Capítulo 9

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Tamara

Sempre usei a música como forma de me expressar se estou feliz canto musicas alegres, se estou triste musicas de sofrência e essa música que escolhi pra cantar define exatamente o que estou sentindo agora.

Eu sou boa demais em despedidas, primeiro me despedi de minha mãe, depois da vida que eu tinha aqui e fui morar com meu pai na Itália onde não conhecia ninguém e foi tudo novo, amigos e escola para logo em seguida me despedir novamente e por fim aceitei meu lugar na minha verdadeira família e onde estou? Mais uma vez tive que me despedir e agora estou só.

Meus olhos percorrem as pessoas que me ouvem cantar até chegar nele. Enrico me olhava como se quisesse me decifrar e por mais tentasse desviar meus olhos dos dele eu não conseguia. Os meus olhos não viam mais nada e ninguém só ele.

Quando a música e os aplausos das pessoas que ali estavam ecoaram em meus ouvidos e tive que desviar os meus olhos dos dele, de repente um vazio tomou conta de mim e mesmo sem desejar sorri e agradeci a todos.

Desci do palco e Rudio estava a minha frente.

__ você ainda sabe cantar.

__ eu sou a melhor __ desviei o olhar para a direção da mesa em que Enrico estava e ele ainda olhava para mim.

__ e o homem sentado a sua espera... quem é ele?

__ como eu disse essa é uma longa história que depois eu te conto, agora tenho que voltar a minha mesa.

Enquanto eu caminhava até a mesa fui parada pelo idiota que me chamou mexeu comigo no estacionamento.

__ o que você gostaria de beber gracinha é só pedir que eu pago.

__ não obrigado... se eu desejar beber algo eu mesma pago__ passei por ele e voltei __ eu acho que eu quero sim.

__ e só pedir gata.

__ para com essas cantadas chatas que usam palavras como gata, gostosa ou coisas do tipo, as garotas gostam de se sentirem lindas e desejadas, não como carnes expostas. __ comecei a sair mas fui para por ele novamente agora, segurando meu braço.

__ então você se acha muito esperta, mas você não passa de uma vadiazinha que gosta de homens mais velhos. __ ele começou a apertar mais onde segurava

__isso não é verdade querido, eu gosto de homens... não moleques como você e se eu fosse você seria esperto também e soltaria meu braço.

__ ah é? E por que?

Apontei com a cabeça para de trás dele e quando ele olhou lá estava Enrico com aquela cara de quem comeu e não gostou.

__ já deu nossa hora vamos? __ Enrico disse sem tirar os olhos do rapaz que parecia apavorado ao soltar meu braço e sair quase correndo __ você está bem Tamara? __ perguntou firme.

__ estou ótima... eu só vou me despedir de Rudio e volto para irmos. __ dei o primeiro passo e bati em uma das mesas.

__ você precisa de ajuda para ir até lá? O caminho até o bar a iluminação é bem pouca. __ ele fala se referindo a cegueira noturna.

__ não... eu estou bem e não é que eu não consiga ver, eu só tenho a visão limitada em lugar pouco iluminado, eu não enxergo claramente, mas enxergo.

A cegueira noturna as vezes me atrapalha no primeiro momento, mas depois que eu dou uma pequena olhada em qualquer coisa ou local eu tenho um trunfo que me ajuda muito mas ele não precisa saber disso.

Fui até o balcão me despedir de Rudio.

__ Rudio, eu já estou indo não estou me sentindo bem.

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