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Juliette

Já era 18:00hrs seu marido estava para chegar. Juliette já tinha até se esquecido do novo vizinho, sabia como Rodolffo era exigente, queria seu jantar pronto assim que chegasse e tomasse banho. Essa era uma das piores horas do dia para ela, tinha sempre receio de fazer algo errado e deixar ele zangado.

Começou a se lembrar do início do casamento e como os dois eram tão diferentes, como água e óleo.

Rodolffo era 30 anos mais velho que ela, baixo, com uma barriga que aumentava cada vez mais e os poucos cabelos que restavam já estavam quase totalmente brancos, era um homem brutal quando queria, mais sempre dizia que tudo que fazia era para o bem dela, que ele sendo um pastor, era um emissário de deus na terra, ela tinha obrigação de respeitar e aceitar cada decisão dele, e a vida ia sendo assim, durante dezesseis anos ela sempre aceitou e respeitou, até coisas que julgava absurdas. Tinha casado com 15 anos, mais por vontade do pai do que por qualquer tipo de sentimento, mais só conseguia sentir medo.

Tinha constantes crises de choro. Quando ainda era solteira, havia sonhado com alguém que amasse e também a amaria, teriam uma vida feliz, se abraçariam, andariam de mãos dadas, fariam passeios, era uma romântica, mas sua vida não tinha nada disso, só sai para ir a igreja que ficava ao lado da casa, aquela era sua única alegria, ali ela podia cantar, e assim extravasar parte de toda infelicidade que sentia.

Ouviu quando o carro do marido chegou, seu cérebro já enviou sinal para os músculos que se tensionaram imediatamente. Como de costume ele entrou e bateu a porta da sala com força, jogou a mochila no chão e mandou que ela aprontasse sua roupa, ela fez, e já começou a colocar a comida na mesa, picou os tomates para uma salada, quando ele saiu do banho tudo já estava na mesa a sua espera.

Ele se senta a mesa quieto, ela espera que ele se ajeite e depois senta, nunca sentava antes dele, isso era considerado falta de respeito e ele nunca admitia que ela tomasse essa atitude. Resolveu perguntar como havia sido o dia de trabalho.

- Como foi seu dia hoje?

- Tudo igual, não sei por que você ainda pergunta isso.

- Temos um vizinho novo, vi quando a mudança chegou.

- Hum, só espero que seja alguém decente, se for algum maconheiro, já vou precisar dar um jeito de tirar ele daqui, afinal, não queremos gente desse tipo na nossa comunidade.

Juliette sabia bem disso, a dois anos ele havia juntado todas as pessoas da igreja e mais algumas do bairro para atormentar a vida de uma mãe solteira que tinha tido o azar de se mudar para uma casa ali perto, ela não ficou nem seis meses, não suportou a pressão que  as pessoas faziam e tudo isso sob o comando de seu marido. Estava perdida nesses pensamentos quando Rodolffo começou a me xingar.

- Mas que droga é essa Juliette?

Ele dizia mostrando uma rodela de tomate, ela não via nada de errado nele. respondeu de forma inocente.

- Um tomate.

A irá transpareceu ainda mais no rosto de Rodolffo.

- Não brinque comigo mulher. Que porcaria é essa, olha o tamanho dessa rodela de tomate, quantas vezes vou ter que dizer que não gosto de rodelas grossas, você faz de propósito, né?

- Juro que não fiz por mal, posso picar outro tomate agora, me desculpe.

Já ia pegando a vasilha com a salada para trocar, quando Rodolffo segurou meu braço.

- Acha que encontro dinheiro na rua? Você vai comer tudo isso e agora.

Sentiu o estômago ficar embrulhado, tinha alergia a tomate, se comesse ficaria toda empolada e se coçando a noite.

- Você sabe que tenho alergia, não posso comer.

- Vai comer isso AGORA!!! Entendeu ou vou precisar enfiar na sua boca?

Juliette pegou a vasilha com os tomates e começou a comer, não ia chorar, isso só seria motivo de mais fúria para Rodolffo, quando acabou de comer ficou em silêncio esperando.

Ele se levanta e vai até perto da pia onde ela está parada.

- Boa menina. Assim da próxima vez toma mais cuidado. Agora me faça outra salada, estou morrendo de fome.

E lá foi ela fazer outra salada, dessa vez tendo o cuidado de cortar as rodelas bem finas.

Passou a noite toda acordada com o corpo ardendo e coçando, enquanto ao lado Rodolffo dormia pesado.

Compartilhem a fic por favor, bjs amo vcs🤍

A Mulher do PastorOnde histórias criam vida. Descubra agora