MY DEAR GIRL

QUINZE

— Todos? — os olhos de Jennie agora estão nos bilhetes.

Assenti. — Sim, eu amava seus bilhetinhos... — suspirei — , na verdade, eu ainda os amo.

Jennie está passeando os olhos sobre eles, as letras, as cantadas idiotas que para mim, são as melhores do mundo simplesmente por vir de sua imaginação fofa.

É muito doloroso pensar e falar sobre tudo que vivemos no passado, porque quase não vivemos muita coisa. Eu queria poder passar mais tempo ao seu lado, mas sei que Jennie precisa se recuperar primeiro.

Me doeu muito vê-la hoje mais cedo distribuindo sorrisos para sua ex, eu senti como se já tivesse perdido essa batalha que eu nem sequer estou lutando.

Sinto meu estômago retorcer quando os olhos brilhantes dela me encaram, eu não sei como mas já sinto uma lágrima de canto escorrer pela minha bochecha.

Estou muito sensível e falar sobre isso, acaba me desmontando. Preciso daquela Jennie de volta, ela alegrava meus dias, me fazia sentir única dentre tantas pessoas.

— Você está chorando. — sua voz sai como um sussurro, ela parece meio... assustada.

Trato de limpar meu rosto. — Estou um pouco... cansada disso.

— Cansada?

— Sim.

— Cansada de mim?

— Da situação em si, Jen. — suspirando, volto a beber meu café.

Jennie agora tem uma expressão parecendo que está meio triste, e ao mesmo tempo nervosa. Eu não sei identificar muito essas emoções dessa “nova” Jennie, sinto uma estranha perto dela.

Jennie me observa um pouco, voltando seus olhos para os bilhetes. Ela está os lendo, não há sorrisos em seu rosto, apenas uma expressão de foco total agora.

— Eu andei lendo meu diário, — fala — tem coisas lindas sobre você lá.

Funguei, abrindo um sorriso. — Mesmo?

— Sim. — coloca os bilhetes em cima da mesa, deixando o porta-guardanapo em cima para não voar — Me surpreendi da forma como falo de você lá, é tão puro.

Meu coração acelera. — Nosso sentimento era puro, Jennie.

— Era. — solta uma risada sem humor — Todos estão falando no passado.

— Você não lembra de nada.

— Mas eu sinto, — agora ela parece frustrada — isso não importa? — revirou os olhos da forma que fazia antes — Todos os dias eu tento lembrar de alguma coisa, mas nunca alcanço isso. É frustrante.

Baixo os olhos. — Eu sei, — remexo meus pés, um pouco impaciente — por isso não quero pressionar voc...

— Eu pedi para você não se afastar de mim, e você fez isso! — sua voz é bem fria.