MY DEAR GIRL

CINQUENTA

Passou um mês e meio desdo dia que levei um tiro de raspão, estou melhor e meu braço já está ótimo. Quando voltei à treinar, me senti completa no campo, é muito bom voltar à fazer algo que amamos.

O vento no rosto, minhas jogadoras correndo e gritando umas às outras, pode parecer pouca coisa mas para mim, não é. Para mim é algo incrível, ser do time de lacrosse do colégio.

Segurar novamente a raquete nas mãos e sentir toda aquela adrenalina mesmo que seja do treino, é tudo. Nunca achei que o lacrosse fosse se tornar tão importante para mim, mas se tornou.

Agora cá estou eu, treinando firme com as minhas jogadoras que por sinal, se tornaram minha família. Sorrio aberto quando Momo da um pulo no ar, pegando a bola em sua raquete.

O desempenho dela em campo está cada vez melhor, com toda certeza nos próximos jogos que formos competir, Momo estará simplesmente perfeita para marcar gols.

— VAI, SEULGI! — eu grito, correndo bem atrás da minha co-capitã, que pega a bola com a raquete e passa para mim.

Eu corro com rapidez e agilidade, cruzando o campo em pouquíssimos segundos e jogando a bola em direção à rede, fazendo ponto já que a goleira do treino não conseguiu pegar.

Minhas atletas começam a gritar junto com a minha treinadora, eu amo essa vibe, a forma como nós todas nos apoiamos independente de qualquer coisa.

Encaro o canto do campo e vejo as líderes de torcida com uma nova coreografia, Jennie está bem à frente e quando ela consegue dar uma estrelinha, eu fico muito orgulhosa.

— Boa tacada, Lisa! — minha treinadora me elogia.

Sorrio aberto para ela. — Acha que nos próximos jogos estaremos bem?

— Com absoluta certeza, você e as meninas estão muito boas. — ela fala orgulhosa — Estou feliz que esteja de volta no campo, sentimos sua falta.

Senti minhas bochechas vermelhas. — Eu também senti muita falta daqui, treinadora.

— Continue nesse ritmo, você está muito bem!

Estou orgulhosa de mim mesma, à um mês e meio atrás eu estava na merda, sendo ameaçada e quase desisti de tudo, mas era só lembrar daqueles olhinhos fofos de Jennie que eu tirava forças para continuar lutando.

Correndo até o banco, pego minha garrafinha d'água e bebo uma boa quantidade. Olhando para minha namorada novamente, percebo que ela também está me olhando, porém de uma forma maliciosa.

Jennie me chamou discretamente com o dedo indicador, eu neguei apontando para o campo e ela fez um biquinho triste. Aquilo me matou, então eu fiz um gesto com a mão para que fosse rápido e ela concordou.

Segui-a para trás das arquibancadas, onde fui pega de surpresa por ela. Jennie puxou meu uniforme de treino e me beijou calorosamente, agarrando meus ombros.