Quando eles voltaram, Ryan se juntou a mesa de almoço, mas Ren passou direto e foi ao seu quarto alegando indigestão. Me perguntei o que aconteceu. Observei Ryan por um tempo, ele parecia bem e com bom humor, o que era bom, mas por que não conseguia me sentir completamente bem?
Todos conversavam animados na mesa, mas me sentia um tanto aérea. Comi o mais rápido que pude.
— Vou me retirar — disse saindo da mesa.
— Ora... — vi que Selena reclamaria, mas apenas me adiantei e saí da sala. Então subi as escadas a passos rápidos, e sem querer choquei-me com umas das empregadas da mansão.
— Ah, me desculpe — falou ela temerosa.
— Tudo bem, não se preocupe — disse sorrindo amigavelmente, então ela pareceu mais aliviada.
— Ah, avise a sua tia que deixei as cartas que ela recebeu sobre a mesa da escrivaninha, assim como ela me pediu.
— Tudo bem. — Sorri, então me dirigi para o quarto de Ren me sentindo ansiosa. Ele não parecia bem quando entrou em casa, algo parecia estar o afligindo e isso me dava um mau pressentimento. Bati na porta.
— Entre — falou ele.
Abri a porta e Ren me olhou da sua poltrona, então sorriu um tanto entristecido. Fechei a porta atrás de mim e fiquei o olhando por um tempo.
— Por que está assim? — perguntei e ele não me respondeu, olhou para a janela, então respirou fundo. — Ren, aconteceu alguma coisa?
— Preciso fazer uma viagem — falou ele finalmente e eu senti meu peito doer. Será que Ren estava pensando em voltar para Hikari?
— Para onde? — perguntei e ele me olhou.
— Vou trazer a Yuna para cá — contou.
Senti meu corpo estremecer.
— Ela foi enterrada lá?
— Eu não tive a capacidade de vê-la uma última vez. — falou dolorido e meus olhos encheram-se de lágrimas. Ren no entanto, não chorou, mesmo que soubesse que no fundo ele estava.
Senti vontade de abraçá-lo como fazia antes, mas me contive. Isso não era mais meu dever. Pensei em Yuna, certamente ela merecia ao menos voltar para sua terra natal.
— Quando você vai? — perguntei e ele respirou fundo.
— Penso em ir amanhã, a não ser que algo aconteça — disse decidido e eu pisquei sem entender. Então Ren respirou fundo e sorriu sem mostrar os dentes. — Não precisa se preocupar, não quero que sinta pena de mim... nem que me faça caridades. — Se levantou.
Eu não fiz caridades... Mas eu o disse tais coisas, estava brava com ele, oras!
Ouvi um barulho perto da porta, afinal estava mais próximo a ela, parecia alguém, então me assustei quando bateram.
— Ren, querido? — era a voz de Selena. — Precisamos conversar.
— Sim, tia, entre.
Ela entrou e parecia preocupada, mas a única coisa que pensava era no fato de que: ela estava escutando atrás da porta? O barulho que ouvi não foi de quem estava chegando, e sim como se alguém estivesse ali encostando-se na porta. Estreitei o olhar desconfiada e ela me ignorou completamente.
— Recebi uma carta, a respeito de Yuna — falou ela sorrindo sem mostrar os dentes. — Pensei que seria melhor se Yuna fosse enterrada em sua terra natal, mas pela impossibilidade, pedi que fosse cremada, para que buscássemos as cinzas dela, assim podemos levá-la para Hikari...
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O CONDE QUE EU AMAVA
Romance**CONCLUÍDA** ** PÁGIO É CRIME** Mari Momo é apenas uma empregada de confiança dos irmãos Wamura. E tem sido assim desde que o conde e a condessa Wamura faleceram. Como uma boa e obediente empregada, Mari tem feito de tudo para deixar os dias do irm...