MY DEAR GIRL

QUARENTA E QUATRO

Bufo segurando o copo de plástico enquanto vejo a fisionomia carrancuda do meu irmão gêmeo, tento passar por ele mas ele bloqueia meu caminho.

— Banie! — tento pela segunda vez, mas ele continua na minha frente — Pode me deixar passar, por favor?

Ele cruza os braços na frente do peito. — Que merda está acontecendo com você?

— Nada.

— Nada mesmo? — estreitou os olhos — Então eu estou ficando paranóico ou você se fechou para tudo ao longo dessa semana?

Engoli à seco, porque ele não está nada paranóico. Bambam me conhece muito bem, e o fato de ser meu irmão gêmeo não me ajuda muito nas coisas.

Faz dois dias que levei um tapa na cara de Jennie Kim, e sim, eu sei que foi super merecido, mas eu prefiro levar mais cinquenta tapas dela do que a deixar em perigo como sinto que ela estava.

Eu também sei que poderia muito bem contar toda a situação que está acontecendo para ela, mas eu tenho um lado híper protetor que descobri à pouco tempo por ela, e ele está ativado.

Sim, eu estou sofrendo com esse afastamento que eu mesma fiz, mas no momento me sinto que é o melhor a se fazer. Se Jennie realmente gosta de mim, ela entenderá quando sair a notícia que Tyler foi preso.

Falando nele, não tenho contato desde aquele dia, mas vi na esquina da rua do colégio seu carro estacionado. Ele está rondando e como ainda não falei com Taehyung, tenho certeza que ele vai surtar.

Não entendo o motivo por Tyler querer voltar para o colégio, mesmo depois da humilhação que sofreu, eu particularmente teria vergonha disso.

— Eu juro que estou b... — me assusto quando meu irmão agarra meu rosto e começa a me analisar — AÍ, BANIE!

— O que está acontecendo, fala pra mim! — continua amassando sem cuidado nenhum meu rosto.

Empurro ele. — Para com isso!

— ENTÃO FALA! — grita nervoso.

— Não grita comigo, Kunpimook! — aponto o dedo na cara dele — Já estou com problemas demais pra você gritar comigo!

Meu irmão agarra no meu braço. — Me fala logo! — me balançou e eu senti meu cérebro balançar também.

Eu super entendo a preocupação do meu irmão comigo, estou tentando o máximo fingir que estou bem, mas eu me sinto um caco quebrado em trilhões de pedaços.

— Me larga, Banie! — o empurrei com força, quase deixando meu copo cair no chão. Segurei as lágrimas porque meu irmão está me olhando com tristeza — Você pode por favor, me deixar passar? — peço com calma — É ridículo eu precisar implorar para subir ao meu quarto.

Bambam saiu da minha frente, ele está desconfiado de mim. Subi as escadas o máximo que pude, mas parei no último degrau respirando profundamente.