II

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     Chegou em casa com a orelha ardendo de tanta reclamação, como ela já esperava o pai de Lara teve um ataque histérico assim que a viu chegando. Ele berrava tanto que por um momento Sarah até achou que ia rachar as cordas vocais, o que não seria nada mais naquela hora, a mãe da garota esbravejou um pouco, mais nada tão exagerado como o pai, já Lara, parecia totalmente indiferente se a festa acontecesse ou não, na verdade achou até que ela estava torcendo para Sarah não chegar a tempo.

          Engoliu tudo com calma, pois tinha um prazo a cumprir e havia atrasado, cobravam meio caro, mais a qualidade do serviço devia ser a altura, inclusive o prazo de entrega.

         Se desculpou mais algumas vezes, desejou feliz aniversário para Lara e voltou para o estúdio. Teve que ouvir mais algumas reclamações do Gil.

- Se isso acontece de novo eu te espanco Sarah, você não imagina o inferno que foi aquele homem ligando para cá o tempo todo e gritando.

- Eu sinto muito Gil, não vai acontecer.

- A propósito Sarah, é uma garota bem bonita, a da foto sabe?!

- É só uma amiga, não preciso te dizer para não comentar nada disso com Pocah né?

- Claro que não. Fica entre a gente.

        Não tinha certeza se as coisas ficaria só entre as duas mesmo, Gil era uma ótima pessoa, mais não resistia a uma fofoca, era mais forte que ele. De qualquer forma. Juliette era só uma amiga mesmo, não estava mentindo, só não gostava de ter que dar explicações de tudo para os outros.

    Foi para casa, pegou as três últimas panquecas que havia sobrado e comeu, sem esquentar nem nada e então deitou no sofá pra relaxar um pouco. Acabou dormindo ali mesmo.

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     Acordou no dia seguinte quase meio dia, com uma dor terrível nas costas, cada movimento fazia um osso diferente estalar. Tomo um banho bem quente para passar aquela dor, o que foi um alívio. Como não estáva afim de fazer nenhuma comida, se vestiu para ir comer numa cantina italiana que tinha ali perto.

         Deu azar de encontrar o pastor Rodolffo chegando do trabalho. Por mais gentil que ele se mostrasse com Sarah, algo não agradáva, não era só o fato de como ele tratava Juliette, ele tinha um olhar perverso, nada parecido com o que um líder religioso deveria ter,
pelo menos era o que ela pensava.

- Bom dia vizinha, gostando da nova casa?

- Bom dia, é bem agradável.

- Já decidiu visitar nossa igreja.

- Expliquei ao senhor da outra vez não tenho nenhuma religião.

       Queria sair logo dali, não estava com um pingo de paciência para conversar com ele, e ainda estava com barriga roncando de fome. Mas ele tá
Insistia no assunto.

- Nunca é tarde para se ter uma religião. Eu nunca desisto de uma ovelha.

       Será que toda vez que encontrasse com ele séria assim? Sempre essa insistência para ela ir na igreja, resolveu ser rude, talvez assim a deixasse em paz.

- Eu não sou uma ovelha, ninguém me pega ou leva para lugar algum, faço o que quero sempre, se isso é pecado paciência né?! Não acho que preciso de uma igreja ou do senhor para falar com deus. Odin ou Buda.

    Os olhos deles se estreitaram jogando chispas de raiva na direção de Sarah, o rosto estava vermelho, mas ela mantinha aquele sorriso irônico e sinistro na cara.

- É aí que você se engana, precisa de alguém que te guie pelo caminho certo.

- Eu conheço o meu caminho.

      As vozes deles tinham se elevado mais do que deveria, nessa hora Juliette   saiu para ver o que acontecia, ficou branca como um fantasma quando viu Sarah e Rodolffo discutindo. Trocaram um olhar rapido, era hora de sair, e acabar com essa discussão logo.

      Juliette andou alguns passos na direção dos dois, mas Rodolffo a viu.

- Volte para dentro Juliette. Não tem nada aqui para você ver. E quanto a você mocinha, mais respeito, sou um mensageiro de deus aqui na terra.

- Então trate as pessoas com mais respeito, começando pela sua esposa.

    Essa última frase foi capaz de derrubar até aquele sorriso irritante, que ele carregava. Pelo modo como fitou Sarah, ele não devia estar muito acostumado a ser confrontado assim. Azar o dele, que aprendesse a lidar com isso. Virou as costas para ele e seguiu para a cantina. Ainda ouviu ele dizer.

- Você não vai durar muito tempo nesse bairro, garota.

            Veremos pastor, veremos

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Bom dia amores.

Qualquer erro me comuniquem.

Bjs e até depois 🤍

A Mulher do PastorWhere stories live. Discover now