CAPÍTULO 74

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— Não! — ela gritou se soltando dele e se afastou. — Por que iria, e para onde?! — Ela o olhava com receio e desconfiança e Ryan se sentiu ofendido.

— Vamos até o jornal, ou onde quer que tenha ido para imprimir aquilo e vai fazer um pedido formal de desculpas desfazendo tudo o que disse....

— Não vou, não — falou firme e ele piscou. — Por que deveria fazê-lo? Você me disse que queria a verdade, não é?! Então tem toda a verdade, ou partes dela, ainda tenho mais coisas para contar, não quer saber de tudo?!

— Mari, não me desafie, faça o que eu estou mandando!

— Por que? Por que é um nobre e tem dinheiro? Por que eu devo fazer isso?

Ele se aproximou e ela se afastou.

— Não me olhe desse jeito, não vou machucá-la, você sabe disso!

— Por que devo acreditar em você, se não acreditou em mim. Não me peça compreensão, se não é capaz de oferecera Ryan, o que você acha que é, o centro de todas as coisas? Você não é o único que está machucado, não era o único que estava sofrendo, mas agiu como se fosse a única vítima!

Ryan voltou a segurar seu braço, estava irritado, de fato, quem ela pensa que é para dizer estas coisas?!

— Você não sabe de nada!

— Não! — Mari tentou se soltar, mas sem sucesso. — Você nunca quis a verdade, nunca! Queria uma mentira que fosse fácil, sempre que tentava mostrar as coisas como era a seu respeito você agia desta forma, fechava sua cara e me deixava de lado, exatamente como fez! Me solte seu hipócrita meia boca, imbecil!

— Pare! — Ele a olhou irritado. — As pessoas estão olhando.

— Estão! Vai ser pior para sua imagem que você tanto presa! Mas se quiser um show maior, eu posso começar a gritar!

— Seja racional, Mari! Pare com isso!

— Racional seria eu me calar e te seguir como uma ovelha ao matadouro? Isso é ser racional?! Eu já falei, me solte agora ou...

— Você não está ouvindo-a? — Essa pergunta veio acompanhada de uma pisada forte no pé de Ryan de forma que ele gemeu soltando Mari, então agachou-se sentindo uma dor forte em seu dedão. — Tem problemas de audição, por acaso?

Ryan olhou a moça um tanto incomum, e teve certeza que já a viu antes, na verdade, o reconhecimento foi quase imediato.

— Louise?! — Ryan se levantou surpreso. Da última vez que a viu ela era apenas uma menininha! Faz tanto tempo que ele teria se esquecido dela se a moça não fosse tão incomum. Quando Mari contou a história sobre sua irmã, foi ela quem lhe veio à mente brevemente, mas não recordava seu nome, porém olhando-a neste momento, a memória ressurgiu. A mulher o olhava irritada e decidida, quase o ameaçando com o olhar, mania que não perdeu desde pequena. Louise era quase monocromática, seus cabelos tornaram-se tão claros que beiravam o branco, seus olhos eram de um azul quase lilás e sua pele tão branca que chegava a brilhar no sol. Ela estava bem... adulta e diferente de antes, mas a petulância era a mesma.

— Oh, sabe quem eu sou? Desculpe, eu lhe conheço? — perguntou o olhando nos olhos.

— Pisou no pé de um homem que não conhece?! — ele reclamou.

— Estava puxando a Mari, e ela não queria ir.

— E conhece a Mari?

— Também não, mas vou conhecer agora. — Ela virou-se para Mari sorridente. — Mari, sou Louise, prazer, e vim te buscar, vamos sair desse sol, sinto minha pele queimar, por favor! — E segurou as mãos de Mari a puxando para longe de Ryan. — Com licença, senhor.

Ryan avançou segurando-a pelo braço e Louise a olhou surpresa.

— Onde está sua família? — perguntou ele bravo.

— Quem pensa que é para estar me segurando desta forma? — ela rosnou puxando o braço de volta. — Quer um chute entre as pernas?

Ryan fechou os olhos impaciente, pelos seus cálculos, Louise deve ter por volta de 17 anos, ela tem irmãos, deveria estar com eles.

— Onde está seus irmãos? — perguntou e ela piscou, então engoliu a seco e sorriu.

— Eu fugi — contou e ele piscou.

— Eu estou confuso, o que você tem a ver com a Mari...

— Não lhe devo satisfações, se quiser satisfações, vire um padre. — Ela o olhou com cuidado. — Seria um desperdício, mas combinaria mais com sua tendência a julgamentos...

Ele voltou a se aproximar, mas ela levantou o dedinho e o balançou em sinal negativo.

— Tsc.. tsc... Não faria isso se fosse você, pareço fraca, mas estar debaixo do sol me irrita muito por que arde e incomoda, e quando eu me irrito e sinto um desejo incontrolável de bater em homens petulantes que se acham o centro do mundo. Conhece algum?

Ele ficou em silêncio, talvez pasmo, talvez confuso. Não sabia ao certo como responder a isso.

— Muito bem, resposta certa. — Ela se afastou o olhando desconfiada. — E não me siga, tenho uma arma e sei muito bem como usá-la, e não tenho medo de atirar em senhores belos, só pena mesmo.

Ryan cerrou o punho. Sua vida estava repleta de mulheres malucas, definitivamente.



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Definitivamente sim, Ryan... Você tem um certo carma, 

mas não sabe bem disso kkkkkkkkkk agora aguenta.

Próximo capítulo teremos apresentações II

Por que tem carne nova no pedaço. 

O CONDE QUE EU AMAVAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora