Capítulo 31

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Enrico

Eu já havia tomado minha decisão de voltar antes de Mara ir me procurar no apartamento de Ivan.

Ela era jovem e tinha uma vida toda pela frente, doeu muito deixá-la para trás mas eu não podia agir diferente. Sempre que estamos juntos é eletricidade pura, mas eu tenho que pensar no melhor para ela, se nos afastamos agora ela provavelmente já nem sinta minha falta quando eu não estiver mais aqui. Voltei a minha vida normal que se resumia entre trabalho e casa, já que agora não tenho mais nem meus irmãos aqui para sair um pouco e mesmo se estivessem aqui não estou com clima para diversão.

Olho para tantos papéis espalhados sobre a mesa do meu escritório me esperando para analisá-los e a única coisa que não saia da minha cabeça era uma garota linda de 1,60, de cabelos cacheados longos, um sorriso encantador, mas que também pode ser uma encrenca na certa. Passo a não na nuca, tentando aplacar a dor chata de cabeça que desde cedo tenho sentido, olho no relógio e já passam do meio dia. Arrumo toda a papelada, pego a carteira coloco no bolso, chave do carro, celular e saio da minha sala na intenção de sair para almoçar. Ao entrar no elevador a dor de cabeça começa a piorar, minha vista embaralha e sinto meu corpo pesar.

Quando acordo estou em um quarto de hospital, com um homem desconhecido em pé ao lado da minha cama. Eu não precisava perguntar quem ele era porque eu sabia que era um dos seguranças do velho, desde em que cheguei aqui notei ele me seguir por todos os lados.

__ como cheguei aqui?

__ eu chamei a emergência assim que o achei desacordado no elevador.

__ você avisou para o Giovane?__ perguntei já sabendo a resposta, aliás era para isso que ele estava monitorando meus passos.

__  ele já está a caminho.

Fui levado para fazer vários exames, nos quais os médicos descobriram que havia um pequeno inchaço em volta do tumor o que levou ao aumento das dores de cabeça, para diminui-lo seriam administrados corticosteroides e para evitar possíveis convulsões eu passarei a fazer isso de anticonvulsivantes. O médico achou melhor eu ficar internado em observação.

A noite caia quando o velho chegou no hospital exigindo que o médico fosse o ver, ele estava nervoso e fazia várias perguntas ao médico que o respondia paciente.

Eu só observava calado, não iria adiantar nada discutir com ele no hospital e na frente de outras pessoas.

__ o que você pensa que está fazendo Enrico se recusando a passar pelo tratamento? __ o velho me questionou furioso após a saída do médico.

__ isso  __ mostro o remédio que está ligado a minha veia __ parece com recusar o tratamento para o senhor?

__ estou falando da cirurgia o doutor disse...

__ eu sei o que ele disse __ o interrompi __ já ouvi isso dele tanto que já decorei mas o senhor também ouviu que o tumor se encontra em um lugar de difícil acesso e que eu posso perder os movimentos ou talvez eu esqueça quem sou, não... não quero isso pra mim.

Nossa discursão não nos levou a nenhum acordo e só foi interrompida quando o velho recebeu uma ligação.

__ oi filha tudo bem? (tempo) __ estou bem, não esqueça o que me prometeu, nesse jantar não se arrisque tanto, tenha cuidado no que fala, seja firme em suas respostas e nunca... jamais demonstre qualquer tipo de medo ou insegurança. (tempo) __ Enrico está internado ... (tempo)

O velho me olhou como se me pedisse permissão para contar e fiz sinal a ele que não dissesse nada a ela.

__ não foi nada de mais filha não precisa se preocupar ele só teve um pequeno acidente no trabalho... nós  já estamos saindo do hospital agora, então não precisa se preocupar (tempo) __ stai attento (se cuida).

__ obrigado __ agradeci ao ver ele desligar a ligação.

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