CAPÍTULO 43

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Ryan me olhou atentamente enquanto me aproximava para mais aquela aula de dança, teríamos ela até o dia do baile. Andava atenta aos sinais que aquelas duas emanavam e me perguntava quando poderiam colocar em prática seu plano. Só me vinha a mente que deveria ser um lugar público onde outros nobres haveriam de estar, e o baile era o único evento público de grande porte marcado até o momento. Suspirei tentando me acalmar, até lá, teria tempo de pensar em alguma solução. Voltei a olhar para Ryan, hoje seus cabelos estavam partidos no meio e lhe davam um ar mais sério e maduro. A propósito, eu nunca o tinha perguntado sua idade.

— Eu nunca lhe perguntei, mas quantos anos tem? — O olhei atenta enquanto ele se dirigiu ao meio do salão onde eu estava. Ele era alto, talvez do mesmo tamanho ou um pouquinho maior que Ren. Ryan parou e me olhou fixamente por alguns poucos segundos.

— Eu nunca lhe disse antes, mas seus olhos são enormes, e ficam ainda maiores quando está curiosa — disse e eu pisquei surpresa. — Minto, agora estão mais arregalados.

Sorri e ele continuou olhando-me fixamente, então senti aquele desconforto novamente na boca do estômago e um pouco de medo, me lembrei do beijo e me senti esquentar, Ryan pigarreou afrouxando a camisa e respirou fundo metendo as mãos no bolso.

— Não... respondeu minha pergunta. — Desviei o olhar nervosa.

— Tenho 24 anos. Irei fazer 25 anos muito em breve — contou — E você, tem quantos anos? — Ele segurou minha mão com delicadeza e senti um arrepio percorrer minha espinha.

— Eu tenho 19 anos... — respondi institivamente e ele piscou curioso. Me dei conta do que falava e pigarrei. — Quer dizer, irei fazer 18 anos ainda...

Ryan sorriu mostrando todos aqueles dentes perfeitos e engoli a seco desviando o olhar para seu pescoço na tentativa de descansar o meu coração e estômago por alguns instantes.

— Está ansiosa para ser mais velha? — perguntou ele em tom de divertimento.

— Quase isso... — respondi perdida em meus pensamentos. Mas tudo se foi quando ele segurou minha cintura e eu me estremeci por completo. Por que justo agora? Me afastei rapidamente e notei seu olhar de espanto e curiosidade.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntou o conde.

— Não, eu apenas... — juntei minhas mãos as apertando. Ryan pareceu notar minha apreensão e seu olhar preocupado me causou uma outra estranha dor no peito. — Apenas me sinto um pouco indisposta hoje...— Sorri desconcertada e ele sorriu de volta mais calmo.

— Deve ser por ficar tanto tempo em casa — disse. — Por que não fazemos um passeio? — Ele me ofereceu o braço e eu pisquei olhando-o.

— Tudo bem... — aceitei relutante. Então entrelacei meu braço nos dele, enquanto isso, o empregado nos olhava sem saber se deveria tocar piano ou não.

— Adiaremos esta aula de hoje, tudo bem? — disse Ryan ao empregado. Então nós fomos para o lado de fora de casa. — Bem que estava lhe achando pálida demais faz alguns dias, desde que sua tia e seu irmão chegaram. Percebi também que não está se alimentando como deveria, até desmaiou outro dia, confesso que fiquei bem preocupado quando soube, felizmente Núbia e seu irmão estavam próximos quando aconteceu... — Me observou por cima do ombro. Pisquei, Ren me ajudou? Fiquei surpresa com isso.

— Costuma ser bem observador — falei na tentativa de mudar de assunto e ele sorriu.

— É uma característica admirável que cultivo.

— Convencido também é uma característica que cultiva? — perguntei e ele riu. O som da sua rizada causou uma sensação de alegria em meu peito. Sorri.

O CONDE QUE EU AMAVAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora