Capítulo 36

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— Você tem mesmo certeza disso? — Eduardo perguntou chegando cada vez mais perto.

— Acho... acho que sim.

— Você acha? — cruzou os braços e ela balançou a cabeça — Bárbara... eu preciso que você tenha certeza e não que ache que isso é o melhor pra você...

— Mas e você, Edu? Por que a gente só pensa em mim? Todo vez em mim, no que eu quero, no que me faz bem ou mal, mas e você? — os olhos dela brilharam de lágrimas.

— Durante a minha vida inteira eu tive pessoas que pensavam em mim e que me deixavam escolher o que eu queria e o que me faria bem ou mal, você não teve essa oportunidade... — afastou o cabelo dela e Bárbara o olhava se sentindo mal com aquela situação — Bárbara... eu tento sempre te priorizar... porque eu quero fazer por você o que não fizeram antes.

— Me desculpa por ser assim, meu amor... — foi até ao banheiro e lavou o rosto para espantar as lágrimas, se recompôs e saiu do mesmo, Eduardo ainda estava lá parado de frente com a penteadeira.

— Mamãe. — Fany abriu a porta — A gente já vai subir assistir?

— Sim, filha. Pode ir na frente com a Luna, eu vou só pegar algumas coisas e subo atrás. — sorriu.

— Tá bom, mamãe. — saiu do quarto correndo.

Bárbara chegou perto de sua cama e pegou o edredom junto com o travesseiro de Eduardo, saiu do quarto quase que sem fazer barulho e o homem ficou observando ela sem dizer nada.

Alguns minutos depois todos já estavam na sala de cinema, Luna e Fany estavam na parte de baixo do sofá, Bárbara, Eduardo e Matias na parte de cima.

Eduardo colocou o filme e Bárbara abraçou o travesseiro com cheiro dele embaixo do edredom. Matias comia apenas esperando começar.

Não demorou para a mulher começar a dormir encolhida ali, o homem encarou-a e esticou a mão para o cabelo dela acariciando, sabia que ela estava triste, cansada, esgotada dos próprios pensamentos, mas não sabia exatamente como tirar toda a pressão dela se sentia culpado por desejar tanto o casamento.

O tempo foi passando e Bárbara acordou assustada sentando com tudo no sofá, Eduardo a encarou e segurou-a pelo braço chamando atenção dela que o olhou ofegante, ela estava gelada e tremia um pouco. Luna a encarou segurando Fany que dormia em seu peito e Matias já havia ido dormir em seu quarto.

— O que foi? — Eduardo perguntou levando a mão no rosto dela e Bárbara se apoiou no sofá abaixando a cabeça — Quer um pouco de água?

— Unhun. — assentiu.

Ele se levantou e foi até o frigobar pegar água para ela, voltou com um copo gelado e entregou para ela. Bárbara tomou tentando se acalmar aos poucos, Fany começou a despertar e sentou encarando a mãe, subiu perto dela e depois no colo, deitando no peito da mesma, ela ia se ajeitando, mas a mulher estava com falta de ar e tremendo, não conseguia abraçar a filha.

— Filha, deixa a mamãe respirar um pouquinho. — Eduardo tirou a pequena e a colocou ao lado de Bárbara.

— O que aconteceu? — ergueu a cabeça para o pai.

— A mamãe tá passando um pouquinho mal, precisa respirar um cadinho, princesa. — sorriu carinhoso e Fany fitou a mãe sem reação.

Luna se sentou e alisou a perna da mãe como se quisesse acalmá-la, Bárbara pegou a mão de Eduardo com a aliança e beijou em cima da mesma.

— Casa comigo, Eduardo. — o encarou fazendo Fany e Luna arregalarem os olhos.

— Você tava tremendo gelada até agora e tá me pedindo em casamento?

Reaprendendo a CaminharOnde as histórias ganham vida. Descobre agora