Capítulo 6

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— Com licença, sou Bárbara, tia da Luna. — Bárbara entrou no estúdio.

— Oi! — a mulher toda atrapalhada levantou batendo com a cabeça no projetor de luz — Ai!

— Está tudo bem?

— Sim. — deu risada e se aproximou — Prazer, Edite. Sou mãe da Lulu.

— O prazer é meu, nos falamos ontem pelo telefone.

— Simmm, minha filha disse que te viu e realmente, é o seu perfil que eu tava procurando. — se encostou na mesa — Desculpa por ser atrapalhada.

— Tudo bem — riu — Pensei que você fosse mais velha.

— Ah, eu tenho 30 anos, tive minha filha com 15, fui expulsa de casa, comecei a me virar, consegui um trabalho, paguei uma babá e voltei a estudar, cursei fotografia e agora estou aqui.

— Mesmo com filha pequena você conseguiu tudo isso?

— Não foi fácil, mas quando quer, consegue. Lulu é meu tudo, dou a vida por ela. O pai dela é um idiota que sumiu no mundo e nunca quis saber dela, então sempre tentei ser as duas figuras para a minha menina. Ela só me dá orgulho.

— Mamãe. — Lulu entrou e Bárbara sorriu para ela.

— Oi, filha. — Edite a abraçou.

— Olha, a madrinha da Luna. — acenou.

— É, a Luna falou comigo sobre você e sua mãe, então estou aqui.

— Muito obrigada por vir. — Lulu sorriu.

— Vai, o que você quer, filha? — Edite a virou de frente com calma e sorrindo.

— É que tá na hora, mamãe. — mostrou a injeção.

— Ah, sim. Se me permite um instante, Bárbara. Só até aplicar a injeção nela. — Edite pegou a seringa na mão.

— Claro, sem problemas. — balançou a cabeça compreensiva.

— Deixa eu só... — a jovem mulher pegou uma ampola, inseriu a seringa e puxou o líquido, limpou o braço da filha e então injetou nela com cuidado — Tá doendo?

— Não. — fechou os olhos com força — Já acostumei, mamãe.

— Logo você não vai precisar mais. — tirou a agulha com cuidado do braço dela, tapou com o protetor, envolveu em um papel e jogou no lixo.

— Me desculpa ser intrometida, mas pra que serve essa injeção, Lulu? — Bárbara perguntou.

— Eu tenho pouco hormônio e sou baixa pra minha idade, então minha mãe precisa me dar essa injeção todo dia. A médica perguntou se eu queria comprimido ou injeção, eu escolhi entrar na agulha porque tenho dificuldade pra engolir comprimido. — pegou a ampola para guardar — Às vezes aplico em mim, mas minha mãe tem a mão mais leve. Eu já cresci três centímetros. — falou animada e Edite a encarava sorrindo.

— Ah, que bom que tá funcionando, princesa. — Bárbara também sorria.

— Já que você tá aqui, ajuda a mamãe?

— Simmm! — pulou — Adoro ajudar nas fotos.

— Monta os dois tripés ali. — apontou — Bárbara, vem comigo.

Edite levou Bárbara até onde estava os figurinos para as fotos e entregou os que seriam usados. A própria fotógrafa cuidou da maquiagem e cabelo, afinal, eram só ela e sua filha para tudo. 

Fizeram algumas fotos com o primeiro look composto por uma saia preta de couro e uma blusa também preta porém transparente deixando o sutiã amostra, realçando a sensualidade de Bárbara.

Reaprendendo a CaminharOnde as histórias ganham vida. Descobre agora