CAPÍTULO 05

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Ambas estavam muito surpresas com aquele encontro repentino, afinal pensavam que apenas seria uma transa de uma noite e nunca mais teriam notícias uma da outra.

-O que você faz aqui? -pergunta a capitã com um tom mais sério do que gostaria.

-Eu trabalho aqui. -responde simplesmente.

Gabriella que estava apenas de longe observando a situação atentamente, interrompe a conversa.

-Carina, pode ir embora. Eu assumo daqui.

Carina não responde, continua com seus olhos castanhos fixos naqueles olhos azuis que nem reparou quando a vítima tinha sido levada para a sala de cirurgia.

-Doutora Carina DeLuca. -se apresenta esticando a mão para um cumprimento.

-Capitã Maya Bishop. -retribui o gesto.

-Capitã, já estamos prontos para voltar. -chama Travis.

Maya simplesmente solta a mão da morena e corre em direção ao caminhão sem dizer mais nenhuma palavra. Completamente confusa com a situação e em choque com aquele encontro repentino.

Faz o caminho de volta para a estação todo em silêncio, o que não demorou muito, visto que, a Station 19 ficava apenas alguns quarteirões de distância do Grey Sloan.

-Está tudo bem, capitã? -pergunta Montgomery ao notar a amiga perdida em seus pensamentos.

-Era a mulher de Orlando, Travis. -o homem a encarou por alguns segundos confuso antes de se lembrar da noite em que Carina e Maya se beijaram no bar.

-Meu Deus! A doutora? Era ela?

-Pois é.

-Me diz que dessa vez você pelo menos descobriu o nome dela. -Maya apenas responde com um meneio de cabeça. -Ótimo, agora o próximo passo é pegar o número e convidá-la para sair. -diz colocando os braços ao redor da amiga enquanto caminham até a sala dela.

-Você sabe que eu não estou pronta pra isso ainda, Travis. Nem sei se algum dia estarei. -diz sentando-se em sua cadeira enquanto o amigo fecha a porta atrás dele.

Travis apenas dá a volta naquela mesa para abraçar a amiga e capitã. Como havia perdido o marido também, o bombeiro entendia completamente pelo que a mulher estava passando.

-Eu também pensava que nunca poderia seguir em frente com alguém depois da morte do Michael, mas veja como eu e Emmett estamos agora. Tenho certeza que um dia você vai se apaixonar de novo também e vai ser mágico. -beija carinhosamente a cabeça da amiga.

[...]

Chega o fim do dia e como Maya não ficaria 24 horas na estação, vai direto para a casa de sua mãe, Katherine Bishop, buscar seu filho, que ficava com a avó quando capitã estava no trabalho.

Após o divórcio de seus pais, a relação de Maya com sua mãe melhorou muito, rendendo até uma aproximação depois que Noah nasceu, pois a matriarca dos Bishop fazia questão de conhecer o neto e estar na vida dele. Era um alívio para Maya ver a mãe livre daquele relacionamento abusivo que viveu por tantos anos com seu pai.

-Oi meu amor. -diz beijando a cabeça do menino que estava brincando com seus brinquedos no tapete da sala.

-Ele já comeu e já tomou banho. -avisa Katherine. -E você já comeu?

-Obrigada, mãe. -agradece Maya sinceramente. -Não, ainda não comi.

-Fica aí que rapidinho preparo alguma coisa para você comer. -diz Katherine partindo em direção a cozinha.

-Mamãe, podemos dormir com a vovó hoje? -pergunta Noah daquele jeitinho todo enrolado dele.

-Por mim tudo bem. -responde Katherine lá da cozinha fazendo Maya rir.

-Você sabe que eu não consigo dizer não a você. -se senta no tapete com o menino o enchendo de beijos.

[...]

Gabriella termina seu primeiro plantão no Grey Sloan, se despede de seus colegas e volta ao hotel - considerado um dos mais caros e luxuosos de Seattle - onde estava hospedada temporariamente até arrumar um lugar fixo para chamar de lar. O que era estranho, nunca ficava em um endereço por muito tempo, sempre à procura da próxima aventura. Assim como Carina. Um dos motivos para elas terem se dado tão bem e se tornado tão amigas. Amizade essa que por muitas vezes se transformou em algo colorido, porém nada sério.

Todavia, dessa vez, Dra Aurora estava disposta a conquistar a outra italiana. Não foi à toa que recusou uma excelente oferta do Hospital Paolo Calvino na Itália para continuar trabalhando nos Estados Unidos. Entretanto, havia uma coisa em seu caminho: um certa bombeira loira. Carina havia mandando mensagens para a amiga contando da noite que teve com a americana em Orlando, o que nunca incomodou Gabriella já que ela também teve uma série de vários affairs por aí. Mas, quando viu Carina no hospital decidiu que queria algo mais. E quando Dra Gabriella Aurora quer uma coisa, ela consegue.

Pede um chá pelo serviço de quarto antes de dormir e reflete sobre como fazer com que Carina DeLuca seja sua para sempre.

[...]

Nasce um novo dia e com ele mais um plantão. Carina estava em sua sala tentando focar em seu trabalho, mas não conseguia pensar em mais nada que não fosse aqueles olhos azuis.

Escuta uma batida na porta.

-Posso entrar? -diz Teddy abrindo a porta e entrando mesmo antes da amiga dizer algo, com dois copos de café em suas mãos, entregando um deles para Carina. -Está tudo bem? Você parece um pouco aérea hoje. -comenta a cirurgiã cardiotorácica se sentando em uma das duas cadeiras que ficavam em frente a mesa da doutora, destinadas a pacientes.

-Sabe aquela mulher com quem eu transei em Orlando?

-A loira?

-Pois é, ela está aqui.

-Em Seattle? -pergunta Teddy genuinamente surpresa. -Fazendo o que?

-Ela mora aqui. É bombeira e trabalha naquela estação a alguns quarteirões daqui.

-Meu Deus, que mundo pequeno, hein. -diz Teddy começando a rir da coincidência. -E o que pretende fazer sobre? Vai transar com ela de novo? Ou será que dessa vez a Dra DeLuca, também conhecida como Dra Orgasmos, está finalmente preparada para sossegar? -provoca.

-Eu não sei... -diz Carina pensativa enquanto toma um primeiro gole de seu café.

Continua com o seu dia como programado fazendo alguns partos e consultas já previstos e outros que chegaram de repente pela emergência. E foi em uma dessas viagens à emergência que avistou novamente a capitã Maya Bishop, que estava assinando uns papéis na entrada da ambulância. Decide se aproximar.

-Capitã Bishop. -Maya entrega a prancheta com os papéis para a enfermeira que sai deixando as duas.

-Dra DeLuca. -cumprimenta formalmente.

-Por favor, Maya, você já me viu pelada, acho que podemos pular as formalidades. Me chame de Carina mesmo. -diz Carina fazendo com que a bombeira não conseguisse evitar de ficar vermelha.

-Ok, então, Carina...

Maya faz menção de ir embora, sendo impedida prontamente por Carina.

-Espera! -diz a italiana puxando a loira delicadamente pelo braço.-Queria saber se você não gostaria de tomar um café um dia desses. Ou beber algo mais forte se preferir...

-Olha, Carina, você é gostosa, mas foi só uma transa, ok? Não preciso de uma namorada. -diz grosseiramente antes de ir embora.

Gabriella que, por acidente, acabou presenciando a cena não conseguiu evitar de sorrir vitoriosa, pensando que se livrar da bombeira seria uma das coisas mais fáceis que já fez na vida.

Love Again - Marina FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora