Capítulo 47

759 111 13
                                    

                                                Tamara

__ por que ele não acorda? __ questiono meu pai enquanto passo um pano humedecido pelo corpo de Enrico fazendo sua limpeza diária  __ o médico não disse que ele acordaria logo? Três... já fazem três dias que Enrico dormi após a cirurgia sem acordar  em nenhum momento.

O médico havia nos explicado que a cirurgia havia ocorrido sem nenhuma complicações, mas que só saberíamos se ele iria ou não ficar com alguma sequela após  ele acordar.

__ filha vá para casa e  descanse eu ficarei com ele __ meu pai falou paciente __ você precisa se alimentar e se cuidar, meu filho não ficará satisfeito se acordar e ti ver tão cansada assim, ficarei um pouco e logo Salvatore virá, ele passará a noite aqui com o irmão.

__ tudo bem eu vou mas amanhã bem cedo eu volto.

Nos últimos dias temos nos revezado para não deixarmos Enrico sozinho, não queremos que ele acorde e não veja ninguém conhecido por perto. Não que eu quisesse sair do seu lado mas fui praticamente obrigada por todos  que diziam que eu ainda não estava totalmente recuperada e que tinha que descansar pois eu havia passado por muito os últimos dias.

“ Ah! se eles soubessem.”  Meu coração se aperta só de imaginar o que eu faria da vida se... “Não,  recuso-me a pensar que algo tenha dado errado.”

Por mais que tenha corrido tudo bem durante a cirurgia o médico deixou bem claro  que só saberemos  se haveria alguma sequela quando ele acordar. Parece que "Tudo ocorreu bem" para o médico significa ele está vivo, tiramos o tumor mas...

“Mas nada Mara pense positivo, ele não terá nenhuma sequela e irá acordar. Ele tem que acordar.

Os dias que se seguiram meu pai praticamente me manteve longe do hospital, era sempre um motivo diferente, mas sei bem que ele está me mantendo longe por pedido de Enrico, lembro-me bem das palavras dele no dia que descobri sobre sua doença mas mesmo se eu não houvesse escutado de sua própria boca ainda assim eu sei que ele não iria me querer ao seu lado, afinal esse era seu maior medo me prender ao lado de um inválido.

__ acorda por favor __ seguro uma de suas mãos __ eu não suporto mais te ver assim, os dias estão quentes e meu corpo está gelado sem você__ seco uma lágrima que rola no meu rosto __ eu estou tentando ser forte mas está tão difícil __ solto sua mão e saio do quarto.

Encostada na parede do lado de fora do quarto e tampando a boca para que meu choro não seja escutado. Meu coração queima, meu corpo dói e sinto minhas pernas fraquejarem e as lágrimas continuam  rolando descontroladas.

__ filha__ ouço a voz do meu pai e seco rápido as lágrimas.

Durante os treze dias que se passaram venho sendo forte na frente de todos, apesar de está sempre estampado no meu rosto que estou sempre chorando ainda assim não o faço na frente de ninguém, não preciso de nenhum motivo a mais para ser retirada do lado dele.

__ oi papá __ abro a porta e entro novamente no quarto sem mesmo olhar para ele mas sinto sua presença atrás de mim __ eu vou passar a noite com ele __ volto a sentar ao lado de Enrico.

__ minha menina você precisa se cuidar, olhe para você perdeu peso, não dormi e não come __ ele coloca a mão no meu ombro __ eu não posso deixar você se acabar assim, prometi a Enrico que se algo acontecesse com ele eu não deixaria você ficar ao lado dele sofrendo e esquecendo de si.

Tiro sua mão e o olho por cima do ombro com olhos semicerrados sem acreditar no que ele acabou de dizer.

__ nada aconteceu com ele, não ouse dizer que ele não vai... __ a palavra ficou travada na garganta não consigo nem ao menos pensar.

Entre o amor e a razão Where stories live. Discover now