twenty eight

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STELLA BACKER

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STELLA BACKER

28| CAPÍTULO VINTE E OITO

uma semana depois... Dia 02/12 quinta feira

      Durante toda minha vida eu me senti sozinha, minha mãe morreu quando eu era uma criança e poucas vezes eu via o meu pai.

     Tinha isso na minha cabeça, mas estava tudo bem. Porque literalmente falando, eu não estava sozinha. Meu pai ainda esteve lá. Ele não me tratava bem, não conversava comigo ou deixava que eu ficasse por perto. Mas ainda sim, ele esteve lá.

     Agora, não. Agora eu estou sozinha, realmente sozinha. Sinto como se cada parte do meu corpo estivesse pesada, faz uma semana que nada para em meu estômago. Aaron tentou me dar comida várias vezes, mas eu nunca conseguia segurar. Assim que a comida chegava em meu estômago, o vômito vinha.

É horrível.

     Ainda sinto o gosto amargo na boca, mesmo escovando os dentes sem parar. Ainda sinto a minha garganta arranhando como se eu tivesse engolido cacos de vidro.

     Minha aparência está horrível, com olheiras fundas e roxas. Os ossos da minha clavícula amostra, mostrando o quanto eu emagreci em uma semana.

     Dês de o dia em que eu descobri que o meu pai morreu, eu não chorei mais. Não consegui. Não conversei muito com o pessoal de casa e não passei da porta do meu quarto.

     Meu peito ainda está apertado e as vezes eu acordo com falta de ar.

     Não fui ao enterro do meu pai, Maria ligou, ligou e ligou. Mas eu não consegui, não consegui atender e muito menos viajar para o Brasil.

Eu fui uma covarde.

     Ainda me lembro do dia em que a minha mãe morreu, os convidados com taças de champanhe nas mãos e roupas chiques completamente pretas.

𝘓𝘰𝘴𝘵 𝘪𝘯 𝘕𝘦𝘸 𝘠𝘰𝘳𝘬 Where stories live. Discover now