Juliette

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      O vento frio contra o corpo de Juliette era como se fossem facas cortantes que faziam doer até os ossos. Não sabia para onde ir, não tinha nenhum vizinho que pudesse ajudar, teria Sarah, mais havia sido tão grossa e idiota com ela, nesse momento ela devia sentir muito ódio de Juliette. Além do mais Rodolffo poderia estar espiando para ter certeza que não pediria ajuda a ninguém.

    Andou sem rumo por um bom tempo, a noite já havia caído totalmente, uma neblina fina e fria começava a juntar deixando as luzes com um brilho baço.

    Chegou até uma pracinha que havia no bairro, então se deu conta que já estava longe de casa o suficiente.

     Escolheu um banco qualquer e sentou, não fazia diferença sentar em outro banco, a praça era toda aberta, o frio e vento eram o mesmo em qualquer lugar.

     O corpo tremia descontroladamente, os dentes batiam de forma violenta, mesmo ela tentando controlar.
Começou a chorar, era tudo tão injusto, como seu marido podia fazer aquilo com ela. Nos primeiros minutos andou devagar, por que ainda tinha um pouco de esperança que ele voltasse atrás,
que só fizesse aquilo para assustar, mas depois de três quarteirões viu que não ia acontecer, teria mesmo que passar a noite gelada na rua, já não tinha tanto certeza se sobreviveria a aquele frio.

      Começou a lembrar de Sarah, a forma como havia segurado sua cintura, feito o choro parar, como se preocupava com o que acontecia a Juliette, lembrou do beijo que a outra tinha lhe dado, sentiu uma revoada de borboletas no estômago e no entanto havia tratado ela tão mal, dito coisas que não sentia. O que queria mesmo era dizer o quanto tinha gostado daquilo, mas não podia, porque era errado, era um pecado e ela já havia sido curada, foi o que seu pai e Rodolffo diziam.

      Como Sarah e Rodolffo podiam ser tão diferentes.

     Sabia que tinha magoado Sarah e isso doía nela também, porque quando os olhos triste de Sarah encontraram os seus, seu coração se partiu também. Queria tanto poder explicar para ela o motivo daquelas palavras mas não conseguiu e agora era tarde.

    Nunca esqueceria aquele beijo, séria especial para sempre, mais não tinha como conciliar as coisas em que acreditava com o que estava sentindo, gostava de Sarah, não só como se gosta de amiga, mas muito além, mas era uma mulher casada, não podia de forma nenhuma deixar esse sentimento transparecer.

    Logo Sarah encontraria outra mulher e nem se lembraria dela. Por algum motivo, por mais lógico que fosse isso iria acontecer, Juliette sentiu uma dor em imaginar Sarah com outra pessoa. Estava ficando totalmente maluca e com sentimentos conflitantes.

     Tentou desviar o pensamento para outra coisa, pensou em um cobertor quentinho, uma blusa bem grossa, um chá fumegante, mais nada fazia o frio melhorar.

    Se encolheu mais uma vez no banco, os dedos do pé já estavam insensíveis, uma moleza começou a tomar conta do seu corpo, ia dormir ali, nada mais importava, talvez no dia seguinte nem estivesse mais viva, já vira na TV pessoas que morreram de frio.

    Fechou os olhos estava quase adormecendo sentada, quando uma luz forte atinge em cheio seus olhos a deixando meio cega por alguns segundos, então aquela voz conhecida chamou por ela.

- Juliette, é você?

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Vontade de matar o Rodolffo

Qualquer erro me comuniquem.

Bjs até depois 🤍

A Mulher do PastorWhere stories live. Discover now