita nela após ela declarar em alto e bom som que havia a roubado de mim e eu deixei, o que fez minha mãe me olhar completamente chocada quando notou a falta dela no meu guarda roupa já que eu era extremamente ciumento com aquela jaqueta, não deixando nem meus próprios amigos usarem, mas eu não pensei nem duas vezes em entregar ela de bandeja para Allison, e tinha medo de acabar entregando outra coisa também de bandeja para ela algo que eu desconfio que ela já está tomando para si bem aos poucos.