CAPÍTULO 32

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Tudo o que Maya mais queria era poder ficar ali com Carina. E se dependesse só dela era exatamente o que faria. Contudo, Sullivan praticamente a obrigou a voltar para o batalhão e escrever um relatório bem elaborado sobre aquela ocorrência, prometendo que todos da Station 19 poderiam tirar alguns dias de folga para lidar com o luto depois disso.

Descem dos caminhões assim que estacionaram na garagem da Station 19, com Maya checando seu celular a cada dois minutos esperando qualquer notícia de Carina.

-Isso tudo é culpa sua! -Travis grita irritado para Maya.

-Como é, Montgomery? -coloca seu celular no bolso do uniforme e volta sua atenção para o bombeiro.

-Se não fosse seu sogro pagando para te darem seu cargo de volta, McCallister não teria explodido o Grey Sloan e Dean não teria morrido! -grita para todos ouvirem deixando Maya chocada. Não fazia ideia do que ele estava falando.

-Montgomery, você provavelmente deve ter batido a cabeça naquela explosão, porque o pai da Carina não tem relação nenhuma com o Corpo de Bombeiros de Seattle. -diz tentando ao máximo não perder a paciência com seu subordinado, afinal, sabia que era uma perda difícil para todos.

-Mas tem com o prefeito. -continua desafiando a capitã.

-Quer saber, Montgomery? Já chega! A partir de agora você está suspenso de suas atividades até segunda ordem. Quem quer ser o próximo? -pergunta já cheia de raiva, encarando cada um dos seus colegas. Nenhum deles se atreveu a dizer mais uma palavra. -Ótimo. Dispensados! -caminha até seu escritório, batendo a porta com força e sentando em sua mesa, massageando suas têmporas logo em seguida. Toda aquela discussão havia lhe dado dor de cabeça. Fez uma nota mental para conversar com Vincenzo e Carina sobre aquele assunto quando surgisse um momento apropriado.

Começa a escrever o seu relatório, planejando terminá-lo o mais rápido possível para voltar para casa e oferecer todo apoio que Carina precisasse. Terminou toda aquela papelada em tempo recorde e, assim que se arrumou, já estava passando pela porta da frente da estação. Nem ao menos se despediu dos outros. A verdade era que estava envergonhada e não sabia nem ao menos o motivo, afinal, não havia feito nada de errado. O único culpado de toda essa situação era McCallister.

Entra em seu jeep e dirige até sua casa, chegando no tempo habitual. Ao entrar em casa é recebida por Noah que vem correndo em sua direção, lhe dando um abraço bem apertado, que por alguns segundos, a fez esquecer de todas as coisas ruins que estavam acontecendo.

-Eu senti tantas saudades de você, filho! -diz se levantando com o menino em seu colo, havia se abaixado para ficar da sua altura e o abraçar completamente. -Oi, amor. -vai até a cozinha, onde Carina estava tomando café da manhã com Vincenzo, Mason e Katherine, e a cumprimenta com um selinho.

-Mal conseguimos fazê-la sair da cama hoje. -comenta Vincenzo tristemente. Apesar de não ser um homem que deixa transparecer suas emoções, era evidente que estava sofrendo pela morte do filho.

Carina nem termina seu café e se levanta. Sem dizer uma palavra caminha para seu quarto. Com cada um de seus passos sendo acompanhados atentamente por Maya.

-Pode ir, filha. Eu fico com ele. -Katherine aconselha, pegando o neto do colo da bombeira.

Maya vai até a suíte que dividia com a namorada e estranha ao não encontrá-la na cama, imaginou que ela estivesse deitada. Caminha até o banheiro e a cena que viu em seguida partiu seu coração. Carina estava sentada no box, com a cabeça encostada na parede e com o olhar completamente vazio.

-Amor... -Maya diz indo até ela e se sentando ao seu lado. Carina encosta a cabeça em seu ombro e começa a chorar.

Ficam ali. Sem dizer uma palavra. Apenas Maya deixando Carina chorar todas as lágrimas que precisasse. Quando seu corpo já estava doendo após tanto tempo sentadas naquele chão duro e frio, a capitã sugere irem para o quarto. O que para sua surpresa, Carina concorda sem muita resistência.

Carina vai do banheiro direto para a cama se deitar e Maya se deita junto com ela, abraçando-a. Pouco tempo depois escutam o som da porta se abrindo. A bombeira olha para trás e encontra seu filho entrando no cômodo. O pequeno sobe na cama com as duas mulheres e entra no meio de sua mãe, agora abraçando Carina em seu lugar. Maya sente seus olhos lacrimejando com a cena. Carina se vira para abraçar o menino e sorri. Sendo aquele o primeiro sorriso sincero que dava desde a notícia da morte de seu irmão. Maya a abraça também e ficam a tarde toda assim. Ou pelo menos, até Noah acabar pegando no sono.

Chega a hora do jantar e após muito esforço, Maya consegue convencer Carina a pelo menos tentar comer alguma coisa.

A refeição ocorre em completo silêncio. Ninguém se atrevia a dizer nada, sendo o único som que se ouvia naquela sala de jantar era o dos talheres batendo nos pratos.

-Então, Vincenzo... -começa Maya. -Fiquei sabendo que você é bem próximo do prefeito. -o homem sorri cínico.

-Maya, só me pergunte logo o que quer saber.

-Aparentemente, McCallister antes de explodir parte do Grey Sloan, estava dizendo que você subornou o prefeito para me dar meu antigo cargo de volta.

-Não chamaria de suborno. -diz tomando um gole da sua taça de vinho. -Apenas uma doação generosa para a campanha de reeleição de um amigo. Claro, acompanhada também de um pequeno bônus.

-Papà...

-O que? Só ajudei sua namorada a ter sua patente de volta. Sabe, Maya... -diz agora focando sua atenção na loira. -Eles nunca iam te deixar ser capitã de novo e você sabe disso. Iam ficar enrolando sua investigação por anos! É assim que esse jogo funciona e às vezes temos que entrar nele para vencer. -termina deixando Maya pensativa e voltando a comer. A verdade era que ela não estava brava. No fundo, sabia que Vincenzo estava certo e uma parte dela até agradecia por ele ter feito aquilo. Só não queria que isso tivesse desencadeado outras séries de eventos.

-E eu agradeço por isso...

-Você é família agora. Não é, bambino? -bagunça os cabelos de Noah que estava sentado ao lado dele. -E os DeLuca protegem uns aos outros. Custe o que custar.

-Bom, papà, muito obrigada por isso. Mas da próxima vez pergunte se queremos a sua ajuda.

-Claro, filha. -diz simplesmente. -Nunca quis passar dos limites.

-Estou cansada. Acho que vou me deitar de novo. -Carina avisa se levantando e retornando à suíte.

N/A: Espero que tenham gostado desse presente de Natal. 😊 Até a próxima!

Love Again - Marina FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora