II

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   No sábado Rodolffo acabou notando a  inquietação de Juliette no café da manhã, antes de ir pro trabalho.

- Que isso mulher? Por que não para de mexer as pernas, chega balançar a mesa desse jeito. Parece até que está ansiosa com alguma coisa.

- Não é nada. Estaria ansiosa com que? Aqui nunca acontece nada.

    Acabou respondendo de um jeito um pouco mais brusco do que pretendia, lógico que isso também não passou despercebido por Rodolffo.

- Controle esse tom Juliette, sabe que não gosto de impertinências comigo né?

   Juliette não respondeu nada, mas sentiu a revolta por dentro, nem havia falado tão alto assim, estranho que antes ficava chateada, mas não tão revoltada como agora, alguma coisa nela estava mudando e ainda não sabia dizer se era algo que faria bem para sua vida ou não.

    Foi até o fogão preparar a marmita que ele levaria, as vezes se sentia culpada por provocar a raiva dele, Rodolffo trabalhava todos os dias sem folga, talvez por isso fosse tão Bruto e mal humorado.

    Quando ele saiu ela foi mexer no jardim, precisava arrancar algumas ervas daninhas que tinham parecido perto da roseira. Levou o celular junto, Sarah ainda não tinha mandado nenhuma mensagem de bom dia. Será que ainda estava dormindo? Será que já tinha enjoado de mandar mensagem para ela? Será...será.... Ficava passando mil coisas pela sua cabeça, todas pessimistas.

- Heyyyy Juuuuliette!!!! Helloooo!!!

    Com o susto, mais uma vez Juliette caiu de bunda no chão, não esperando aquela aparição brusca de Sarah, pulando em cima do muro do jardim.

- Nossa, eu achei que você já não se assustava comigo.

- Eu não assusto Sarah, desde que  você aja como alguém normal. Credo que susto.

- Desculpa baby, mas de sábado essa é minha marcha mais lenta.

- Sério. Não quero ver sua marcha máxima. Nesses dias você faz como, da cambalhotas quando vai cumprimentar alguém?

- Hahaha! Mais ou menos isso. E então a aula de panquecas ainda está de pé?

    Se levantou limpando o excesso de terra que tinha nas mãos, passando pelo vestido.

- Está sim, más você não disse a hora, pensei que fosse mais tarde.

- Você não me disse a lista de ingredientes, preciso ir ao mercado comprar

- Vou ali dentro anotar pra você. Espera ou levo na sua casa?

- Tenho uma ideia melhor. Vamos comigo ao supermercado, aí você ajuda com as compras e eu não vou ter como errar.

    Aquela não era uma pergunta, a outra não queria saber se Juliette podia ir ou não, era meio que uma intimação, não tinha nada urgente para fazer mesmo, então iria com ela, já começaria a aula ali, mostrando o que tinha que comprar.

- Vou lavar as mãos.

- Enquanto isso pego a moto.

      Estancou no luga. Como assim ela ia pegar a moto? Nunca tinha andado de moto em toda sua vida e sentia medo terrível de cair, uma prima tinha caído e ficado paraplégica. Não tinha como irem de moto, ela não conseguiria. Mas antes mesmo dela reclamar Sarah já tinha saído correndo para a casa.

    Alguns segundos depois já estava parada em frente a casa de Juliette com a moto ligada. Mas ela não havia conseguido sair do lugar nem para lavar as mãos, não podia andar de moto.

- E então, pronta?

- Sarah eu não sei se é uma boa ideia ir de moto.

- Qual problema? você tem medo de moto ou do que os vizinhos vão dizer?

   Não se incomodava tanto com os vizinhos, nenhum deles eram amigo, nenhum ia na igreja ou era conhecido de Rodolffo, era medo de cair da moto que gelava e paralisava cada músculos no corpo de Juliette.

- Eu...eu... Tenho medo de cair.

        Abaixou o rosto para os pés envergonhada. Sarah desligou a moto e foi aonde ela estava.

- Olha só, eu prometo que vou bem devagar e se você entrar em pânico é só me pedir pra parar. Combinado? Quer tentar? Se não vamos de táxi mesmo.

     Sim ela queria tentar, o medo era forte, mas a vontade de provar como era a sensação se tornou mais forte ainda.

- Ok eu quero tentar. Mas promete não correr?

- Prometo.

    Sarah ajeita o capacete de Juliette, coloca seu próprio capacete, liga a moto, quando Juliette sobe, Não sabe onde segurar, então ouve Sarah dizer de forma abafada.

- Segura firme na minha cintura ok. Lá vamos nós. Um... Dois... Três...

       Mal teve tempo de pensar e a moto já estava em movimento, o corpo de Juliette colado as costas de Sarah e o vento passando rápido pelas duas.
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Capitulo grandinho pra vcs, talvez eu poste mais um capítulo hoje.

Qualquer erro me comuniquem.

Até depois ou até amanhã 🤍

A Mulher do PastorWhere stories live. Discover now