CAPÍTULO 62

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— Ora, por que não? Tenho certeza que se sentirá melhor se fizer. Vamos, pode confiar em mim...

Ren sorriu como se tivesse falado algo engraçado e ingênuo, então me olhou com seus olhos brilhantes. Pisquei sem entender. Ren respirou fundo e me puxou abraçando-me, tal como fazíamos quando mais novos, do mesmo jeito do dia em que descobrir que meu coração batia mais acelerado quando ele me abraçava, do dia em que descobri que ele mexia comigo.

Ele me apertou contra seu corpo e eu senti seu coração bater descontroladamente e sabia que ele ouvia o meu, pois seu ouvido estava pressionado contra meu peito, meu corpo ficou quente no mesmo instante e meu estômago revirou-se. Agarrei meu próprio vestido tensa. A sensação era diferente, desta vez eu estava ciente de que ele tinha sentimentos por mim, estava completamente ciente que seu coração batia forte por minha causa, então me perguntei se já batia forte desde aquela época... Prensei os lábios, e como se ele lesse meus pensamentos, falou:

— Foi na nossa aula de piano — conto e eu pisquei.

— O... o que?

— Quando meu coração disparou pela primeira vez.

A aula de piano foi quando ele tentou tocar piano comigo, mas eu era um verdadeiro desastre. Fiquei impressionada, afinal foi bem antes de eu saber de meus próprios sentimentos.

— Quando lhe abracei, quase tive um infarto — continuou calmo. — Eu me sentia estranhamente feliz quando podia te abraçar assim, gostava da sensação que isso me causava sem mesmo saber o que significava. — Sorriu ao lembra-se. — Eu estava ciente, mesmo não estando, nunca quis tocar em ninguém que não fosse você, não fazia sentido não ser você, sempre foi você — Ele pensou por alguns segundos. — Então só me desculpe...

Fechei os olhos com força tentando controlar o que meu corpo estava sentido. Meu peito apertava de tal forma que sentia meus olhos marejarem. Eu estava feliz, mas ao mesmo tempo, sabia que isso seria impossível.

— Eu já lhe perdoei, Ren — falei nervosa.

— Não, eu estou me desculpando por outra coisa. — Ele se levantou me segurando pelos braços, pisquei o olhando nos olhos, céus, eu conhecia muito bem esse seu olhar. Ren me empurrou até que meu corpo chocasse contra escrivaninha. Me inclinei com o intuito de me afastar e me situar, mas não havia por onde fugir.

— Ren, o... o que... — Antes de conseguir formular a frase ele me segurou pela cintura e me sentou na mesa. Soltei o ar que estava em meu pulmão na mesma hora. Desaprendi até mesmo como se formula frases, meu corpo inteiro estava desperto e quente, sentia arrepios percorrerem cada músculo, até mesmo os que nem fazia ideia que podia sentir. Nem sequer tinha força para empurrá-lo. Ren nunca agiu desta forma, nunca! Eu estava tão em choque que tudo o que sentia era meu estômago gelar e aquecer meu corpo inteiro. Cada respiração dele me arrepiava, cada olhar para minha boca me deixava inteiramente eriçada, como se estivesse derretendo por dentro.

Ren olhou para meu pescoço, então fechou os olhos como se estivesse lutando consigo mesmo. Pensei que ele fosse mudar de ideia e uma parte ficou feliz, outra parte ficou profundamente contrariada. O problema que essa parte feliz era minúscula e morreu assim que ele me olhou nos olhos do jeito mais decidido que eu já vi em minha vida. A essa altura, já segurava sua roupa com força desejando que ele me beijasse e que acabasse de uma vez com isso. Por que gostava de ficar me torturando daquele jeito?

Ele segurou uma de minhas mãos beijando-a carinhosamente e eu estremeci. Céus! Como ele conseguia fazer isto? Era literalmente como se meu corpo pertencesse a ele e obedecesse a o que ele fazia com ele, não tinha controle nenhum sobre meus nervos, todos estavam ativados de forma que até encolhia os dedos dos pés, como se estivesse perdendo o conhecimento de como eles se moviam.

— Eu... — A respiração dele estava tão acelerada quando a minha, nem arrisco em dizer que seu coração não estava diferente. — Você já deve saber, mas eu ... sou... profundamente apaixonado por você — confessou ele com a vou rouca.

Pisquei rapidamente, não conseguia formular uma reposta que fizesse sentido, não conseguia pensar em absolutamente nada! E isso apenas piorou quando ele acariciou minha cintura a apertando logo em seguida. Será que seria um problema se me esquecesse como respirar também? Abri a boca numa mistura de prazer com surpresa. Ren ficou entre minhas pernas, então me puxou contra ele pela cintura. Prendi a respiração quando ele se dirigiu a meu pescoço e fechei os olhos com força o apertando com as pernas, meus dedos estavam dando cãibra com a força que cravava minhas unhas em seus ombros. Arfei quando senti sua língua na pele sensível do meu pescoço. Ah, minha nossa! Estava ficando zonza! A única explicação era que era um sonho, só pode ser um sonho, não pode ser real!

— Me diga, Mari — Ren sussurrou no meu ouvido fazendo-me arrepiar — O que você quer?

Mordi o lábio inferior na tentativa de conter o que estava sentido, não saberia nem sequer explicar com clareza, mas isso fazia minha respiração sair desregular e sentir arrepios internos prazerosos.

— Ah, eu... — fechei os olhos com força enquanto ele beijava toda extensão do meu pescoço fazendo-me eriçar e gemer baixinho. — Hm...Vo... você é cruel... — foi a única coisa que consegui dizer, então ele me olhou nos olhos.

— Por que? — sorriu com o canto da boca. Minha nossa, por que Ren...Eu não sabia que ele faria isso, estava muito longe das minhas expectativas, minha razão voou longe, na verdade eu nem sei onde ela estava. Ren segurou meu pescoço com uma de suas mãos enquanto a outra me segurava com firmeza pela cintura. Suspirei.

Ele lentamente se aproximou fitando meus lábios e o beijou devagar, como se estivesse apenas provando algum doce. Eu derreti naquele instante e o puxei para mais perto, tanto com os braços como com as pernas. Sentir os lábios dele contra o meu era simplesmente incrível, eram macios e estavam quentes, na verdade, Ren estava quente, quase fervendo. Acredito que não estava diferente. Ren segurou meu pescoço com uma certa firmeza enquanto a outra apertava minha coxa, e intensificou o beijo, arfei e retribui com a mesma energia o segurando com foça. Gemi de prazer, não acredito que estava beijando Ren Wamura daquela forma.

Ele então se afastou apenas para ver meu rosto, e eu aproveitei para observar o seu, ele parecia estar em uma mistura de prazer com divertimento e admiração, não sei dizer ao certo. Não posso acreditar que Ren Wamura está com essa expressão de prazer por minha causa, muito menos respirando desse jeito. Ren se dirigiu novamente ao meu pescoço enquanto eu me deliciava com a sensação de tê-lo tocando minha pele, de sentir seus cabelos fazerem cocegas no meu rosto, de poder abraçá-lo e sentir seus ombros largos, ou seus braços definidos, coisa que eu sempre quis fazer.

Eu queria saber as expressões mais que ele fazia, queria tocá-lo por mais tempo, então me dirigi a seu pescoço e o beijei como ele estava fazendo comigo. O senti arrepiar e sua pele ficou eriçada, passei a ponta dos dedos por dentro do seu colarinho delicadamente me aproveitando da situação e Ren mordeu meu pescoço, gemi sentindo um arrepio e o apertei ainda mais contra mim. Ren soltou um gemido delicioso que fez aquela parte de mim despertar mais ainda. Pensar em tudo isso, ou até imaginar-me fazer isso seria constrangedor, mas naquele momento, eu não sentia vergonha alguma, muito pelo contrário, eu queria provocá-lo um pouco mais. Sorri enquanto mordia o lábio e ele me observou confuso e surpreso. Até isso era adorável.

Ren ia cair para frente, então segurou-se na parede onde a escrivaninha estava encostada. Segurei-o pelo queixo com uma mão enquanto olhava seu rosto perfeito vermelho, seus lábios inchados e ele estava um pouco descabelado e me olhava apaixonadamente.

Só Deus sabe o prazer que aquela sensação causou em mim. Talvez devesse lhe dizer o que se passava em meu coração, e movida por esse sentimento, falei:

— Eu...




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Adoro fazer isso com vocês hauhauhau

O CONDE QUE EU AMAVAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora