Sentia que já era a terceira vez que o cavalo passava por aquele caminho, mas Jeongguk não se dava ao luxo de pensar demais sobre o trajeto feito, apenas rezava, reveza e rezava. Seus olhos estavam embaçados pelas lágrimas e seu lobo se sentia destroçado e ferido. O corpo de Taehyung parecia tão indefeso e mole em seus braços que Jeon tinha medo que estivesse o apertando demais.
— Por favor, não morra. — implorou escondendo o rosto do Kim contra seu peito.
Levantou a cabeça para prestar mais atenção na estrada e suspirou aliviado ao ver a mesma cabana que o loiro comprou a cesta antes de seguirem para a floresta. Ali não era um castelo, muito menos tinha curandeiros como em seu reino, mas não exitou ao correr com o marido nos braços para dentro do estabelecimento em busca de auxílio.
Logo de início viu o dono olhar na direção do barulho do sino pensando ser um novo cliente, e ao julgar pelo seu olhar espantado ao ver seu marido desacordado, ele o conhecia muito bem.
— Pelos céus, o que houve com ele?
— Por favor, ajude meu marido! — implorou já seguindo o homem para os fundos do mercado. Não poderiam correr o risco de serem vistos e mais como daqueles homens que tentaram lhe cortar a cabeça alguns dias atrás viessem para terminar o serviço.
Havia mais uma mulher lá e provavelmente ela era a esposa ou alguma parente do comerciante, pois uma empregada não derrubaria tudo que estava em cima de uma mesa para Jeongguk colocar o desfalecido sem uma ordem direta do dono.
— A pulsação dele está fraca. — constatou a mulher ao toca-lo no pescoço. — O que houve?
— Ele foi envenenado. — contou. — Eu tentei sugar, mas ele desmaiou.
— Cuspiu fora? Como se sente? — ela quis saber.
— Eu estou bem, não se preocupe comigo. Como ele está?!
— Está em coma. — o comerciante constatou.
— Como?! — perguntou preocupado.
— O alfa está em um sono profundo. — explicou melhor a mulher. — Já vi isso em algumas pessoas antes. Talvez ele não tenha morrido porque foi rápido ao sugar o líquido, mas ainda sim, sempre tem suas consequências.
— Como sabe disso?
— Eu sou uma curandeira, alteza. — confessou mais baixo que o usual. — Sei que em Strong é proibido, mas espero que Fast possa mudar isso em breve.
Não posso nem mesmo usar as roupas que quero aqui, quanto mais mudar uma lei. Jeon pensou em sua cabeça.
— E como essas pessoas que estão em coma se encontram? — quis saber. — Estão bem?
— Estão mortas. — contou melancólica. — Entre ver os familiares nesse estado para sempre ou mortos, eles optam por dar um fim nessa agonia e os matam.
— Pelos céus. — sem conseguir se manter de pé por conta das pernas bambas, Jeon caiu ao chão com as vistas embaçadas. — Isso não pode estar acontecendo.
Não sabia o que fazer, não sabia como explicaria ao rei e a Seokjin que feriram Taehyung sem que ele pudesse fazer algo a respeito. Kim Taeyang usaria isso como pretexto para matá-lo e Seokjin jamais o perdoaria por deixar seu único filho morrer.
— Pegue um copo de água para ele. — pediu a mulher ao homem ao ver o estado de pânico que o príncipe se encontrava.
O comerciante já saísse em disparada para o que talvez seria a cozinha do estabelecimento quando Jeongguk levantou a mão em um sinal para não ir.
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Entre Dois Reinos
General FictionDesde pequeno Jeon Jeongguk gostava de duas coisas: ter cabelos longos e lutar. Não era novidade para ninguém do reino Fast saber que o príncipe ômega tinha mais interesse em participar de guerras do quê arranjar um marido. Vários dos nobres que ten...