Insegurança // Desconfiança

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~~ pov. Rafaella ~~

3 meses tinha se passado e minha auto-estima estava lá em baixo. Como eu já havia passado por essa experiência, já sabia que uma das principais transformações no corpo da mulher após o parto era a queda nos níveis hormonais. No pós-parto da Sofia, eu tive um puerpério de imediato e meu corpo logo começou a se recuperar. Mas agora estava sendo completamente diferente, claro, eu já sabia disso, tive uma gestação de gêmeos, então era tudo dobrado. Estava tendo um puerpério tardio e remoto, meu corpo ainda estava passando por transformações, meu útero continuava a regredir e a região genital continuavam a sofrer modificações para se recuperar por completo do período gestacional. Thelma me disse que enquanto eu amamentasse eu estaria sofrendo modificações da gestação.

Eu me sentia mais cansada e desanimada, estava tendo o apoio de Gizelly, da minha mãe e da minha sogra durante o primeiro mês, mas depois elas foram embora e agora só a Gizelly estava comigo. Estela vinha para olhar Sofia e Alessia.

Eu estava tendo muitas mudanças hormonais que estava me deixando mais frágil e sentimental. Sentimentos de insegurança com meu corpo. Na verdade, eu tinha um novo respeito por ele, sentia orgulho por ter dado à luz à Ravi e Antonella. Mas ao mesmo tempo, eu não estava me sentindo bem com ele, meu corpo estava desproporcional e com algumas manchas que ainda não tinham sumido praticamente, aumentando ainda mais minha insegurança comigo mesma.

Por falar nos dois pequenos, eles estavam cada dia mais parecidos com Gizelly, em tudo praticamente, ela tentava me convencer que os dois tinham algumas coisas minha, mas nada me provava o contrário, os dois eram seu xeroz.

Eu e Gizelly estávamos juntas, na mesma casa, mas ao mesmo tempo, estávamos distantes. Claro, em relação às crianças estava tudo bem, tínhamos nossos momentos com os quatro.

Mas em relação à nós duas, estava tudo péssimo. Quando meu resguardo terminou, Gizelly me procurou duas vezes e eu neguei, eu não estava bem com meu corpo e ainda não estou, sentia medo dela me ver e me achar feia, eu não falei o motivo, apenas disse que não queria naquele momento e ela não insistiu me respeitando.

O problema era que desde que ela tinha voltado a trabalhar, chegava de noite e sempre dizia estar cansada. Os diálogos entre nós duas eram poucos, apenas sobre nossos filhos. Ela não me tratava com indiferença, mas eu não sentia que era aquela mesma Gizelly que eu conheci com seu jeitinho carinhoso e amoroso. Com nossos filhos ela era uma e comigo parecia ser outra.

Aquilo estava me matando por dentro. Estava me sentindo rejeitada.

...

~~ pov. Gizelly ~~

Cheguei em casa por volta das oito horas da noite, eu juro que estava me tornando um caco de tanto trabalhar. Eu havia ficado um pouco mais de 3 meses de licença, antes e depois de Rafa ganhar os gêmeos e agora que tinha voltado, parece que estava tudo triplicado e eu estava trabalhando duas horas há mais.

Rafa:finalmente chegou né? Rafa disse séria me encarando quando eu entrei pela porta.

Gizelly:eu te liguei avisando que ia demorar hoje por causa da reunião. expliquei.

Rafa:e na minha cara tá escrito palhaça. ela disse irônica.

Gizelly:olha Rafaella eu não vou brigar com você. falei indo até o nosso quarto e ela me seguiu.

Rafa:eu não vou aceitar ser feita de trouxa outra vez, eu não vou Gizelly. ela disse alterada e eu me virei pra ela.

Gizelly:o que você está insinuando Rafaella?

Rafa:estou insinuando que você esqueceu que tem uma mulher dentro dessa casa, você chega todos os dias de noite falando que tá cansada, desde que você voltou a trabalhar e com aquela nova advogada que entrou, você está diferente comigo.

Gizelly:não é possível que eu estou ouvindo uma coisa dessas.

Rafa:assume que você tá tendo um caso com a Fernanda.

Gizelly:Rafaella você está se ouvindo falar? Chega a ser absurdamente idiota.

Rafa:minha cabeça está doendo, meu dia foi cheio, isso pra mim é desculpa enquanto você está com a outra, você acha que eu tô me sentindo como? Eu sei que você acha que eu tô feia, que eu tô gorda, que meu corpo não tá do jeito que você queria...

Gizelly:para de falar besteira Rafa. pedi a interrompendo.

Rafa:você não sente mais atração por mim e tá fazendo o mesmo que o Henrique fez, está me traindo.

Gizelly:CHEGA RAFAELLA! gritei me esquecendo que as crianças estavam dormindo.

Rafaella havia tirado a minha paciência, eu não queria levar aquela discussão adiante. Entrei no banheiro batendo a porta com tudo, me despi e liguei o chuveiro deixando a água cair sobre meu corpo.

Eu não estava conseguindo acreditar que Rafaella achava mesmo que eu estava traindo ela com a Fernanda. Isso era um absurdo. É claro que eu não havia a procurado mais, nas duas vezes que fiz isso, ela me disse que não queria e eu a respeitei, claro que eu sentia sua falta, mas eu não ia forçar nada com ela, quando ela quisesse e se sentisse à vontade de se entregar novamente pra mim, eu estaria aqui.

Engraçado que ela havia falado que eu tinha esquecido que eu tinha uma mulher dentro de casa, sendo que na verdade, ela que tinha se esquecido de mim. Eu sei que o pós-parto, o resguardo necessitava de atenção e cuidados para uma boa recuperação. E eu estive o tempo todo ao lado de Rafaella, quer dizer, em alguns momentos, porque ela estava me afastando dela com sua frieza, tudo bem, eu não reclamava, pelo contrário, eu tentava ajudar como eu podia e Thelma disse que logo passaria, que era normal algumas mães ficassem assim.

Mas Rafaella cogitar uma traição pra mim era demais, havia me comparado com o Henrique, eu estava realmente magoada.

...

Old que nem tudo são flores né? Vocês estão do lado da Rafaella ou da Gizelly?

Inesperado {Girafa ft. Gicela}Where stories live. Discover now