CAPÍTULO 16

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— O que significa isso, tia? — perguntou Yuna aborrecida se cobrindo com as mãos e a mulher jogou aquele envelope cheio em minha direção, não tive alternativa a não ser segurá-lo quando chocou-se com meu peito. Yuna procurou o vestido casual e se vestiu rapidamente sem apertá-lo. Arfei olhando brevemente as notas de dinheiro que havia ali dentro.

— Dentro deste envelope está tudo o que precisa para se manter por mais alguns meses, além de algumas indicações também...

— O que está fazendo?! — Yuna perguntou brava se pondo em minha frente. Fiquei boquiaberta, ela estava me demitindo? — Não pode mandar a Mari embora!

— Eu posso, e vou! — retrucou Selena — A Mari já fez mais do que o suficiente nesta casa, e sua presença pode pôr em risco a reputação de nossa família...

— A Mari nunca fez nada! Por que está fazendo isso? A Mari é minha amiga!

— Pelo visto sua amiga não lhe contou sobre os encontros escondidos que tem tido com seu irmão, e que ela mesma espalhou um boato sobre eles dois...

Yuna me olhou incrédula e eu arregalei os olhos. Eu não fiz isso! Por que estava contando mentiras a meu respeito?

— Não... Eu não fiz...

— Está me chamando de mentirosa, senhorita Momo? — Selena elevou a voz e eu me calei e abaixei a cabeça, como deveria fazer. Mordi então o lábio inferior e cerrei o punho.

— Não irei permitir que demita a Mari, onde está meu irmão? — Yuna se dirigiu a porta com o vestido frouxo mesmo, mas Selena se colocou em frente a ela.

— Eu mesma conversei com Ren e já foi decidido, ele foi até bem generoso com está qualquer — rosnou Selena. —, mas se desejam ouvir da própria voz dele, ele está no escritório principal resolvendo as papeladas da breve visita que Yuna vai fazer a casa dos Venoza para conhecer seu futuro marido.

Yuna ficou tão chocada que não soube o que responder, mas vi seu olhar uma mistura de decepção misturada com ódio. Então com fogo nas ventas, ela saiu dali a passos largos e decididos me deixando sozinha com aquela bruxa. Ia segui-la, mas Selena colocou-se em minha frente, seu olhar era penetrante e horripilante.

— Aí tem mais do que precisa, sua abastarda imunda — grunhiu ela segurando meu braço com força fazendo suas unhas machucarem-me. Mordi o lábio inferior segurando o choro. — Suma da vida dos meus sobrinhos, ou eu acabarei com você, ninguém se importa com uma qualquer. — Sorriu. — Ainda mais com a fama que você tem. — Ela então deu meia-volta e saiu do quarto deixando-me sozinha.

Eu precisava falar com Ren, qualquer coisa, qualquer coisa... Minha respiração estava acelerada e falha, meu coração batia freneticamente e eu sentia como se fosse desmaiar a qualquer momento. Ele precisava me ajudar, eu não queria ser abandonada de novo, sentia que iria morrer caso me deixassem sozinha novamente. Meu peito se apertou. Eu não queria ficar sem um lugar, não queria ter que me adaptar novamente, ter a sensação que nunca teria um lar.

Desci as escadas às pressas e agradeci por não me encontrar com Selena. Me aproximei a passos rápidos e logo pude ouvir a voz de Yuna e Ren brigando.

— Eu nunca me casaria com uma empregada! — exclamou ele convicto um segundo antes de eu empurrar a porta e entrar naquele aposento, travei ali mesmo. A porta estava entreaberta possibilitando que escutasse cada palavra dita.

— Mas há boatos de que anda se encontrando com ela a noite, como pôde desonrá-la?!

— Nunca a desonrei — ele respondeu aflito e visivelmente magoado. — E nem o faria, Yuna... ora, tenho respeito por ela, além de que Mari é como uma irmã para mim.

O CONDE QUE EU AMAVAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora