CAPÍTULO 72

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Olhávamos fixamente para o colar na mão do avaliador. Ele me olhou com cuidado, então sorriu.

— 200 mil — disse e eu semicerrei os olhos.

— Você só pode estar brincando, essa é uma peça única — disse e ele prensou os lábios. — Não aceito menos que 350 mil — afirmei decidida e ele relutou. — Muito bem, se não quiser, vou em outro.

— Tudo bem... — o homem falou sério, então suspirou. Beatriz me acompanhava. Imaginei que ela fosse desistir de me acompanhar depois que soubesse a verdade por inteiro, mas ao contrário do que pensei, ela não quis ir embora. Nos instalamos em uma pensão não muito distante da mansão Venoza.

— Tem certeza disso? — Beatriz perguntou eu sorri enquanto ele buscava o meu dinheiro.

— Absoluta — disse séria me sentindo estranha. As cartas que Selena possuía eram aleatórias e insinuantes. Uma delas era bem antiga e se tratava de uma certa articulação com a antiga família da senhora Venoza e outras eram atuais contendo as mesmas articulações com a própria.

Mas a que mais me deixaram chocada, foram as cartas de Yuna, Selena estava com todas elas, estava recebendo-as em meu lugar, e Yuna tardou a entender isso, a mais atual ameaçava Selena diretamente, pelo visto Yuna estava viva e tinha um plano. Eu podia simplesmente procurá-la e me juntar a ela, mas seus motivos não tinham nada haver com os meus, talvez um pouco. Cerrei o punho.

Eu farei Selena provar do seu próprio veneno. A farei sentir o que ela me fez sentir. Sorri pegando a mala de dinheiro que o homem me trouxe e olhando as notas com cuidado, ele me olhava enquanto fazia isso, então lhe dei o colar e saí dali a passos rápidos.

Beatriz vinha atrás de mim observando tudo em sua volta, para ter certeza que não seríamos seguidas. Fiz questão de ir bem vestida como uma dama com títulos e por tanto, poder. Certamente ele deve ousar me fazer mal.

Agora eu precisava colocar meu plano em prática.

~∞~

Ainda naquela tarde nos dirigimos até a gráfica da cidade, aquela que produzia os jornais e os distribuía todas as manhãs. Meu plano era simples, porém audacioso, não sabia se iriam aceitar minha sugestão, então levei comigo alguns agrados.

— Não posso colocar qualquer no jornal — afirmou o homem de braços cruzados. — Nosso jornal é sério.

Pisquei.

— Bom, uma pena — peguei as notas de dinheiro sobre a mesa, mas ele segurou minha mão sorrindo.

— Mas não disse que não posso fazê-lo. Indiretamente... Não quero problemas com nobres, então podemos fazer isso desvinculado do jornal, assim todos saímos felizes, o que acha?

Sorri, seria perfeito. Poucas pessoas leem o jornal mesmo, mas algo assim chamaria atenção, ainda mais com o título que tenho em mente.

— Acho perfeito.

— Então, o que devo publicar? Estou curioso.

Abri minha pequena bolsa e tirei meu rascunho.

— Isso — disse lhe entregando e ele olhou o papel com cuidado, então piscou surpreso e depois olhou-me. O homem sorriu como se tivesse achado interessante. — Quero que ele seja distribuído e não entregue — disse e ele piscou. Então tirei de uma pequena bolsa mais algumas notas de dinheiro e ele arregalou os olhos, estava quase salivando. — Lhe dou o resto depois que o trabalho estiver finalizado.

— Bem... negócio feito — esticou a mão e eu a apertei com firmeza.

— Quero-o amanhã por toda Eleovoar.

O CONDE QUE EU AMAVAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora