CAPÍTULO 18

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Maya acorda com um barulho no quarto, mas não abre os olhos, até que se lembra do que aconteceu na noite passada. Encontra Carina andando de um lado para o outro pegando suas roupas e começando a se vestir.

-Não ia nem se despedir? -brinca Maya.

-Não posso mais fazer isso. -a bombeira a encara confusa. -Não posso mais fingir que não estou me apaixonando por você. -começa a divagar ainda andando pelo cômodo. -Sei que talvez ainda seja um pouco cedo para dizer isso e que você não está pronta, mas é como eu me sinto e achei que deveria saber. -Maya tenta abrir a boca, mas nada sai. Simplesmente não sabia o que dizer.

Como não conseguia colocar em palavras o que estava sentindo, apenas se levantou, indo a até a italiana e selando seus lábios em um beijo profundo.

-E o que isso quer dizer? -questiona Carina quando o beijo se encerra.

-Quer dizer que eu estou disposta a tentar. -responde Maya acariciando o rosto da mais velha com o polegar. -Não posso te prometer que vai ser fácil, você conhece a minha personalidade. -as duas riem. -Mas, eu quero você, Carina.

-Eu também quero você, Maya. -se beijam novamente. Contudo, o momento não durou muito, sendo interrompido pelo toque do celular da doutora. -Merda!

-Algum problema?

-Só uma paciente que entrou em trabalho de parto. Tenho que ir agora. -sai do quarto sendo seguida por Maya, que estava usando apenas uma camiseta do Seattle Metropolitans.

-Tchau, namorada. -diz Maya se encostando no batente da porta assim que abre para Carina.

-Ah, então é isso que somos agora? -pergunta Carina também se encostando no batente da porta e lhe dando um selinho.

-Aham. -sorri durante aquele encostar de lábios que logo se transformou em um beijo, mas infelizmente, foram interrompidas mais uma vez quando o celular de Carina. -Acho melhor você ir logo.

-Te ligo depois. -a beija antes de ir embora.

Como ainda estava cedo, Maya decide voltar para seu quarto e tentar dormir mais um pouco antes de mandar uma mensagem para sua mãe perguntando como Noah estava. No entanto, escuta a campainha sendo tocada. Vai correndo achando que pudesse ser Carina de novo, porém foi surpreendida por um visitante inesperado.

-Chefe McCallister? -pergunta Maya genuinamente surpresa. Não era comum chefes do batalhão irem à casa dos bombeiros.

-Bom dia, Bishop. Posso entrar? -Maya se afasta um pouco lhe dando passagem para dentro do apartamento. -Pretendo ser breve. -começa. -A investigação sobre seu caso ainda não começou, mas eu tenho um jeito de fazer tudo isso desaparecer bem rápido. E olha que isso significa muito vindo de mim, Bishop, já que eu nem gosto de você. -ri irônico.

-O sentimento é mútuo. Agora fala o que você quer. 

-Há alguns anos, em uma das suas primeiras chamadas como capitã da 19, vocês atenderam uma ocorrência sobre um acidente com um motorista bêbado.

-É, eu me lembro. O pai da família que estava no outro carro morreu na hora, enquanto o filho ficou paraplégico. Por sorte a mãe só teve alguns arranhões. Mas o motorista bêbado fugiu do local e nunca mais foi encontrado.

-E é exatamente sobre isso que eu quero falar com você. -Maya apenas o encara sem saber o rumo que aquela conversa tomaria. -O motorista era Matthew McCallister. Meu filho. -Maya apenas se senta em um dos sofás da sala tentando digerir aquela informação. -Resolveram reabrir o caso e eu não quero que isso chegue à minha família.

-Tá, mas o que eu tenho a ver com isso?

-Você foi responsável por atender aquela ocorrência. Preciso que mude seus relatórios e diga que se enganou, que Matt não estava bêbado e que aquele homem que morreu foi responsável pelo próprio acidente ao cruzar vários sinais vermelhos.

-Mas sabemos que não foi isso que aconteceu. -diz se levantando do sofá.

-Não importa o que aconteceu! A única coisa que importa é o que vamos fazer parecer.

-Olha...

-Não precisa me responder agora. Pense e amanhã passe no meu escritório para discutirmos melhor. Sei que você não vai negar. É tão ambiciosa quanto eu e gosta de ser capitã. Estou certo, Bishop? -diz antes de sair. Deixando Maya parada no meio de sua sala.

[...]

Carina estava tendo um dia cheio no Grey + Sloan Memorial Hospital. O parto de sua primeira paciente pela manhã acabou durando por doze horas e nesse meio tempo ainda fez uma cesária de emergência, mas por sorte tinha Jo para ajudá-la. Dra Wilson estava se saindo uma ótima pupila e com certeza teria um futuro brilhante na obstetrícia.

Chega em sua sala completamente exausta, se jogando na cadeira. Percebe que tinha uma mensagem de Maya no seu celular durante o dia, mas só teve tempo de responder as relacionadas ao trabalho mesmo.

"Preciso falar com você. Assim que tiver um tempo pode vir até aqui?" Carina gela no mesmo instante ao ler aquela mensagem. Seu primeiro instinto foi pensar que Maya se arrependeu do namoro delas e queria terminar tudo. Entrariam para o livro dos recordes como o namoro mais rápido da história. Todavia, não era mais uma adolescente e não ia ficar se preocupando com coisas fora de seu controle. Assim que tivesse um tempo no seu horário de jantar iria até a casa de Maya para conversarem.

Seus devaneios são interrompidos quando seu celular toca de novo e dessa vez era Jo avisando que mais uma paciente estava entrando em trabalho de parto.

Segue com seu dia normalmente até que conseguiu ter uma pausa por volta das oito e quinze da noite. Habitualmente, jantaria no refeitório do hospital ou em algum restaurante próximo, mas naquele dia iria à casa da bombeira.

Cerca de vinte minutos depois estaciona seu Porsche na frente do prédio da loira.

-Oi. -cumprimenta Maya assim que abre a porta e encontra a médica ali, lhe recebendo com um selinho logo em seguida, que foi prontamente correspondido pela italiana.

-Oi. -tenta sorrir, mas não podia evitar de se sentir tensa com o rumo que a conversa delas tomaria. -Oi, Noah. -cumprimenta o pequeno que estava sentado em sua cadeirinha na cozinha, comendo seu jantar.

-Noah teve que começar mais cedo porque tem horário para comer. -comenta a capitã. -Mas pedi comida para gente. Vem. -pega a outra mulher pela mão e a leva até a cozinha.

Sentam-se à mesa e começam a comer em silêncio. O que Maya estranhou, visto que Carina não era geralmente quieta daquele jeito. Sempre tinha algum assunto.

-Então, sobre o que queria falar? -começa a italiana.

-Ah sim. -diz Maya se lembrando do que queria falar. -É só que o chefe do batalhão veio aqui em casa hoje com uma proposta muito estranha. Disse que se eu mudasse uns relatórios de alguns atrás ele daria um jeito de me colocar como capitã de novo. -diz Maya contando cada detalhe do que o homem lhe disse.

-Era só isso? -Carina pergunta suspirando aliviada.

-Sim. -responde estranhando a pergunta.

-Pela mensagem achei que você queria terminar comigo ou algo do tipo. -Maya ri.

-Desculpa, deveria ter sido mais clara. -aproxima sua cadeira da italiana. -Não tenho planos de terminar com você. -segura seu rosto e lhe beija.

-Maya...-diz apontando para Noah que estava bem na frente delas.

-Carina, ele tem três anos.

-Idade o suficiente para saber o que está acontecendo. E não é assim que eu gostaria de ser apresentada oficialmente ao filho da minha namorada. -diz fazendo Maya rir de novo.

E os três ficam ali tendo um jantar agradável até a hora de Carina ter que voltar ao trabalho e Maya ter que colocar Noah para dormir. 

N/A: O de hoje pago kkkkkkkkkk O que será que o futuro reserva pra essa nova família que está se formando hein? Teremos que aguardar os próximos capítulos para descobrir. Até semana que vem! 😊😘✌🏾

Love Again - Marina FanficWhere stories live. Discover now