When The Sun Rises | The Darkling

☀️7☀️

O Darkling e Alina subiram de mãos dadas os degraus do Grande Palácio.

A chuva caiu lentamente em gotas grossas e pesadas. Parecia quase luto. O pátio estava cheio de carruagens, vazias como carcaças, com cavalos relinchando e se acotovelando, prontos e esperando para guiar os vários participantes até suas respectivas residências após a manifestação. Por enquanto, os únicos olhos que pousavam no Darkling e em Alina eram os dos cocheiros restantes e a fileira de guardas que flanqueava todos os seus movimentos.

As portas duplas foram deixadas abertas, o hall de entrada cavernoso e vazio. Uma vez protegido da umidade, o Darkling puxou a mão de Alina para interromper seu movimento. Ela olhou para ele, surpresa, o coração na garganta. Ela estava tão focada em passar a próxima hora que não queria parar e pensar sobre isso. O Darkling se agachou ligeiramente na altura dos joelhos para que pudesse ficar no nível dos olhos dela, segurando as duas mãos dela. Ela percebeu então que ele estava usando suas luvas de couro.

"Você confia em mim?" o Darkling perguntou abruptamente, seu olhar sério e severo. Alina piscou rapidamente em resposta; seu tom era duro, focado, serrado como o gume de uma faca.

“Claro,” ela respondeu imediatamente.

"Bom", ele sorriu, satisfeito com a falta de hesitação dela. “Chame seu poder.”

O oprichniki na fronteira com o corredor embaralhou nervosamente. Uma garganta limpa pôde ser ouvida. Eles ainda não estavam no Salão Principal. Era muito cedo para começar. Ainda assim, Alina fez o que lhe foi dito e em suas mãos, invocou a luz. Ele cresceu lenta, mas continuamente, até que tanto o Darkling quanto os guardas estivessem semicerrando os olhos em resposta. Ela sentiu uma vibração em seu peito - um calor, uma correção. A sensação que sempre acompanhou o uso de seu poder em toda a sua extensão.

"Você sente aquilo?" ele perguntou. "O poder. Como ele vive e respira dentro de você. Como cada parte de você está contida. ”

"Sim", ela acenou com a cabeça junto com as palavras dele, "Sim, eu sinto isso."

“Quando estivermos lá, vou pegar isso e trazê-lo para fora. Virá de cada parte de você, como deveria. Você estará em toda parte. Apenas deixe acontecer. Não lute de volta. Eu estarei com você o tempo todo. Voce entende?" ele perguntou, inclinando-se para ela agora, perto o suficiente para que ela pudesse ver seu rosto em detalhes, as rugas nos cantos de seus olhos cinzentos, a linha reta de sua boca, sempre tão séria, exceto em seus momentos mais íntimos. Ela se lembrou de sua conversa com Baghra na cabana. Como era semelhante, mas diferente ao mesmo tempo. Ambos disseram a ela para ceder, para não lutar, para deixar isso acontecer.

Mas Baghra era um aviso e o Darkling, bem, o Darkling era uma ordem.

“Eu entendo,” ela sussurrou.

“Boa menina,” ele disse, um sutil torcer de seus lábios, destinado a ela e somente a ela. “Agora vamos trabalhar.”

O Darkling fez um arco com a mão, amortecendo o brilho dela como a chuva caindo no solo seco do deserto. Matou uma sede que ela não sabia que tinha. Em conjunto, ela puxou seu poder de volta para perto, até que apenas um pequeno golpe de luz emanou de seus dedos. O Darkling se ergueu e, juntos, eles se moveram para o conjunto de portas ornamentadas, douradas e filigranas que separavam a entrada do Grande Salão. Abafada atrás dela, Alina podia ouvir os sons de uma multidão em antecipação. Conversas rápidas e nervosas, o tilintar e estalar de sapatos elegantes no chão de ladrilhos preto e branco, até mesmo o eco da gargalhada do rei enquanto ele ria ruidosamente.

Antes de entrarem, o Darkling estendeu a mão e desfez o véu de seu cabelo, separando os alfinetes cuidadosamente confeccionados que Genya havia arranjado com tanto zelo. Alina passou as mãos pelos cabelos rapidamente, alisando-os para que Genya não tivesse problemas por causa do trabalho. O Darkling então deixou cair o véu no chão como se fosse nada mais do que um lenço de papel descartado, apertando as mãos com força.