Capítulo 8

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Luna saiu do quarto, caminhou pelo corredor e parou ao ver os dois colados e fazendo carinho no cabelo do outro.

— Ai, Eduardo... — Bárbara o abraçou pelo pescoço.

— Perdemos muito tempo brigando antes. — abraçou a cintura dela e passou a beijar o ombro da mesma.

Os dois respiravam como se estivessem descansando no braços do outro, Luna sorriu encostada na parede e passou sem fazer barulho para a cozinha.

...

Aurora sentou no pé da cama observando o marido e criando coragem para falar de uma vez por todas que se encontrou com sua mãe e pretende seguir visitando e levando o filho para ela.

— E assim... se faz um nariz... — Santiago explicava para o filho enquanto desenhava em uma tela com lápis para fazer o rascunho de uma pintura.

— Amor, podemos conversar? — Aurora chamou ele que olhou-a sorrindo.

— Claro. — desceu o filho do colo e se aproximou da esposa, parando de frente com ela, puxou uma cadeira e sentou — Fala, minha vida.

— Você já sabe que a minha mãe está solta, certo?

— Sim. Ela estava em Miami, não?

— Estava, mas ela voltou. Já está no México e eu a vi.

— Viu? Na onde? — a expressão de surpresa nos olhos dele era evidente.

— Na escola do nosso filho.

— Como assim na escola? Ela tava espiando nosso filho? Aurora, isso é demasiadamente obsessivo!

— Não! Calma, ela não tava espiando Santiaguinho. Ela descobriu que ele estudava lá depois de vê-lo com Eduardo, mas ainda assim não tinha se aproximado do nosso filho. Ela vai na escola todos os dias, levar e buscar a afilhada dela.

— Afilhada? Aurora??? Eu não tô entendendo nada. Como sua mãe tem uma afilhada?

— Foi essa garota quem custeou TODOS os tratamentos dela e as duas criaram um vínculo forte, então a menina chamou minha mãe para ser madrinha dela. — cruzou as pernas ajudou o filho subir na cama deixando-o ir deitar no meio — Então Eduardo e minha mãe se viram, de início ele não falou nada com ela e também não disse nada para Santiaguinho, ele esperou um pouco até que encontrou ela em um bar, perto do condomínio dela, sem combinar. Num dia depois, ele veio falar comigo, então levei Santiaguinho para a escola. Reencontrei minha mãe e apresentei nosso filho para ela e ao invés de deixá-lo na escola, passamos a tarde com a minha mãe.

— E você não me contou? Aurora, eu merecia saber. Você precisa ter confiança em mim. Foi errado você ter deixado Santiaguinho faltar na escola pra ficar com sua mãe, pelo menos o levasse para a aula e sei lá, fosse jantar com a sua mãe de tarde. Depois da escola.

— Como eu ia te contar de início? Você carrega muito rancor pela minha mãe, Santiago. — suspirou e cruzou as pernas.

— Mas envolve nosso filho, envolve toda a nossa família mesmo que indiretamente. — passou a mão no rosto — Eu não posso impedir o menino de amar a avó, sei como ele tem carinho por ela, não posso e não vou impedir o contato entre eles. Ia adiantar de que? De nada? Ia servir pra ele criar mágoa por mim.

— Você tá diferente. O que aconteceu, meu amor?

— Eu tava pensando muito. — olhou o filho — Santiaguinho é tudo que eu tenho, é mais raro que qualquer pedra preciosa que existe. — sorriu bobo — Eu faço de tudo por ele. Viver em guerra com sua mãe, o machucaria, ele não pode ficar entre a cruz e espada. Isso não quer dizer que Bárbara e eu vamos ter uma boa convivência, vamos nos aturar. No mínimo.

Reaprendendo a CaminharOnde as histórias ganham vida. Descobre agora