Alguém bateu na porta e eu estremeci no mesmo instante. Pisquei rapidamente caindo em mim, céus! O que eu estava prestes a dizer?! Levei a mão a boca e o empurrei para que me levantasse.
Então fui até o espelho olhei meu estado, céus, minha boca estava vermelha e inchada, ainda sentia sua mão pelo meu corpo apertando-me. Respirei fundo me acalmando.
— Abra esta porta agora — Selena ordenou e eu olhei para Ren. Ele estava parado com os punhos cerrados, então ajeitou seu cabelo e sua roupa, depois se dirigiu a poltrona e sentou nela cruzando as pernas.
— Acha bom você sair, ela pode pensar errado...
— Por agora, será pior se eu me levantar — falou olhando-me de um jeito sério e profundo. Não entendi, mas não tenho tempo para perguntar. Fui até ele ajeitei seu colarinho, depois passei um pouco de pó branco em sua boca e na minha. Ren continha o sorriso.
— Pare com isso... — reclamei.
— Não sei por que os esforços, ela vai imaginar algo de qualquer forma, e você está muito mais vermelha que eu, nem sabia que podia ficar dessa cor. — sorriu e eu apertei sua bochecha, Ren segurou minha mão com um sorriso insinuante. — Nós podemos ignorá-la se quiser.
— Ren! — o repreendi me sentindo quente. Na verdade, o clima estava quente e acabava facilitando, precisava de um leque.
O olhei nos olhos e me senti nervosa, então me ajeitei e engoli a seco andando em direção a porta.
— O que você quer? — perguntei assim que abri.
— Sei que Ren está aí — Ela empurrou a porta e entrou olhando-o, depois me olhou e cruzou os braços. Fechei a porta atrás de mim me encostando nela. Pela expressão da mulher, sabia que ela iria lançar seu veneno mais uma vez. Ren a olhava impassível. Parece que o ando subestimando.
— O que houve? — perguntou Ren.
— Não deveria estar aqui, o que hão de achar se...
— Qual o problema em estar perto da mulher que eu amo?
O olhei surpresa, depois olhei para Selena, ela parecia em choque, depois perdeu a cor.
— Não acredito no que está dizendo, ai meu Deus, que desgosto, não permitirei tal coisa! Ela já está prometida a Ryan, e você, terá muito mais oportunidades na vida se casar com a duquesa Lowis. Ren, seja racional! — gritou.
— Estou sendo perfeitamente racional, Selena — ele falou mais sério.
— Não, não está... Está agindo que nem seu pai, movido por um devaneio! — Ela estava fora de si, até mesmo sua respiração estava acelerada, ela olhou-me com raiva, e então saiu do quarto batendo a porta com força.
Ren respirou fundo, então se levantou.
— Foi mais fácil do que eu pensei que seria... — Pareceu dizer a si mesmo, então me olhou e eu me senti nervosa lembrando-me de sua declaração ainda a pouco. Ren prensou os lábios e sorriu sem jeito. — Não se preocupe muito com isso, eu falei por que queria que você soubesse também, mas entendo se não for... o seu desejo — Ele respirou fundo levando ambas as mãos ao bolso.
E eu continuei calada. Não sabia o que dizer. Tinha tantas coisas que eu queria falar, mas ao mesmo tempo nada me vinha a mente. Ele continuou.
— Seu aniversário passou, não é? — perguntou e eu assenti ainda um tanto envergonhada. — Tenho algo guardado para você, amanhã poderia ceder-me um pouco do seu tempo. Será uma surpresa, quer saber?
— Se está me contando, não será uma surpresa — falei o olhando mais tranquila.
— Imaginei que fosse mais curiosa — falou com ironia e divertimento. Sorri.
— Mas gosto muito mais de mistério, na medida certa claro. — Retruquei e Ren sorriu olhando-me com aqueles seus olhos ilegíveis, senti meu corpo aquecer novamente e desviei olhar.
— Me desculpe por ainda a pouco, fui longe demais... — falou ele finalmente.
— Achei que não fosse pedir — retruquei no tom de brincadeira na tentativa de melhorar a tensão ali, e quem sabe me acalmar um pouco.
— Achei que tivesse gostado — replicou ele olhando-me com divertimento. Fiquei sem palavras e senti minha bochecha formigar. — Tuchê. — Sorriu ele.
— Acho melhor sair, antes que sua tia dê outro chilique — falei indo para trás dele e o empurrando para fora do quarto.
— Tudo bem, tudo bem, eu saio. — Ele seguiu rumo a porta conforme ia empurrando-o. Então Ren se virou e beijou-me de surpresa rapidamente na boca, como um estalo. Arregalei os olhos envergonhada e ele sorriu vitorioso. — Só para que quem sabe influencie um pouco. — Me olhava. — Confesso que foi minha primeira vez fazendo isso, então seria melhor se me deixasse fazer mais vezes, assim poderei mostrar meu melhor.
Ri envergonhada.
— Hm... — fingi estar pensando para deixá-lo apreensivo. — Você tem talento — falei e ele sorriu.
— Treinei muito com você em meus sonhos — falou olhando-me fixamente com divertimento e eu senti corar no mesmo instante.
— Minha nossa, está me deixando envergonhada, pare com isso... — o empurrava.
— Você está bem vermelha.
— Eu posso sentir — falei já sem ideias de respostas.
— Está linda.
— Ren... Boa tarde!
— Vou indo — Ren sorriu abrindo a porta e deu de cara com Ryan. Tanto eu como ele nos assustamos com aquilo.
— Disseram que estava tendo uma gritaria, vim averiguar se estar tudo bem — explicou sério, então ignorando Ren completamente, me olhou. — Está tudo bem, Yuna? — perguntou insinuando que estivesse em perigo.
— Por acaso está duvidando de mim, Conde Venoza? — perguntou Ren.
Respirei fundo. Tudo o que eu não queria era uma briga.
— Não aconteceu nada — falei antes que Ryan pudesse responder a essa provocação. — Não tem por que se preocupar, Ryan, estou perfeitamente bem.
— É o que parece mesmo... — ele respondeu como se estivesse desconfiado, depois saiu a passos decididos, me senti nervosa, será que desconfiou de algo?
Quando Ren saiu, andei de um lado para o outro no quarto. Tudo o que eu preciso fazer é lhe contar a verdade, será pior se ele descobrir por outra pessoa. Mas quando? Quando hei de lhe falar? Se não decidir agora, nunca vou tomar essa decisão.
Então reunindo toda a minha coragem, planejei minha confissão.
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Está mais que na hora, Mari.
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O CONDE QUE EU AMAVA
Romance**CONCLUÍDA** ** PÁGIO É CRIME** Mari Momo é apenas uma empregada de confiança dos irmãos Wamura. E tem sido assim desde que o conde e a condessa Wamura faleceram. Como uma boa e obediente empregada, Mari tem feito de tudo para deixar os dias do irm...