Pocah

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       Quando Sarah saiu para descascar mais um abacaxi, Pocah foi até o quarto ficar com Juliette. Nem se olharam quando ela entrou, Juliette fechou os olhos e dormiu, ou melhor fingiu dormir, o que fez Pocah agradecer aquela atitude, poucas vezes na vida havia ficado constrangida, e estar ali naquele quarto nesse momento a deixava totalmente sem jeito, mas não sabia o motivo.

      Olhou algumas vezes discretamente para Juliette, a primeira vista não parecia uma mulher bonita, mas quando se olhava mais atentamente ia vendo, o cabelo quando solto era magnifico, teria que pedir o nome do cabeleireiro para ela, tinha o corpo pequeno e parecia tão frágil e desamparada, não tinha aquela beleza clássica que atrai as pessoas, mais vários detalhes que lhe davam um ar encantador

      Ficou pensando o que teria levado Sarah a se apaixonar por ela, já que ela convivia com mulheres lindas, modelos, dançarinas, e nunca havia se interessado por nenhuma de forma mais séria, agora estava caindo de amores por essa moça, que além de tudo era casada com um cara nada legal. Uma musica veio na sua cabeça, então fechou os olhos e cantarolou baixinho sem perceber.

- Quem um dia irá dizer....Que existe razão....Nas coisas feitas pelo coração?....E quem irá dizer....Que não existe razão?

     No momento em que voltou as abrir os olhos, notou que Juliette a observava, ficou sem jeito.

- Desculpe, não quis te acordar.

- Você sabe que eu não estava dormindo.

- Não sabia, esses remédios são fortes né?! Costumam dar muito sono.

    Um silêncio constrangedor caiu no quarto, mas dessa vez as duas se olhavam, se avaliavam mutuamente, talvez se perguntando o que Sarah sentia com relação a elas. Juliette quebra a tensão.

- Obrigada por tudo que fez, não tenho como agradecer.

- Já deve saber bem que não fiz isso só por você, fiz por Sarah também, ela estava desesperada e sem saber como agir.

- Mesmo assim te agradeço. Acho que você não deve gostar muito de mim.

- Haha, como se você gostasse de mim também né?! Estamos quites nisso.

     Pocah não era o tipo de pessoas que deixava de lado o que pensava, ela dizia sempre na lata, e tinha algo engasgado que precisava dizer a Juliette.

- Olha, eu não sei o que você sente pela Sarah, mas vi que você é casada. Acha mesmo que isso vai dar certo? Vai largar do seu marido para ficar com ela.?

    Foi como se Pocah tivesse dado um tapa no rosto de Juliette, a expressão dela mudou rapidamente, nem teve como disfarçar.

- Eu ainda não sei como as coisas vão ficar, e eu gosto mesmo da Sarah, mas não posso deixar meu marido agora, ainda tenho coisas para resolver.

- Que tipo de coisas pode ser mais importante do que ficar com quem você ama?

     Juliette não respondeu, agora fitava o teto do quarto, como se estivesse dando a conversa por encerrada, mas Pocah não queria encerrar assim.

- É isso que você pretende fazer? Ficar com seu marido e manter Sarah como sua amante. Por mais que ela te ame, duvido que vá aceitar isso.

- Ela não é minha amante.

- Bem, então não vou mais discutir isso, mas se você magoar ela, vai se ver comigo entendeu?

- Sarah, já é grandinha, pode se defender sozinha.

- Não, ela não pode, ainda mais de gente confusa e indecisa como você. Sarah é uma pessoa incrível, mas se você bobear vai perder ela do mesmo jeito que perdi.

    Agora a conversa parecia mesmo encerrada, tinha dito o que queria, que Juliette pensasse o que quisesse, Sarah não era um brinquedinho para ser usada. Mais uma vez a outra tinha fechado os olhos para não terem que conversar. Pocah resolveu cantar mais um pouco, dessa vez com propósito de irritar Juliette.

- Sou errada, sou errante... Sempre na estrada... Sempre distante... Vou errando... Enquanto tempo me deixar... Errando enquanto tempo me deixar.

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Desculpa pelo sumiço de ontem, estou muito mal com o que está acontecendo 😞

Qualquer erro me comuniquem.

Bjs até amanhã 🤍

DAQUI ATÉ A LUA ❤️🌙

A Mulher do PastorOnde histórias criam vida. Descubra agora