CAPÍTULO 54

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REN WAMURA ( Continuação):


A propriedade era imensa, talvez maior do que a que eles moravam. Um homem veio recebê-los, segundo Arthur, era o mordomo responsável por reger aquele lugar na sua ausência. Ren olhou em volta, Mari adoraria aquele lugar, principalmente pelo fato de que tinha uma cerejeira no centro do jardim, ela estava florida e muito bonita.

— Não vamos ficar na casa principal e sim em um chalé mais distante — Arthur falou animado, bem diferente do que era quando estava em casa.

O chalé em questão ficava no meio de um bosque, bem próximo a um lago com água cristalina, Ren ficou fascinado, ele queria mesmo que Mari fosse naquele lugar, ela sempre ficava com aqueles olhos arregalados e com sorriso de orelha a orelha quando via paisagens bonitas.

Ele se sentou na beira do lago ainda carregando o rifle.

— Eu e o Oliver vamos caçar — Ryan avisou. — Você pode ficar com meu pai já que é muito sensível a tiros em animais — falou ironicamente e Ren se levantou no mesmo instante se sentindo intimidado.

— Eu sou contra atirar por esporte! — Se justificou, mas Ryan apenas deu as costas rindo e continuou andando. Ren abriu a garrafa de água e bebeu se sentindo bravo. Nunca dê as costas para seu inimigo, sorte a sua que sou um bom homem e... não tenho uma pontaria tão boa, pensou sentindo-se frustrado. Ele não era sensível, ou lá o que fosse o que ele queria insinuar com isso.

— Ren, me ajude a pegar lenha, vamos fazer uma fogueira — pediu Arthur.

Ele não teve alternativa a não ser ajudar o homem a cortar lenha. O silêncio pairava no lugar enquanto ele e Arthur cortavam a madeira com o machado. Até que era bom, pois gostava de se sentir útil de alguma forma, mesmo que estivesse machucando suas feridas novamente.

Já havia se passado cerca de uma hora desde que Ryan saiu para caçar. Vez ou outra Arthur olhava para ele como se quisesse falar algo, mas mudava de ideia sempre.

— O senhor quer me falar algo? — perguntou já impaciente e ansioso.

— Você tem alguém em mente para seu casamento? — perguntou e ele pensou em Mari, logo em seguida em sua tia e na filha mais velha dos Martinez. Suspirou, não iria se casar com aquela mulher, definitivamente, preferia morrer solteiro a isso. Ele balançou a cabeça em modo negativo e Arthur se aproximou como se acabasse de ter uma ideia genial. — Por que não se casa com minha filha? — perguntou e Ren piscou rapidamente. Ele se referia a mulher ruiva que os acompanhava nos passeios, certo?

— Não tenho interesse, com todo respeito — respondeu rapidamente.

— Então tem alguém em seu coração? — perguntou o homem torcendo o lábio como se isso fosse algo bobo. — Quer escutar um conselho? — Ele voltou-se para a lenha. — Escolha de forma racional, costuma dar mais certo... — Ele franziu a testa como se algo no fundo de seu peito doesse. Ren prensou os lábios e suspirou fundo. Uma escolha racional? Sorriu ao pensar que, mesmo assim, tenderia a escolher a Mari. Ela lhe entendia com ninguém, ele se sentia à vontade perto dela e conseguia facilmente se imaginar envelhecendo ao seu lado, existe algo mais racional que isso?

No entanto, se ele fosse escolher pelo medo, escolheria a senhorita Martinez, por receio do que as pessoas iriam falar caso escolhesse uma senhorita sem família e títulos como Mari, mas bastava pensar numa vida ao lado daquela mulher que ele não tinha sentimento algum, que não via sequer alegria, não tinha a mínima vontade de tocá-la, de ouvir sua voz ou de até mesmo ver seu sorriso, não fazia sentido ficar ao seu lado. Mas ele entendia o por que de Arthur está lhe dizendo isso, sua antiga esposa fez coisas ruins, e certamente ele a amou.

O CONDE QUE EU AMAVAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora