I

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     Acordou e vejo que o dia já estava clareando, o quarto do hospital já era bem visível mesmo com luz apagada. Sentia se bem melhor, a cabeça não doía tanto e a febre parecia ter baixado, ainda sentia um pouco de dor no peito quando respirava, mas no meio da noite já conseguiu ficar sem a mascara de oxigênio.

     Olhou Sarah adormecida na poltrona que ficava ao lado da cama, ela estava numa posição que parecia anatomicamente desconfortável, deitada de lado com as pernas sobre os braços da poltrona e pescoço num ângulo estranho.

    Juliette levantou devagar sem fazer barulho, estava com muita sede e precisava ir ao banheiro. Primeiro sentou na cama, teve uma tontura leve, afinal fazia horas que estava deitada, mas conseguiu ficar de pé. Depois de tomar agua, foi para perto de Sarah. Apesar daquela posição horrível, a outra parecia dormir tranquilamente.

     Ficou olhando por um tempo ela dormir, Sarah parecia ter uns 15 anos quando dormia, o rosto ficava tão suave, uma mecha de cabelo estava caindo na frente e Juliette não resistiu ao impulso de colocar o cabelo atrás da orelha e passar a mão pela cabeça dela. Sarah acorda em um sobressalto.

- Juh, o que você esta fazendo fora da cama?

    Quando Sarah se endireitou na poltrona, Juliette pode ouvir o barulho dos ossos da outra estalando. O corpo ia ficar dolorido por um bom tempo.

- Bom dia Sarará, eu precisava tomar agua.

- Por que não me acordou, eu teria pegado para você.

- Me sinto melhor, não tinha necessidade de te acordar, alias não havia nem necessidade de você dormir aqui, aposto que esta cheia de dores pelo corpo.

     Agora Sarah levanta de vez e se espreguiça toda, esticando o corpo, mais alguns estalos de ossos e caretas de dor. Vai até Juliette e coloca a mão na testa, para se certificar de que não esta com febre.

- Parece que a febre passou. Nunca deixaria você aqui sozinha, e não foi uma noite tão ruim, estou ótima.

- Realmente Sarah, percebo como esta ótima só pelo barulho das suas articulações.

    Nesse momento a copeira entra no quarto trazendo o café da manhã. Tinha bastante coisa o que fez Juliette supor que tudo ali havia sido bem caro. Ficou pensativa olhando para comida.

- Não vai comer? Quer que eu vá comprar alguma coisa diferente?

- Sarah, isso tudo, deve ter ficado muito caro, não sei como te devolver esse dinheiro. Rodolffo não vai querer pagar.

- Não precisa se preocupar com isso, não me deve nada. Alias preciso te dizer, Pocah pagou, mas calma, foi um empréstimo, vou devolver tudo para ela.

    Juliette senta na poltrona e fica com a cara amuada.

- Que droga Sarah, por que deixou ela pagar?

- Porque no desespero de te trazer logo para cá, acabei esquecendo a carteira, então ela me emprestou. Já disse, não se preocupe com isso.

- Ela fez isso para te impressionar.

- Confesso que fiquei mesmo surpresa com a atitude dela.

      Essa ultima frase fez a insegurança de Juliette subir lá nas alturas.

- Que ótimo Sarah.

- Hey calma.

    Sarah senta junto com Juh na poltrona e a abraça.

- Olha eu sempre imaginei que Pocah fosse uma egoísta que não se importava com ninguém além dela, mas ela te ajudou, mesmo que tenha sido por minha causa. Não precisa ficar chateada.

    Não era chateação que ela se sentia, era ameaça, insegurança, uma sensação que nunca havia tido na vida e nem pensava ter.

- Eu sinto...me sinto...ah Sarah, eu sinto ciúmes. Sei que não é um sentimento bonito, mas sinto ciúmes de você e ela.

- Pois não precisa. Será que ainda não deu para perceber o quanto gosto de você? Eu estou te dando o tempo que você precisa para resolver as coisas com seu marido, eu não vou encostar um dedo em você sem que permita, vou esperar você estar pronta para ficar comigo. Isso não prova o quanto gosto de você?

- Tenho medo que se canse.

- Haha, sou uma mulher bem persistente. Lembra de uma frase do Oscar Wilde que te disse algum tempo atrás?" Se você não demorar muito, posso esperá-la por toda a minha vida."

  Juliette abraçou Sarah mais forte ainda e sentiu quando a outra lhe deu um beijo na testa, agora precisava mesmo comer, queria ficar boa logo, resolver seus problemas e ficar com Sarah.

- Você é tudo que eu sempre sonhei, Sarará.

    Enquanto Juh se alimentava o médico entra no quarto.

- Bom dia, como passou a noite?

- Bom dia, foi tranquila.

- A febre cedeu e você parece bem pela monitoração que os enfermeiros fizeram, já pode ir para casa. Mas vai ter que ficar de repouso e tomar os remédios corretamente, mantenha uma alimentação leve por uns dias. Vou fazer a receita.

     Assim que o médico entregou a receita, Juliette se vestiu, estava louca para sair daquele hospital, não aguentava ficar mais nem um segundo deitada.

- Então Juh, pronta?

- Sim.

- E eu estou de moto, não posso te levar nela, você precisa ir de carro.

- Por favor Sarah, não vai dizer que tenho que ir com a Pocah.

   Sarah vai até onde Juh está e aperta a sua bochecha.

- Claro que não bobinha, vou chamar um Uber. Você fica linda com ciúmes. Sabia?!

   Juliette ficou vermelha, não sabia se de vergonha ou satisfação.

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Desculpe o sumiço gente!

Estou pensando em uma fic com tema infantilismo de sariette vcs apoiam? Vcs acha que ficaria legal?

Qualquer erro me comuniquem.

Bjs até amanhã ❤️

A Mulher do PastorOnde histórias criam vida. Descubra agora