Sarah

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      Ela olhava as fotos de Juliette que havia passado para o computador, não tinha se enganado, a outra era mesmo muito fotogênica. Resolveu imprimir todas e depois pedir uma segunda opinião para algum amigo de estúdio. Pena não ter tirado uma foto com o cabelo dela solto.

      Ainda lutava para entender o motivo de Juliette ter saído correndo daquela forma. Será que tinha dito algo errado, puxou pela memória tudo que conseguia lembrar e não achava um motivo bom o bastante para explicar a atitude dela. Até correu atrás dela para saber o tinha acontecido, mas não alcançou. Amanhã tentaria perguntar e caso fosse pediria desculpa por algum inconveniente.

      Foi dormir com esse pensamento.

    Com a casa toda em ordem sentia se muito melhor, aquela bagunça da mudança já estava atacando seus nervos, nunca achava nada em lugar nenhum, tinha abrir várias caixas e revirar tudo para encontrar o que procurava, agora tudo estava no devido lugar, seu TOC agradecia.

   Preparou um café rápido, pão com manteiga e leite de soja, não suportava leite normal, e por último uma boa xícara de café bem encorpado e doce. Tinha uma sessão de foto para fazer logo cedo, por sorte seria lá no estúdio mesmo.

    Tirou a moto da garagem e foi buscar sua bolsa e o capacete, estava pronta para sair quando viu Juliette e um senhor parados em frente a igreja. Resolveu cumprimentar a amiga, Seria uma falta de educação enorme não fazer isso depois de toda ajuda que tinha recebido ontem e uma parte de si sentia vontade de ouvir a voz dela mais uma vez, uma voz baixa, tímida, diria até quase sofrida e triste.

    Se aproximou dos dois para dar bom dia, eles estavam de costas falando algo e apontando para a igreja.

- Bom dia!

  Os dois viraram ao mesmo tempo, enquanto o senhor parecia analisar Sarah, Juliette estava extremamente pálida, como se tivesse visto um fantasma. Quem respondeu foi o senhor.

- Olá, bom dia. Como vai?

- Eu estou bem e o senhor?

- Tudo como Deus quer. Sou o pastor Rodolffo e essa é minha esposa Juliette.

   Ele disse isso estendendo a mão para Sarah, que ficou paralisada aquele era o marido de Juliette? Um velho? Tinha idade pra ser avó dela. Mas aí se deu conta de como estava sendo preconceituosa. Estendeu a mão em cumprimento também.

- É um prazer conhecê-lo. Sou Sarah acabei de mudar aqui pra casa ao lado.

- Ah! É bom ter vizinho novamente. Cumprimente a moça, Juliette. Perdoe os maus modos dela.

        Juliette se aproximou de cabeça baixa e estendeu a mão.

- É bom te conhecer.

    Por um momento ficou sem saber como agir, já conhecia Juliette, já tinha se ajudado, e ela agia como se fosse a primeira vez que se viam. Ficou confusa,  mas entrou na onda, devia haver alguma explicação para aquela atitude.

- Prazer em te conhecer Juliette.

     A outra se retraiu mais ainda, dessa vez a palidez deu lugar a um vermelhão que se espalhou por todo rosto e pescoço. Sarah chegou a sentir pena pelo desconforto da outra.

- Vou para o trabalho agora, só quis desejar um bom dia aos dois.

- Também já estou indo para o meu trabalho, venha a noite para o nosso culto na igreja.

- Desculpe senhor Rodolffo, mas eu não tenho nenhuma religião.

- Mas um motivo para aparecer no nosso culto, existem muitas almas que ainda precisam ser salvas para o Senhor.

- Agradeço o convite. Tenha um bom trabalho.

   Enquanto Sarah se afastava ainda pode ouvir o pastor dizer a Juliette.: "Parece que encontramos mais um membro pro nosso rebanho." Antes de subir na moto e arrancar, Sarah pensou: "Vai sonhando, pastor. Vai sonhando!"

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Primeiro quero muito agradecer a vocês pelos 1,03k amo vocês. ❤️

Hoje vai ter maratona de 4 capítulos espero que gostem.

Qualquer erro me comuniquem.

Bjs até depois.

A Mulher do PastorOnde histórias criam vida. Descubra agora