— Não me recordo de ter assuntos pendentes em Gungju.
O comandante riu divertido e Taehyung aceitou sua mão estendida a contragosto, por aparências. Tiveram um aperto de mãos rápido e o loiro se controlou para não esmagar a mão alheia.
— Creio eu que já sabe do quê estou falando.
Os olhos se encararam em puro desafio e Taehyung foi o primeiro a desviar, sem opções se não aceitar. Ninguém poderia ouvir a conversa caso Chiwoo resolva dar com a língua nos dentes.
— Vamos para um lugar privado, talvez assim possa me recordar do assunto. — o comandante assentiu duvidoso e estendeu a mão para que o Jeon os acompanhasse. Taehyung se pôs no caminho e pediu que o pai o retirasse dali.
— Não estou compreendendo. — Jeongguk murmurou ao ser guiado para sentar na cadeira, felizmente perto de alguns canapés. — Não posso ir junto?
— Shh... só obedeça seu alfa e seja receptivo com os convidados, não deve ser nada importante. — Seokjin o tranquilizou enquanto via os dois alfas indo para fora do salão com expressões fechadas. Também estava curioso para ver como a conversa se desdobraria, mas contava com seu filho para resolver as coisas com o comandante de Gongju sozinho. — Vamos apenas esperar pacientes.
Jeon assentiu pegando uma xícara de chá e levando até os lábios de cor pêssego. Olhou de relance o Kim engrenar em um assunto com o terceiro esposo do rei - esse mesmo que o ofereceu lugar para sentar quando os lacaios de Lucien o deixaram em pé no dia em que chegou - e então viu Jisoo e Jennie se levantarem discretamente.
Sabia que não deveria levantar da mesa com tantos convidados querendo conversar consigo sobre a cerimônia, mas assim que viu Yejun o chamando com a mãozinha para perguntar se podia pegar um doce da mesa sem ser repreendido, aproveitou a brecha para sair. Pegou uma quantidade considerável de doces para o menino na mesa perto da porta e o segurou pela mãozinha para saírem da sala juntos.
Seguiu as mulheres sem ser percebido e as viu entrar no escritório do Kim.
— Vamos ver o príncipe Tae? — a criança perguntou inocentemente e Jeon se limitou a assentir, olhou em volta para se certificar que não havia nenhum guarda fazendo escala naquele corredor e se aproximou da porta, tentando escutar ao menos um pouco do que se passava na sala.
Ouviu alguém sentar em uma cadeira, provavelmente era Taehyung.
— E você espera que eu acredite em suas palavras?
— Independentemente do duelo que tiveram eu e Jeongguk somos almas gêmeas. Tivemos um imprintg quando crianças e não pretendo abrir mão do meu par predestinado. — Chiwoo contou convicto. — Ele é meu ômega e eu estou disposto a te desafiar se for preciso.
— Lutar por minha mão? — rosnou baixo. — Só pode estar louco.
— Gukkie, mamãe sempre me dizia que é feio escutar a conversa dos outros sem ser permitido. — o menino puxou a manga de sua camisa e Jeon colocou um dedo sobre os lábios, pedindo silêncio para saber a resposta do Kim.
Yejun lhe lançou uma cara emburrada e encarou a porta zangado, tendo uma ideia brilhante se apossar de sua cabecinha travessa.
— Eu quero brincar com a tia Jennie agora!
E abriu a porta com toda animação que tinha, fazendo Jeon quase tropeçar nos próprios pés para tentar alcançar o menino.
Quando percebeu já estava dentro da sala, seus olhos arregalados passearam por todos presentes até caírem em Chiwoo, que sorriu cheio de saudade e dessa vez não se conteve em encurtar a distância entre eles e o abraçar com força.
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Entre Dois Reinos
General FictionDesde pequeno Jeon Jeongguk gostava de duas coisas: ter cabelos longos e lutar. Não era novidade para ninguém do reino Fast saber que o príncipe ômega tinha mais interesse em participar de guerras do quê arranjar um marido. Vários dos nobres que ten...