forty-nine

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STELLA BACKER

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STELLA BACKER


49| CAPÍTULO QUARENTA E NOVE

06/10

Emma tinha me mandado mensagem perguntando na onde eu estava e porquê não estava no baile. Eu não falei para ela que bati no anfitrião e nem nada, só disse que eu e o Aaron não estávamos curtindo a festa e decidimos ir embora e a mesma soltou uma "Humm vão transar né?"

"Qual é o seu filme preferido?" Ele pergunta me olhando atentamente esperando minha resposta.

"Essa é fácil, Matilda." Falo e o mesmo me olha com interrogação.

"O quê?" Aaron pergunta.

"É Aaron um filme de 1996, muito bom." Falo e ele continua com a mesma cara, como se não soubesse que o filme existia. "VOCÊ NÃO CONHECE?!" Pergunto espantada.

"Conheço... É que também é o filme preferido da Beatrix" Aaron responde.

"Quem é Beatrix? Seja lá quem for tem um bom gosto." Falo rindo.

"É minha irmã mais nova." Ele fala.

"Calma, você tem uma irmã mais nova?!" Pergunto franzindo a sombrancelha.

"Stella sua caralha, eu te falei isso semana passada." Ele fala com um sorriso entre os lábios,lembrando da irmã.

"Ata." Dou uma risada alta. "Foi quando eu estava babada eu acho e quando eu vou conhecer ela?" Eu pergunto e o mesmo faz uma cara de espanto. "É Aaron,ela é a única pessoa que também gosta de Matilda. Eu preciso conhecê-la." Falo e o mesmo ri.

"Eu não vou aguentar vocês duas juntas não." Ele fala rindo.

"Ah vai sim, a gente ainda vai maratona Matilda e você que lute." Falo. "Você vai mesmo para o Brasil comigo?" Pergunto depois de um tempo em silêncio.

"Sim... Mas se você não estiver confortável com isso eu não vou." Ele fala parecendo tenso.

"Eu quero que você vá Aaron, só que eu não sei se você vai gostar de estar lá." Falo.

"Coração, você vai estar lá então não tem como eu não gostar." Aaron fala sorrindo fazendo um monte de borboletas invadirem sem permissão o meu estômago. Filhas da puta. "Tem alguma coisa que você quer que eu saiba antes da gente ir?" Ele pergunta.

"Meu pai é um puta chato." Falo e ele ri. "Ela vai ficar fazendo perguntas sobre você e sua vida,vai procurar os mínimos erros que você cometer e vai jogar na sua cara."

"Ah... Que bom então que eu sou perfeito." Ele fala e eu coloco meu queixo no seu peito para olhar o seu rosto.

"Você é um convencido,isso sim." Falo e o mesmo ri.

"Mas você gosta." Aaron diz convencido.

"É... Talvez só um pouquinho." Faço assim com a mão 🤏🏻. "Nem é de se espantar se o meu pai não gostar de você,nem de mim ele gosta." Falo voltando a olhar para a cidade iluminada pelas luzes.

"Por que você está falando isso?" Ele pergunta realmente parecendo que se importa.

"Depois que minha mãe morreu,meu pai mudou completamente. Passava horas e horas no trabalho e quando estava em casa era bêbado e tropeçando entre as pernas." Dou uma pausa. "Ele não perguntava se eu estava bem,nem se eu tinha comido. Não perguntava como eu estava na escola nem como estava a porra da minha saúde. Ele não se preocupava com nada,eu sei que o luto foi difícil para ele mas porra... Ela também era a minha mãe,a minha mãe morreu Aaron e eu não tive ninguém para me abraçar nem dizer que iria ficar tudo bem,eu passei dias sem comer,sem tomar banho e não saída do quarto. Meus dias eram acordar olhar o tempo na janela e voltar a dormir,eu só levantava para ir no banheiro. Eu não sentia vontade de fazer nada,eu só chorava e ficava no quarto." Deixo uma lágrima escorrer.  "A única pessoa que se importou comigo foi a mulher que trabalhava lá em casa,ela era bem amiga da minha mãe e decidiu continuar trabalhando mesmo quando ela morreu. Ela levava comida para mim mesmo eu não sentindo vontade nenhuma de comer,ela me levava para tomar banho a força, ela fez tudo para que eu me sentisse um pouco melhor. Meu pai não deu as caras,eu fiquei quase um ano inteiro no quarto e ele não foi me ver, não batia na porta do quarto. Quantas vezes eu ficava esperando ele entrar e me dar a porra de um abraço,mas nada. Eu estava perdida,fiquei procurando coisas para me tirar daquela dor que vivia comigo,me machuquei procurando algum tipo de dor mais suportável pela que eu estava sentindo. Mas nada,nada fez com que eu melhorasse. Até que eu comecei a conviver com aquilo,conviver com a dor. Mas também não foi uma das melhores coisas que eu fiz. Eu me drogava,bebia e cada noite eu acordava em um lugar diferente. Mas mesmo assim meu pai nunca,nunca se preocupou. Eu passei por coisas terríveis por estar sem amparo e por não ter ninguém para me ajudar a seguir o caminho certo,e ele nem sabe..." Deixo outra lágrima cair.

"Eu nem sei o que falar coração, não sei o que fazer não sei de nada que eu possa fazer para você se sentir melhor. Sinto muito por você ter passado por isso sozinha e sinto muito pelo seu pai ser um grande filho da puta,mas eu sei que eu estou aqui agora e também sei que nada que eu fazer vai mudar o que você passou no passado. Mas sei que agora que você está melhor, não vou deixar você passar por nada parecido." Aaron fala e me abraça forte. Me sinto estranhamente acolhida por esse gostoso.

"Obrigada Aaron." Falo e me acolho no seu abraço.

E contínua...

E contínua

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𝘓𝘰𝘴𝘵 𝘪𝘯 𝘕𝘦𝘸 𝘠𝘰𝘳𝘬 Where stories live. Discover now