Sarah

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   Era um dia bem frio, se sentia deprimida, a conversa com Juliette ainda reverberava em sua mente, quando o celular começa a tocar. Pensou em não atender, mas a curiosidade sempre fora seu fraco.

    Viu no visor que era uma ligação de Fábio, o outro fotógrafo sócio do estúdio.

- Fala aí, perdido.

- Oi Sa, está muito ocupada hoje?

- Não, o dia foi vazio pra mim.

- Poxa, pode me quebrar um galho?

- O que tá pegando?

- Tenho fotos de aniversários para fazer agora de noite, mais surgiu um imprevisto de família. Pode ir no meu lugar? Quebra essa pra mim?

      Ela não tinha nada para fazer e ficar em casa pensando na mancada que dera com Juliette só piorava seu estado de espírito, seria até bom sair e espairecer.

- Tá beleza. Perdido, me manda o endereço certinho lá no Whats.

- Falou, fico te devendo essa, Sa.

       A alguns segundos depois a mensagem com o endereço chegou, conhecia o bairro, não era longe. Preparou o material que ia usar e vestiu  um casaco grosso, ir de moto nesse frio era a pior parte.

       Chegou lá e ainda não tinha muitos convidados, começou a bater fotos da decoração, era um aniversário de criança, adorava trabalha em festas assim, além de ser animado com aquele monte de crianças correndo, ainda aproveitava para comer alguns docinhos.

      Tirou um monte de fotos do aniversáriante com a família, com amiguinhos, com enfeites, e ficou torcendo para que escolhessem muitas, quanto mais melhor, agora era só esperar para tirar as fotos da hora do parabéns.

       Andou um pouco pelo salão, e depois saiu para tomar um ar, ali fora tinha algumas crianças brincando num escorregador daqueles infláveis e numa cama elástica.

      Sentiu alguem puxando seu casaco e deu de cara com um menino de 4 anos mais ou menos, se abaixou para falar com ele.

- Olá, qual é o seu nome?

- Enzo.

- Eu sou a Sarah, prazer em te conhecer Enzo.

- Salah vim trazer um docinho por que você está triste.

        Criança parece ter esse incrível dom de poder de muitas vezes notar o que os adultos não percebem, adorava a inocência delas, quando cresciam acabam ficando igual todo mundo por que a vida exige isso, um dia ela também havia sido inocente assim. Sentiu se chocada com o gesto do menininho.

- Obrigada, estou triste porque sou grande demais para ir no escorregador.

- Não fica triste tia. Você tem uma máquina de bater foto, isso é mais legal que o escorrega.

- Está certo. Você é um menino muito fofo. Obrigada.

           Deu um abraço nele, que logo
saiu correndo para brincar com os coleguinhas.

             Por fim chegou a hora de cantar parabéns. Mas algumas fotos e havia terminado. Aproveitou para comer mais alguns docinhos e bolo, pegou suas coisas e foi embora.

        Estava quase chegando em casa, passando em frente uma praça do bairro, quando achou que seus olhos estavam lhe pregando uma peça.

        Parou a moto e deixou o farol ligado para iluminar melhor.

       Não era uma ilusão de ótica ou alucinação, ali sentada num banco, sem uma roupa de frio e toda encolhida estava Juliette.

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Qualquer erro me comuniquem.

Bjs até amanhã 🤍

A Mulher do PastorWhere stories live. Discover now