CAPÍTULO 31

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Aos poucos Travis Montgomery vai recuperando a consciência e a única coisa que conseguia ouvir naquele momento era o som de seu aparelho e o de Miller, que dispararam assim que ficaram inconscientes. Olha para o lado e vê McCallister com o corpo todo queimado. Deduziu que ele já estivesse morto, senão, mesmo com todos os cuidados médicos, ele não sobreviveria de qualquer maneira. O bombeiro junta todas as suas forças e começa a rastejar até Dean, desligando seu aparelho assim que chega até o amigo e parando aquele som que ele tinha certeza que o assombraria pelo resto da vida.

-Miller, acorda! -começa a balançá-lo, mas não obteve nenhuma resposta. -Dean? -checa seu pulso e não é capaz de segurar o choro ao constatar que o homem estava morto.

Travis necessitou de alguns minutos para se recompor. Estava de luto por Dean, mas havia mais uma pessoa naquela sala que precisava de cuidados. Mais uma vez reúne forças e começa a rastejar novamente. Dessa vez em direção a Andrew DeLuca. Faz o mesmo procedimento. Checa seu pulso e verifica que o jovem médico também já estava morto.

Travis Montgomery foi o único sobrevivente daquela segunda explosão e não sabia como lidaria com o trauma.

Do lado de fora, Carina e Maya estavam sendo atendidas — a bombeira fez questão de ficar o tempo todo do lado da namorada — quando ouvem a explosão.

-Maya, Andrea ainda está lá dentro! -agarra o braço de Maya e tenta se levantar da maca em que estava, desesperada.

-Eu sei, meu amor. Mas tenho certeza que Miller e Montgomery já devem estar saindo com ele. Sãos e salvos. -Maya sabia que não deveria dizer aquelas coisas, mas naquele instante, só queria tranquilizar a namorada de alguma maneira e aquela foi a única alternativa que pensou no momento. Ficam abraçadas ali até Maya perceber seus colegas — inclusive de várias outras estações — correndo em direção às chamas.

-Maya, não... -Carina a segura assim que percebe Maya fazendo menção de soltá-la. Sabia que a intenção da loira era correr para dentro daquele prédio para realizar seu dever junto dos outros bombeiros.

-Amor, eu preciso. É meu trabalho. -segura seu rosto carinhosamente enquanto diz aquelas palavras.

-Só... toma cuidado.

-Eu sempre tomo. -sorri. -Vou voltar pra você. -se despede com um selinho rápido e começar a correr, antes de parar no meio do caminho quando escuta a voz de Robert Sullivan.

-Bishop!

-Chefe Sullivan. -diz com desgosto.

-Aonde pensa que está indo?

-Ajudar a resgatar as vítimas e apagar esse fogo. -responde como se fosse óbvio.

-Como a primeira estação a chegar você é a responsável pela cena. Isso significa que você deve ficar aqui, liderando todo mundo.

-Com todo respeito, senhor, quem vai liderar essa cena agora é você. Eu vou entrar. -termina de colocar seu equipamento e corre para dentro daquela construção que já estava toda comprometida, não dando tempo nem de Sullivan lhe responder.

Andy — que tecnicamente ainda estava de licença e deveria estar trabalhando na recepção — chega no local da ocorrência. Ignora a presença de seu marido — ou ex marido — enquanto corre para os caminhões, onde seu equipamento estava, começando a se paramentar também para entrar em ação.

-Que porra você pensa que está fazendo? -pergunta segurando o braço da mulher.

-Isso é um incêndio e eu sou bombeira. -diz soltando seu braço do aperto dele e olhando em volta, percebendo que algumas pessoas estavam prestando atenção demais na cena. -Isso significa que eu vou entrar.

-Vai ter que passar por cima de mim! -diz entrando na frente dela.

-Sai da minha frente, Robert! Ou eu vou mesmo passar por cima de você! -lança um olhar cheio de raiva para o homem, que também percebeu que estavam sendo observados e, como chefe do batalhão, aquilo não seria muito bom para ele. Se afasta para o lado e a mulher sai em disparada em direção ao que restou daquele pedaço do Grey + Sloan Memorial Hospital.

A primeira coisa que faz quando entra é tentar encontrar seus companheiros e ficar perto deles. Havia fumaça e chamas por todo lugar, tornando a tarefa de enxergar para onde estava indo cada vez mais difícil. Escuta vozes e percebe que outros bombeiros não deveriam estar muito longe. Caminha mais um pouco até esbarrar com Maya e Vic.

-Herrera? -Maya pergunta surpresa. -O que está fazendo aqui? Ainda não foi liberada para voltar ao serviço.

-Eu sei, capitã. Mas eu estou bem. -Maya lhe lança um olhar duvidoso. -Confie em mim. Conheço meu corpo, sei que estou em condições. E essa liberação do médico é só uma formalidade mesmo. Sem contar que, agora vocês estão precisando de toda a ajuda possível. -Maya se rende, sabia que a amiga tinha razão. Dá de ombros e deixa a latina acompanhá-las.

-Vamos ficar aqui conversando ou vamos entrar? -pergunta Vic já sem paciência.

-Agora vamos descer para o andar onde supostamente aconteceu a explosão. -Maya informa Andy rapidamente. A latina balança a cabeça afirmativamente. Maya avisa Sullivan pelo rádio que elas estavam descendo e o homem informa que vai mandar mais bombeiros para lá o quanto antes.

Não demorou muito e logo estavam no que antes parecia ser um depósito. Andam mais um pouco e encontram os corpos no meio das chamas, que felizmente já estavam baixas, sendo facilmente apagadas com alguns extintores de incêndio.

-Travis! -Vic grita correndo em direção ao amigo que acabou desmaiando de novo. Após algumas tentativas, a tenente consegue reanimar o bombeiro, suspirando aliviada quando ele abre os olhos.

Já Maya estava estática ao lado do corpo de Andrew DeLuca. Como contaria para o amor de sua vida que seu irmão estava morto? Volta para a realidade apenas quando escuta um grito bem alto vindo de Vic. Corre até elas e encontra Dean Miller morto.

Outros bombeiros chegam e levam Travis em uma maca para fora, antes de voltarem para tirarem os corpos.

-Vic... -Maya e Andy tentam tirar a amiga de cima do corpo de Miller. -Hughes, se afaste agora! É uma ordem! -Vic obedece sua capitã. Se afasta e se levanta, secando suas lágrimas.

Assim que a tenente lhes deu espaço, os outros bombeiros colocaram Miller em um saco preto — assim como haviam feito com DeLuca — e o levam para fora. Quando Vic viu aquela cena, não pôde impedir as lágrimas de virem de novo, sendo abraçada por Maya e Andy.

-Como vou dizer a Pru que o pai dela não vai mais voltar para casa? -diz entre lágrimas, fazendo o coração de Maya se partir em mil pedaços. Sabia como era perder alguém assim, em uma ocorrência, mas nunca teve que passar por esse processo de contar sobre o falecimento para uma criança, visto que, quando Jack morreu, Noah ainda era um bebê.

Não demoram muito ali, com medo de toda aquela estrutura ceder a qualquer momento. Saem e Maya tenta se preparar psicologicamente para a conversa mais difícil que teria. Contar a Carina que seu irmão mais novo estava morto.

-Maya! -diz Carina correndo em direção a capitã e lhe abraçando bem forte. -Cadê ele? Cadê o Andrea? -pergunta quebrando o abraço para olhar bem nos olhos da loira. Maya nem ao menos precisou dizer nada. Sua expressão facial entregou tudo. -Não... -diz tentando se afastar. Maya continua andando calmamente até ela. -Não!

-Eu sinto muito, meu amor. -diz abraçando bem forte a mais alta, que começou a chorar bem alto, deixando seu corpo cair aos poucos até o chão.

Maya fica ali abraçando Carina enquanto a italiana chorava copiosamente.

N/A: Misericórdia três mortes em um capítulo só. Quem aguenta? Kkkkkkkk Mas pelo menos uma dessas mortes foi do McCallister. Já já teremos o último capítulo dessa maratona.

Love Again - Marina FanficWhere stories live. Discover now