Epílogo 1. Estranhos

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De estranhos a amigos

Amigos em amantes

E estranhos de novo

Strange. Celeste

1 ano e 6 meses depois do término. Josh.

Sentia o suor escorrendo pelas minhas costas enquanto corria na esteira da academia. Sabia que dia era hoje e que dia seria amanhã e só de pensar nisso me fez acelerar ainda mais a velocidade da esteira e começar a correr mais rápido.

Paro quando já estava ofegante demais e quando minhas pernas pareciam queimar. Sinto os olhos de Rachel em mim do outro lado da academia fazendo boxe com as luvas rosa shock e o cabelo loiro preso em um rabo de cavalo. Tomei meia garrafa de água antes de ir caminhando lentamente até onde ela se encontra, observo minhas mensagens para ver se tinha alguém importante.

Kev perguntando que tipo de jantar faz para a família de Nath faz, Minha psicóloga pedindo confirmação para amanhã, meu pai me chamando para uma noitada em Las Vegas. Ninguém é de extrema urgência.

Rachel sorri para mim, as pontas rosa do cabelo balançam quando ela dá os últimos socos no saco de pancadas. Assim que acaba, tira as luvas rosa olhando ao redor da academia vazia pelo horário que viemos.

— E ai lindinha, planos para esse final de semana? -pergunto para a loira fazendo referência a fantasia que ela usou na festa de aniversário dela a algumas semanas.

— Tenho, dessa vez, Alli vai fazer a primeira corrida da nova temporada em Nova York. Vamos lá pra ver ela. -sua menção a minha ex namorada faz com que algo se revire no meu estômago, Rachel percebe o que falou e arregala os olhos. — Me desculpa Josh, sei que Allison é um assunto delicado e que eu não deveria ter entrado em tantos detalhes.

— Sem essa lindinha, eu e ela terminamos a um ano, já passou. Então ela vai ficar por Nova York? -abro a porta deixando ela passar primeiro e depois saio indo em direção ao carro prateado na nossa frente

— Não sabia? Ela postou esses dias no insta.

— Parei de seguir ela. Enfim, vamos para casa porque você precisa de um banho. -ela ri quando atira a garrafa de água vazia em mim.

Após deixar a loira em casa e tomar um bom banho, eu decidi fazer uma coisa que não faço a muito tempo. Pego meu celular e digito as iniciais da Allison na barra de pesquisa do meu Instagram, parar de procurar informações sobre ela foi uma coisa que minha psicóloga me indicou para seguir em frente, e mesmo que tenha sido extremamente cansativo manter minha cabeça ocupada quando tudo o que eu queria das minhas 24 horas do dia era ver se ela postou mais alguma coisa no twitter ou no Instagram.

Olho o feed bem atualizado, fotos com os amigos em festas ou em lanchonetes, seguido de mais fotos de Salen e da Harley Davidson preta em diversos lugares de Rockville, as mais recentes são em seu apartamento em Nova York e algumas fotos de paisagens. Vejo seus stories, pessoas desconhecidas usando muitas jaquetas pretas, nada me atinge com interesse até eu ver uma foto postada a minutos atrás com um homem que aparenta ter nossa idade beijando sua bochecha junto a apenas um coração de legenda.

Não deixei aquele sentimento amargo tomar conta de mim, desliguei meu celular pegando o controle da tv e a ligando. Ky se deita no chão me deixando passar a mão entre seu pelo castanho e preto.

— Não deveria ter feito isso amigão, não devia mesmo.

Acordo com gritos e me levanto assustado, observo minha mãe pulando no lugar com a mão na boca observando um envelope na mão com a ponta já rasgada. Nos poucos minutos que meu cérebro levou para processar o que tinha acontecido, a mulher mais velha já me agarrava em um abraço forte fazendo o cachorro aos nossos pés se animar, mesmo sem saber o motivo.

Minha PerdiçãoWhere stories live. Discover now